𝘁𝗿𝗼𝗽𝗮 𝗱𝗮 𝘃𝗲𝗻𝘁𝘀.

1.1K 99 50
                                    

"ᵛᵃⁱ ˢᵉʳ ⁿᵒ́ˢ ᶜᵒⁿᵗʳᵃ ᵒ ᵐᵘⁿᵈᵒ ˢᵉᵐᵖʳᵉ
ᶜᵒⁿᵗʳᵃ ᵗᵒᵈᵃ ᵃ ᶜᵃʳᵉᵗⁱᶜᵉ, ᵈᵉ ᵐᵃ̃ᵒˢ ᵈᵃᵈᵃˢ
ᵐⁱⁿʰᵃ ᵠᵘᵉᵉⁿ ˡᵃᵗⁱᶠᵃʰ, ᵒ ᵗʳᵒⁿᵒ ᵉ́ ˢᵉᵘ, ˢᵉ ˡᵉᵐᵇʳᵉ
ᵗᵃ́ ⁿᵃ ᵖᵉˡᵉ ᵠᵘᵉ ᵏᵃᵗʸ ᵖᵉʳʳʸ ⁿᵃ̃ᵒ ˢᵉ ᶜᵒᵐᵖᵃʳᵃ."
- LEAL, Djonga.


SINTO MÃOS NA minha cintura. Sinto braços enlaçados nela. Sinto, principalmente, uma respiração serena e quente no meu pescoço, que me fazia cócegas.

Abro os olhos, e vejo a cabeça de Guri deitada no meu peito, os braços envolviam possesivamente a minha cintura, como se eu pudesse evaporar a qualquer minuto. As pernas dele se enroscavam na minha, me prendendo no sofá. Não que eu quisesse sair, de qualquer forma.

Ele dormia serenamente, e com o rosto relaxado só conseguiu fazer a proeza de ficar ainda mais bonito. Fiquei olhando pra ele, analisando cada detalhe de seu rosto. Queria ficar um bom tempo assim. Eu sentia o calor do corpo dele e meu rosto esquenta lembrando do beijo de ontem de noite.

Chamar de beijo parecia simples demais. Não vou mentir, eu me entreguei pra ele. Tinha entregado uma parte de mim. Mesmo que fosse perigoso, mesmo que eu me machucasse, meu coração já pertencia a ele mesmo.

Parecia mais um sonho do que realidade. Mas a prova era o homem dormindo, e certamente as mãos dele se encontrando na frente da minha cintura pareciam bem reais.

Pisco, e vejo que estou no sofá com ele. Dormimos conversando, e quando eu olho lentamente pro lado, vejo simplesmente Barreto comendo pão com manteiga, mexendo no celular. Ignorando completamente a nossa existência, como se fosse super normal a gente estar dormindo na sala daquele jeito.

O olhar dele desvia do celular pra mim na hora que eu começo a observar ele. Ele me dirige um sorriso travesso.

— Descobriu o que rola entre vocês dois? - ele pergunta, e eu sinto meu pescoço ficar vermelho.

Aperto os lábios.

— Talvez? - digo, mesmo que tivesse certeza do que rola entre nós dois. Barreto só ri.

Guri começa a murmurar e se mexer.

Ele abre os olhos lentamente, e eu penso genuinamente que ele parecia um anjo acordando. Quem fica bonito acordando, mano?

Ele não percebe Barreto.

Só fica olhando pra mim ainda deitado, como se eu fosse a oitava maravilha do mundo. Não sabia que alguém era capaz de me olhar assim até hoje.

— Bom dia. - ele diz, e logo em seguida me dá um selinho. É tão rápido que nem tenho tempo de reagir, nem tenho tempo de avisar que o Barreto está presente no recinto.

Ouço uma risada sufocada atrás de mim, alguém limpando a garganta ruidosamente logo em seguida, e João Lucas finalmente repara no Barreto, que se levantou. Ele está apoiado na parede, de braços cruzados e com o cenho franzido, como se estivesse perguntando: sério?

Só que em um tom debochado.

Guri franze o cenho também. Mas o choque só passa pelo rosto dele por rápidos segundos.

— Bom dia, Barretinho. - ele dá um sorriso pro amigo, como se nada tivesse acontecido. - dormiu bem?

João Lucas se senta no sofá, e Barreto revira os olhos.

— Cê tá me traindo oficialmente então? - ele pergunta, e Guri sorri. Eu cubro o rosto com as mãos.

— A gente pode abrir uma exceção só pra ela? - ouço a voz de João Lucas, em tom de brincadeira. Começo a rir.

𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗮𝗺𝗼𝗿 - 𝗴𝘂𝗿𝗶 𝗺𝗰Onde histórias criam vida. Descubra agora