Todos estavam em lugares separados, precisava de um certo tempo para digerir a história que a pouco lhes foi contada. Era quase o enredo de um filme de terror, não era nem de perto uma história feliz mas Lestat a contava de uma forma tão leve que nem parecia que acontecimentos tão vorazes estavam sendo ali tão bem descritos.
Cada um deles imaginou em sua cabeça oque cada palavra significava naquela vida, como tudo havia mudado facilmente o modo de uma pessoa viver e enxergar as coisas a sua volta. Aquilo logicamente afetaria drasticamente a vida de qualquer um.
No momento Lestat estava sentado em uma cadeira, a sua frente estava uma prateleira cheia de crânios de vampiros, seguros pelo vidro. Estava ali apenas pela boa iluminação, tinha em uma de suas mãos uma pedra para amolar seus machados. A luta estava cada vez mais próxima e queria desferir os cortes mais limpos possíveis, para ver se não se sujaria tanto daquele sangue imundo.
Ouvia com facilidade os passos pesados daquelas enormes botas que Alucard usava, ele se aproximava com calma. O loiro era com quem ele mais conversava, era até divertido conversar com o meio humano. Sempre tinham provocações e palavras rápidas para uma discussão amigável e interessante que lhes faziam esquecer as horas que passavam rapidamente quando estavam juntos.
Era confortável.
O mais novo apenas continuo em pé observando e talvez esperando algo que Lestat falaria para iniciar mais uma conversa, ou talvez ele só não tivesse nenhum assunto em mente para iniciar algo, nem sabia porque estava ali em pé. Só queria estar na presença do ruivo.
Era confortável.
— Alucard não é seu nome, né? - Não era muito comum uma mãe deixar que seu filho carregasse o nome do pai ao contrário.
— Não mesmo, minha mãe nunca gostou que me chamassem assim. Meu nome é Adrian Tepes. - Se sentou no chão, com as costas apoiadas em um dos pilares.
— Adrian, que nome bonito. Vou te chamar assim agora, Adrian. Posso? - Aquelas voz rouca e carregada de provocações fazia o nome simples do loiro parecer ainda mais atrativo, quase como se tentasse o seduzir.
— Acho que já se apropriou. - Alucard dava seus pequenos sorrisos, que mostravam suas presas.
Era adorável.
— Algum dia quero ser um ferreiro habilidoso o bastante para criar armas que não percam o fio, isso é um saco. - Lestat suspirou enquanto pegava o outro machado que estava apoiado em uma das pernas da cadeira, balançando a braço que já estava cansado dos movimentos repetitivos.
— Mesmo assim você é incrivelmente habilidoso, tem muitos talentos, não é? - O som do atrito entre o ferro e a pedra era quase que satisfatório de se ouvir se não fizesse você se arrepiar. A voz baixa do loiro seria quase imperceptível a ouvidos humanos sobreposta ao som contínuo, mas para os ouvidos rápidos do ruivo aquilo não seria o menor problema.
Gostava de como Alucard falava baixo, era quase um sussurro que o vento trazia para seus ouvidos, o timbre calmo transparecia a gentileza.
— Se formos listar seriam muitos, mas para mim eles não eram nada. Estranho, com certeza. - Quase todas as frases de Lestat terminava com uma risada nasal. Ele tinha seus olhos vermelhos bem atentos ao trabalho que fazia, a arma bem firmemente apoiada em sua coxa enquanto suas mãos fortes iam e vinham sobre seu fio.
— Vamos listar. Um ferreiro, ótimo em pinturas, que adora fazer coisas a mão, possivelmente um exímio guerreiro e que pelo visto também sabe usar magia. Sabe cozinhar para completar a lista de ser mais perfeito de Wallaquia? - O meio vampiro contava os itens nos dedos vendo os olhos do Laurent o observando e tentando ser discreto.
— Infelizmente tenho que lhe decepcionar, sou um terrível cozinheiro. Uma vez tentei fazer biscoitos para minha mãe, oque está bem na cara que fracassei. Eles ficaram tão queimados que não poderíamos distingui-los de uma pedra de carvão, e mesmo se não tivesse esse triste incidente com o tempo no forno, eu aposto que o pote que peguei não era de açúcar. - O mais velho terminou de afiar suas armas no mesmo momento que a risada de ambos preencheram o espaço. Alucard tinham os olhos fechados e um belo sorriso, sua cabeça pendia para trás na falha tentativa de rir um pouco menos desesperado mas tudo que saia dos lábios de Lestat era arte.
As risadas foram morrendo aos poucos e eles se encararam ainda com sorrisos em suas feições, Laurent deixou o Machado de lado olhando diretamente para a arma que chamava bastante atenção na lateral da cintura do homem a sua frente
— Aposto que tem uma arma incrível aí com você, posso vê-la? - Rapidamente estendeu a mão para que o homem se levantasse do chão, o entregou a espada que sempre estava ao seu lado.
Lestat passava os dedos pálidos e finos por sua lâmina quase que de queixo caído. Era lindo, o jeito que o fio se harmonizava mais ao meio, a lâmina extremamente longa era algo que chama a atenção, o cabo de ferro entalhado em detalhes, era uma verdadeira obra de arte.
— Foi feita por um dos ferreiros da corte de meu pai, ele me presenteou com ela quando fiz 15 anos. - Alucard, agora em pé, cruzou os braços observando a expressão maravilhada do homem.
— É magnífica, para manusear teria que ser um exímio espadachim, não esperava menos, Adrian. - O mais velho a devolveu dando ênfase na última palavra e se levantou também, em pé era quase da mesma altura que o loiro, apenas alguns centímetros mais alto. Seus corpos também eram parecidos, mas Lestat tinha ombros mais largos e músculos mais trabalhados.
Quando Alucard abriu a boca para falar a voz de Sypha os chamando se sobrepôs, os chamando até o centro da biblioteca.
Onde Sypha estava, um livro em suas mãos. Começou a falar rapidamente e animada sobre um feitiço que a família Belmont tinha escrito naquele exemplar sobre como prender o castelo de Drácula em um lugar para ser invadido. Isso era exatamente oque eles precisavam, já que o castelo era transportado por magia e dificilmente rastreável.
Mas enquanto eles debatiam sobre oque poderia ser feito, barulhos altos e fortes começaram a serem escutados na entrada.
— Viu? Deus me odeia. - A oradora falou irritada fechando o livro com força. Os esqueletos de animais suspenso por correntes se balançavam conforme os tremores continuavam. Todos estavam com corpos tensos em forma de combate.
— Tenho a impressão de que não é Deus. - Lestat ironiza, alguém precisava descontrair aquele clima tenso.
001. Eu adoro que a linguagem de amor deles é atos de serviço e presentes, Lestat vai fazer tantas coisinhas para agradar nosso lindo loirinho.
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𝗚𝝝𝗗'𝗦 𝝝𝗙 𝗪𝝠𝗥 - 𝑨𝑳𝑼𝑪𝑨𝑹𝑫
Fanfiction𝕯𝖊𝖚𝖘𝖊𝖘 𝕯𝖆 𝕲𝖚𝖊𝖗𝖗𝖆 ✔︎ ➪ Até mesmo demônios como nós podemos amar, incondicionalmente, perdidamente. Acho que todos merecemos, então vamos, querido. Viver nosso romance vampiro, louco e desenfreado pela eternidade que temos pela frente. ⁃...