𝟎𝟏𝟖.

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Com o passar dos dias, parecia que uma pequena bolha de felicidade rondava o castelo, era tão poderoso que fez seus habitantes quase não perceber o passar das semanas. Meses e quase um ano.

Estavam tão felizes vivendo suas vidas e confortáveis com a companhia um do outro que quase esqueceram que o mundo ainda estava um caos mesmo depois da morte de Drácula.

Mas isso foi relembrado quando Lestat, que estava observando a janela poucos minutos antes do anoitecer ver uma pessoa em cima de um cavalo. Estava debruçada sobre o animal, se concentrou e já não escutava seus batimentos. Morreu do tanto que sangrou até chegar ali.

Chamou Alucard e como não poderia sair teve que ficar observando tudo de longe. Eles se falavam como se não tivesse metros de distância os separando, a luz e a escuridão.

— Na mão dele tem um bilhete. - Alucard falou depois de examinar o cadáver, um pedaço de papel amarrado. O cavalo veio até lá sozinho, pelo menos a mensagem estava entregue ao destinatário. — É um pedido de ajuda, de uma aldeia próxima. Estão sendo atacados por criaturas da noite e parece que somos a única salvação. - O sol aos poucos baixava, e Lestat dava pequenos passos para o lado de fora, enfim se juntando ao companheiro.

— Então, podemos ajudar? - Laurent sabia que poderiam ajudar em qualquer coisa, e haviam mandado um pedido de socorro. Chegava a se sentir triste pelo mensageiro.

— É você que manda, oque quer fazer? - O loiro lhe estendeu o pedaço de papel.

— Desde quando eu mando? - O mais velho arregalou os olhos vendo o Tepes descer o mensageiro do cavalo, depois se dispôs a ajudar a enterrar. Merecia pelo menos um enterro digno. — Eu quero ajudar. - Ele disse colocando mais um pouco de terra sobre o corpo, tinham cavado um buraco e o colocado ali, agora estavam tampando.

— Então está decidido, vamos ajudar. - Alucard pegou o sobretudo preto com detalhes amarelos que tinha tirado para não sujar com o esforço e terra, colocou sobre o ombro e levou a pá de volta para o castelo sendo seguido pelo ruivo feliz.

Finalmente um pouco de ação.

Alucard decidiu que iria levar o cavalo para ser mais rápido, enquanto Lestat iria em sua forma de corvo. E quando finalmente chegaram na aldeia se surpreenderam com os monstros vermelhos tentando empurrar os muros de madeira que protegiam a aldeia. Eram muitos e fortes, não pareciam idiotas como as outras criaturas das noites.

E deram um pequeno trabalho. O meio vampiro se protegia com um escudo e sua espada enquanto Lestat ia para cima com tudo, tentavam proteger a retaguarda um do outro mas as vezes complicava. No momento Alucard estava ao chão, se protegendo com o escudo enquanto uma criatura tentava o acertar. Com alguns golpes desferidos em sua cabeça conseguiu o matar, se levantou segurando a mão estendida do companheiro.

O portão da aldeia já tinha sido derrubado quando chegaram, os mostrou tinham tentando entrar mas Lestat se concentrou em matar eles assim que chegaram. O povo que tentava defender seu lar tinham ferramentas diversas para tentar sobreviver a mais uma noite de terror, morte e gritos agonizantes de sofrimento.

O povo recuou quando uma mulher jovem, de cabelos escuros, lábios pintados em um vermelho forte, olhos âmbar e belas roupas levantou a mão como um comando para os habitantes, que a escutou na hora. Baixaram seus ancinhos, pás e machados, encarava os dois com uma esperança quase desaparecendo naqueles olhos cansados de lutar.

Só queriam sobreviver a mais uma noite e poder viver em paz com a família em um lugar sem monstros e lutas pela sobrevivência todos os dias, sem mortes incontroláveis.

— Vocês me mandaram uma carta? - Alucard perguntou para a mulher que parecia ser a chefe e que estava na frente de todos, Lestat apenas ficou um pouco mais atrás observando a situação se desenrolar. Tinha péssimas lembranças de aldeias próximas.

𝗚𝝝𝗗'𝗦 𝝝𝗙 𝗪𝝠𝗥 - 𝑨𝑳𝑼𝑪𝑨𝑹𝑫Onde histórias criam vida. Descubra agora