𝟎𝟏𝟓.

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Alucard entrou no quarto de Lestat depois de respirar fundo procurando coragem onde obviamente não existia para enfrentar a fera que estava ali dentro apenas o esperando.

O ruivo estava sentado na cama, as costas apoiadas na cabeceira, lendo um livro de aparência antiga que encontrou no quarto mesmo. Sem camisa novamente.

— Então... precisamos conversar. - O loiro se sentou no divã que ficava colado com a cama se virando de lado para encara-lo.

— Não tenho problema de audição apesar de minha idade avançada, que merda você fez? - Ele falava ainda prestando atenção no livro em seu colo.

— De manhã eu fui pegar água, aí encontrei dois caçadores de vampiros vindos do Japão. Eles eram escravos da corte da Cho, que veio ser general na guerra. Aí eles fugiram, estavam rastreando o castelo e me encontraram no rio. Eles queriam ajuda, queriam que eu ensinasse como libertar o povo deles que ainda estão presos por outros vampiros. - O loiro falava de uma vez sem pausas para respirar, depois de puxar uma grande quantidade de oxigênio voltou seu olhar para o ruivo rezando para que tenha o convencido com isso.

— Que história pra boi dormir. - O Laurent fechou o livro com força o colocando na mesinha ao lado, entrelaçou as mãos no colo.

— Parecia bem verdadeira pra mim, eu que conversei com eles.

— Acho que estão se aproveitando da sua bondade, isso sim.

— Não tem provas.

— Não tenho, você é um homem adulto então deve saber oque faz. Se eles tentarem nos matar enquanto dormirmos eu mesmo vou te caçar no inferno. - O ruivo engatinhava na cama enquanto falava suas ameaças não tirando o olhar fixo do loiro que lentamente se levantava com medo de ser enforcado ali mesmo.

— Eles não parecem esse tipo de gente, mas mesmo assim podemos matar eles caso façam algo errado. - Alucard se levantou ficando ao lado da cama enquanto Lestat se sentava no divã.

— Somos praticamente casados, então já deve saber minha posição em tal situação. Não fale de mim para eles, vou ficar de olho em qualquer movimentação suspeita enquanto você dorme. - O ruivo se levantou se aproximando ainda mais do Tepes que dava passos para trás observando o peitoral exposto do homem. — E se eles realmente tentarem te matar, eu vou estar lá para te proteger, meu amor. - Falava dramaticamente segurando as duas mãos do mais novo próximo ao corpo.

— Você não sabe oque é uma camisa, não? Sempre que te vejo passando de noite por aí está seminu. É estranho. - Alucard rapidamente se desfez do aperto escapando daquela proximamente, andando de costas pelo quarto enquanto observava os olhos vermelhos.

— É confortável, isso sim.

— Morava em uma casa cheia de mulheres e ficava assim também? - Adrian apontava para o corpo inteiro do Laurent que acompanhou com os olhos e mãos na cintura.

— Primeiro, você está no meu quarto. Segundo, nunca vi problema em ficar assim na minha antiga casa, nunca me atrai por mulher alguma em toda minha vida. - Lestat achava isso algo para se orgulhar, talvez porque também nunca entendeu isso. Pra ele sempre foi normal. Essa falta de sentimentos sobre o sexo feminino.

— Acho ótimo saber essa curiosidade e desculpe por invadir seu quarto, mas precisava falar sobre isso antes que você acabasse trombando com eles mais tarde. - Alucard se sentou no sofá que tinha uma pequena mesinha na frente e a lareira, ficando de costas para o ruivo.

— Vou ficar no meu quarto sempre que eles estiverem acordados, mas os avise para manterem os dedos e olhos curiosos longe desse andar. Odeio gente intrometida. - O homem tinha as mãos nas costas do sofá, se inclinou um pouco para sussurrar a última frase no ouvido do loiro, que se arrepiou e se afastou com a mão no pescoço, virando e encarando o mais velho.

𝗚𝝝𝗗'𝗦 𝝝𝗙 𝗪𝝠𝗥 - 𝑨𝑳𝑼𝑪𝑨𝑹𝑫Onde histórias criam vida. Descubra agora