𝗮𝗿𝗾𝘂𝗶𝘁𝗲𝘁𝗼𝘀 𝗱𝗮 𝗺𝗮𝗱𝗿𝘂𝗴𝗮.

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"ᵐᵉˢᵐᵒ ᵠᵘᵉ ⁿᵃ̃ᵒ ᵛᵉⁿʰᵃ ᵐᵃⁱˢ ⁿⁱⁿᵍᵘᵉ́ᵐ
ᶠⁱᶜᵃᵐᵒˢ ˢᵒ́ ᵉᵘ ᵉ ᵛᵒᶜᵉ̂
ᶠᵃᶻᵉᵐᵒˢ ᵃ ᶠᵉˢᵗᵃ, ˢᵒᵐᵒˢ ᵈᵒ ᵐᵘⁿᵈᵒ
ˢᵉᵐᵖʳᵉ ᶠᵒᵐᵒˢ ᵇᵒⁿˢ ᵈᵉ ᶜᵒⁿᵛᵉʳˢᵃʳ.
ᵉᵘ ˢᵒ́ ᵉˢᵖᵉʳᵒ ᵠᵘᵉ ⁿᵃ̃ᵒ ᵛᵉⁿʰᵃ ᵐᵃⁱˢ ⁿⁱⁿᵍᵘᵉ́ᵐ
ᵃⁱ̄ ᵉᵘ ᵗᵉⁿʰᵒ ᵛᵒᶜᵉ̂ ˢᵒ́ ᵖʳᵃ ᵐⁱᵐ
ʳᵒᵘᵇᵒ ᵗᵉᵘ ˢᵒⁿᵒ, ᵠᵘᵉʳᵒ ᵗᵉᵘ ᵗᵘᵈᵒ
ˢᵉ ᵐᵃⁱˢ ᵃˡᵍᵘᵉ́ᵐ ᵛⁱᵉʳ ⁿᵃ̃ᵒ ᵛᵒᵘ ⁿᵒᵗᵃʳ"
- Mais Ninguém, Banda do Mar.





— PUTA QUE PARIU. - digo, com os olhos arregalados, me xingando internamente. Sim, você tem toda a liberdade do mundo pra me xingar de irresponsável. Eu não tenho defesa.

— O que foi? - pergunta Bob, ainda rindo.

— Meu projeto de arquitetura. - declaro a frase, temendo as palavras, como se elas fossem tornar real o meu pesadelo.

— Como é? - Jota pergunta, parando de rir.

— Puta que pariu. Eu tenho uma maquete de arquitetura pra fazer pra amanhã. - coloco a mão na boca - Eu nem comecei a fazer essa merda.

Vejo todos arregalarem os olhos.

— Preciso ir, rapaziada. - digo, caminhando pra dentro.

Eu tava fudida. Inteiramente e completamente fudida.

Encharcada, sem roupa extra, com uma maquete da faculdade inteira para fazer.

— Tá, relaxa, como é essa maquete? - Ouço a voz de Jotapê atrás de mim.

Me viro até ele, e tinha certeza que meus olhos berravam o desespero que eu estava sentindo.

— Cara, eu não consigo nem explicar direito. É a porra de uma maquete de uma casa. - fecho os olhos com força.

Eu provavelmente parecia patética. Meu cabelo cacheado estava pingando, o que provavelmente significava que ele ia secar todo frizzado. Eu nem sequer mencionei o meu projeto pros meus amigos em nenhum momento. O mais desesperador ainda, é que meu pai ia chegar em casa em minutos.

— A gente te ajuda. - Ouço a voz de um anjo no ambiente. Nem entendia direito o que significava "me ajudar", mas as palavras eram reconfortantes. Só depois que abri os olhos de novo eu entendi que a voz vinha de Guri, e não de um anjo.

— Oi? - digo.

— A gente te ajuda. - ele repete.

— Verdade. A gente pode dar o nosso toque especial como os arquitetos profissionais que somos. - Barreto completa.

— É. A gente podia comprar os materiais e fazer aqui. - Brennuz fala.

Olho pra eles. Olho pros meus amigos, pros meus loucos amigos. Dava pra ver que eles não tinham ideia de por onde começar a fazer aquele trabalho, e honestamente? Eu não tava muito longe disso também. Dava pra sentir a confusão que eles recusavam a transparecer. Eles estavam perdidos, mas eu também tava. Eles estavam perdidos, mas ainda estavam dispostos a fazer aquilo.

— Mas já vai dar 20:00. Eu tenho que voltar pra casa, meu pai já deve estar chegando.

— Dorme aqui. - Bob sugere.

— Real, tem quarto de sobra. Eu posso te emprestar uma roupa. - Maria diz.

Quase choro diante a resiliência deles.

𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝗺𝗼𝗿 - 𝗴𝘂𝗿𝗶 𝗺𝗰Onde histórias criam vida. Descubra agora