"ᵛᵃⁱ ᵉ ᵛᵃⁱ
ᵍᵃⁿʰᵃ ᵉˢˢᵉ ᵐᵘⁿᵈᵒ ˢᵉᵐ ᵒˡʰᵃʳ ᵖʳᵃ ᵗʳᵃ́ˢ
ᵉ ᵛᵃⁱ
ˢᵒ́ ⁿᵃ̃ᵒ ᵉˢᵠᵘᵉᶜᵉ ᵈᵉ ᵛᵒˡᵗᵃʳ ᵖʳᵃ..."
— BENÇA, Djonga
"QUANDO VOCÊ SUBIR lá, eu quero que você pense em tudo, em qualquer coisa, menos que você tá subindo lá, ok?".
Tentei pensar em mais coisas. Sério. Tentei pensar em sorvete de flocos, no cheirinho de café quente, em músicas que ficavam na minha cabeça.
Tentei mesmo, mas minha mente estava tendo um hiperfoco na mão do homem na minha frente grudada na minha.
Não conseguia me concentrar em outra coisa a não o toque quente e firme, que silenciava qualquer outra voz da minha cabeça e fazia com que eu me sentisse segura.
Barreto ia logo atrás de mim, com a mochila cheia de girassóis nas mãos.
Então, Guri solta a minha mão pra subir, e o barulho da plateia volta aos meus ouvidos de novo.
Não sei direito como, mas minhas pernas obedecem o meu cérebro e eu ando logo atrás dele. Mais berros. As luzes roxas e vermelhas dançam em meu campo de visão.
Começo a acenar e sorrir pras pessoas que estão em ambos os meus lados, e gritam ainda mais quando Barreto aparece distribuindo as flores.
Ouvia chamarem meu nome por todos os cantos, e não conseguia dar oi pra todo mundo, mas tentei.
Finalmente, vejo Guri entrar no octógono, e eu entro logo em seguida, acompanhada por Barreto.
Tentamos distribuir o restante dos girassóis, enquanto Alva anunciava:
— E TAMBÉM COLA PRA CÁ: MAGRÃO, PRADO E JHONY!
Ignoro o arrepio que sinto no corpo com a entrada deles ao som de Ruas de São Paulo e com aquele mar de gente gritando.
Jhony. Magrão. Prado.
Que trio leve pra se começar.
Abraço e cumprimento cada um, e ajusto o aparelho de audição no ouvido.
O beat começa.
Parecia mais uma música de terror do que qualquer outra coisa. Achei que combinou com o momento.
Vejo Prado e Barreto tirando par ou ímpar, e Prado milagrosamente perde. Quase me ajoelho e agradeço ali mesmo.
Vejo Guri falando algo no ouvido de Barreto, e logo em seguida ele vêm em minha direção.
— Não tem ordem. Deixa eles atacarem, quem se sentir confortável responde, beleza? - ele fala, e eu assinto, mesmo que tivesse certeza absoluta que eu não estaria confortável pra responder em momento algum.
— FAZ A POSE, OLHA O FLASH, MATA ESSE CARA NO TRAP, MATA ESSE CARA NO TRAP! - Ouço Alva puxar, e começo a acompanhar também, acenando pras pessoas.
Acho que acenar era a única coisa que eu conseguia fazer naquele momento.
— Essa é a vibe do palco da Aldeia. Eu me sinto até em Itaquera. Solta o fuzil na mão do Prado que ele não erra. Eu vou arremessar esses mc pra galera. O trio do girassol trombou com o trio da motosserra. - Prado começa. A plateia grita e vejo Guri passando o microfone pra Barreto.
Senhor Jesus Cristo.
— O trio da motosserra, que vai perder hoje ou amanhã. Como sabe que é o trio do girassol? Satisfação, cê é meu fã? - Barreto responde e a plateia grita, e o sorriso vem involuntário. - Essa é a parada, então eu vou matar, na minha frente você vai parar. O Prado grita "Eu me sinto em Itaquera", eu sou uma flor, me sinto em Itaquá.
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𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝗺𝗼𝗿 - 𝗴𝘂𝗿𝗶 𝗺𝗰
FanfictionAMOR, AMOR, AMOR. Atena sempre gostou da ideia do amor. Ela gostava das coisas que fazia que envolviam o amor. Ela sempre foi apaixonada por arte no geral, mas se encontrou verdadeiramente nas batalhas de rima. Mesmo que seu pai desaprovasse, mesmo...