𝟎𝟏𝟒.

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Alucard queria de algum modo recompensar Lestat pelo dia anterior, como um modo de agradecimento. Começou o dia normalmente, o ruivo estava dormindo em seu quarto e o loiro iria fazer suas tarefas diárias.

O castelo estava sem água então tratou de ir ao riacho pegar mais e se desse sorte pegar alguns peixes para o jantar, Lestat gostava de peixe.

O dia estava lindo e ensolarado, radiante. O local onde costumava pegar água não ficava muito longe então seria uma curta caminhada. Ao chegar encheu os baldes e demorou mais algum tempo olhando o próprio reflexo na fonte cristalina. Estava prestando atenção, escutando a movimentação ao seu redor.

Tinha pessoas o observando.

Duas. Estavam perto, escondidos atrás de árvores esperando que ele voltasse ao castelo para atacá-lo durante o trajeto. Eram jovens e não pareciam ter tanta força física pelo porte pequeno.

Não seria um problema acabar com eles.

Usou uma pedra que havia pego no leito do rio para lançar entre as árvores enormes e atacar os forasteiros. A pedra acertou o homem que tinha um arco e flecha apontados para as costas do loiro, enquanto isso ele usava sua velocidade para atacar a mulher. A jogou no chão e com suas garras estava prontas para cortar aquela garganta frágil.

— Não, por favor. - Ela usava uma roupa no estilo japonês e tinha sobre os ombros palha seca para se proteger da chuva, Alucard segurava ali para impedi-la de tentar algo. Mas ela parecia desarmada e fraca.

— Eu não serei caçado. - Levantou ainda mais a mão para dar o golpe final.

— Não estamos caçando, você é o Alucard? - A mulher falava rápido tentando livrar seu pescoço do corte certo.

— Oque?

— Precisamos da sua ajuda. - E tudo ficava cada vez mais confuso.

— Com uma flecha nas minhas costas? - O loiro falou com raiva apontando para onde o outro homem estava, agora caído segurando um lado do corpo. Provavelmente onde a pedra o acertou.

— Ele só queria me proteger, e eu ia sair pra falar com você.

— Não me diga.

— Nos percorremos um longo caminho. Por favor, preciso saber como ele está. - Ela implorou para pelo menos saber em que estado o irmão se encontrava.

— Se eu quisesse matá-lo, teria mirrado mais alto. Se ele quer continuar vivendo, é melhor ele ficar ali mesmo. - Alucard não saiu de cima dela e falou a última frase alto o suficiente para o homem parar de se mover, tentando sorrateiramente se levantar.

— Por favor, solta ela, você é o Alucard, não é? Nós precisamos da sua ajuda. - O homem se levantou mas continuava parado no lugar. Desistindo de ter uma conversa ameaçadora ele se levantou de cima da mulher, se colocando o mais longe enquanto os irmãos checavam se tudo estava no devido lugar em seus corpos.

— Adrian Tepes. O Alucard. O Anti Drácula. - O loiro até se sentia envergonhado sendo chamado por tantos títulos.

— Sou apenas Alucard. E quem são vocês? - Os encarava de cima a baixo se perguntando de que buraco aqueles doidos haviam saído.

— Eu sou Sumi, e esse é o Taka. Caçamos vampiros. - A mulher se apresentou apontando para e si e para o outro.

— Não você. Vampiros de verdade. A perseguição ao nosso alvo virou a perseguição ao castelo e só ontem descobrimos que você mora nele. - Alucard só prestou atenção ao "vampiros de verdade" ele não era um vampiro de verdade? Se sentiu um tanto quanto ofendido.

— Eu não notei vocês ontem, são melhores do que pensei. Quem era a presa de você? - Colocou a culpa de não ter os notado na forte chuva da noite anterior, mas tinha certeza que antes de adormecer escutou Lestat saindo para o lado de fora, nem mesmo ele havia notado?

— O nome dela é Cho. Fomos escravos na corte dela no Japão, ela partiu para se tornar uma general na guerra do Drácula. Conseguimos fugir da corte naquela época. - Sumi contava a história não poupando detalhes, seria preciso contar tudo para que Alucard confie e os ajude.

— Nos a seguimos até aqui. Aprendemos a rastrear o castelo.

— Se ela estava no castelo com o Drácula então ela morreu em Breila. - Explicou com uma das mãos no queixo analisando a história.

— Exato, mas ela não era a única vampira agindo no Japão. Precisamos de mais conhecimento do que temos para enfrentá-los. - A mulher falava, era quase possível sentir à vontade dela.

— Estamos procurando pelo castelo, não sabíamos como encontrar você. Ignorando momentaneamente o fato de que você deve ter esmagado todas as minhas costelas, esse é um ótimo dia para nós. - Taka ainda tinha uma das mãos em um dos lado do corpo, se apoiando em Sumi.

— Então, Alucard... pode nos ensinar? - Ela perguntou com apreensão, oque fariam se ele não ajudasse?

— Ensiná-los?

— Estamos sozinhos na guerra e não temos força nem conhecimento suficiente para libertar nosso povo dos vampiros. Você sabe coisas e tem o conhecimento guardado dentro do castelo. Você vai nos ensinar como lutar pela liberdade dos outros? - Sumi juntou toda sua criatividade para discursos emotivos e tocantes ao desespero que sentia.

— Venham comigo. - Ele deu as costas para os irmãos, seguindo pela floresta até próximo ao forte Belmont, ao lado estava o castelo que seria possível ver a quilômetros de distância. Parou olhando ao redor e depois para eles. — Sabem onde estão?

— Não muito bem, esse é o castelo do Drácula? - Taka perguntou com a mão coçando a nuca sem jeito.

— Esse é o meu castelo. Meu pai está morto.

— Drácula está morto? - A mulher perguntou incrédula com a voz surpresa.

— Está, pelas minhas mãos. E pelas mãos de outro vampiro, de uma oradora e o último dos Belmont. Sob os nossos pés está a Fortaleza Belmont. Repositório de todo o conhecimento deles. Querem aprender como matar vampiros e salvar seu povo? - O loiro virou de costas, com as mãos atrás do corpo. Queria ver se eles realmente estavam dispostos a tudo.

— Mais do que qualquer coisa. - Taka respondeu com convicção, já animado para oque viria pela frente.

— Vai ser difícil. Nem vou começar se forem desistir quando ficar complicado.

— Estamos comprometidos. - O irmão falou novamente com mais intonação na voz.

— Que seja então. Eu acho que minha mãe aprovaria. - De uma coisa ele tinha certeza, Lestat não iria aprovar. Se bem que até o momento ocultou o fato de outro vampiro morar no castelo. Mas tinha certeza que Lestat não se importaria desde que não tivesse que interagir com os humanos. — Então venham, vamos começar. - Alucard marchou rumo a biblioteca já imaginando como explicaria isso para o homem que nem sonha com oque ele acaba de fazer.

Provavelmente iria dormir no sofá essa noite quando fosse vê-lo.

Provavelmente iria dormir no sofá essa noite quando fosse vê-lo

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001. Eu só acho que o Alucard vai ser muito humilhado depois dessa burrada, eu escrevi capítulos a mais então só faltam 4 capítulos pra essa história acabar 🤧

𝗚𝝝𝗗'𝗦 𝝝𝗙 𝗪𝝠𝗥 - 𝑨𝑳𝑼𝑪𝑨𝑹𝑫Onde histórias criam vida. Descubra agora