Aquela vila cheirava a merda, aquelas pessoas imundas que moravam ali eram as piores e mais cruéis. Quase nem pareciam humanos.
Maeve sabia disso mais do que tudo, já sentiu na pele.
A garotinha corria entre os becos tentando despistar o homem que a perseguia, os seus passos pareciam gritar sua localização, havia chovido naquela tarde então tudo estava cheio de lama. Aquilo fedia quase tanto quanto as pessoas.
Uma armadilha de urso jogada ali poderia fazer um belo estrago, e realmente fez. Até que poderia ter sido na perna do homem mal, mas aqui só as boas garotinhas que se fodem, não é mesmo?
O grito da menina foi escutado por quase todo o lugar junto com o som dos dentes daquela armadilha enferrujada roendo o osso de sua perna.
— Aí está você, sua vadia, acha que pode roubar todo meu dinheiro. Quanto tempo você acha que eu trabalhei pra conseguir isso? - Maeve rastejava pela lama na tentativa de achar alguém passando, alguém com um mínimo de coragem de defendê-la. Oque não era muito fácil de se encontrar.
— Por favor. - Ela sussurrou baixo esperando que Deus ou alguém lhe ajudasse naquele momento, já podia sentir a dor quando viu o homem levantar uma das pernas para pisar na sua perna machucada. Mas já havia aceitado que ninguém a ajudaria, então apenas fechou os olhos. Esperando.
E esperou,
E esperou.
Mas nada aconteceu.
Quando abriu os olhos o homem já estava no chão, de seu pescoço jorrava sangue que quase não era visível pela lama escura, atrás dele uma figura alta olhava de cima. Tinha um dos braços levantados, algo que lhe transferia a culpa pela morte daquele homem.
— Sou uma pessoa bem tradicional e não acho que deveria tratar uma dama assim. Bem, acho que não vai poder achar mais nada de agora em diante, seu monte de merda. - Se aproximando em passos lentos e vindo para mais próximo da luz, finalmente foi possível ver o rosto de seu salvador.
Cabelos tão vermelhos quanto os olhos, caninos tão afiados que quase ficavam para fora da boca, uma capa cobria sua cabeça e deixava com um ar mais sinistro, junto com as luvas negras que segurava o machado no alto ainda.
— Perdão pela minha falta de educação. Me chamo Lestat Laurent, qual é o seu nome, minha pequena criança? - O ruivo estendeu a mão para a menininha se abaixando.
— Maeve. Por favor, eu estou presa, o senhor pode me ajudar? - Ela queria tanto chorar de dor agora, segurou na mão do desconhecido e não a soltou, não tinha mais nada a perder.
— Claro, pequena. Vai doer um pouco, desculpa. - Sem nem antes terminar a frase abriu a armadilha com as mãos fazendo Maeve gritar de dor e surpresa.
A pegou no colo, com cuidado por conta da perna. Ela encostou a cabeça em seu ombro, desmaiou de dor e Lestat não precisava ser um adivinho para saber que ela já estava começando a ficar com febre.
Caminhando de volta para o caminho de onde veio, de volta para casa. A levaria consigo, a daria um lar e proteção. Era só uma criança.
Lestat Laurent abrigou a garota em sua residência, as empregadas a ensinaram tudo que precisava saber. Maeve até gostava, não precisava trabalhar incansáveis horas para receber uma micharia, e ali tinha comida e um teto sobre a cabeça.
As amigas que fez ali era pessoas gentis, diferente das que estava acostumada.
Era considerada a preferida pelo senhor da casa, já que sempre estava por perto dele quando tinha oportunidade. E talvez realmente fosse.
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𝗚𝝝𝗗'𝗦 𝝝𝗙 𝗪𝝠𝗥 - 𝑨𝑳𝑼𝑪𝑨𝑹𝑫
Fanfiction𝕯𝖊𝖚𝖘𝖊𝖘 𝕯𝖆 𝕲𝖚𝖊𝖗𝖗𝖆 ✔︎ ➪ Até mesmo demônios como nós podemos amar, incondicionalmente, perdidamente. Acho que todos merecemos, então vamos, querido. Viver nosso romance vampiro, louco e desenfreado pela eternidade que temos pela frente. ⁃...