Um tempo bom

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Eu vou contar pra ele...Hoje eu conto pra ele...

—Eu...Não! Bem eu gostaria de conversar com você. Será que assim é um bom começo?—Treinava o meu discurso enquanto cozinhava.—É ótimo viver nós quatro, mas quando era só nós dois...ou nos três...bem desde desse tempo...— Não! não! Ele pode pensar que não gosto da Isabel e do Furlan.

—Estar ensaiando algum discurso Ary?— Senti o meu corpo gela...reconheceria aquela voz até se ficasse surda. Uma pontada me atingiu a cabeça antes mesmo de me voltar para ele, e jurei escutar um sussurro longe "Ary?".

—Levi!—Me virei com um sorriso amarelo e ele se aproximou com a sacola de compras que pedi.—Que rápido!

—O que estava falando?

—Ah..é... não ouviu?—Segurei as mãos nervosa.

—Não.—Ele colocou a sacola a bancada, e me olhou...no fundo..dos..olhos.—Ary?

"Ary?"

—Ahh não era nada.—Me virei e agarrei a faca voltando a cortar os legumes.

—Nada é?—Senti o queixo dele se apoiando no meu ombro. Meu corpo se arrepiou com o toque da respiração dele.—Você não sabe mentir.

Sentia o coração disparar com  a voz dele no meu ouvido.

—Diz pra mim.

—Não...—Gaguejei.—Não era nada do seu interesse Levi.

—Tá então, me diz o que tá fazendo pra gente.

Ele continuava com o corpo perto do meu, e somente o queixo me tocando.

—Sopa de carne e legumes com o pão que fiz.

—Humm.—Ele segurou minha cintura e beijou minha cabeça, rapidamente, mas foi tempo o suficiente para o meu corpo estremecer.—Então, eu vou lá pro quarto, aproveitar o tempo para limpar algumas coisas.

Apenas assenti com a cabeça.

Mas preciso...eu quero contar pra ele.

—Levi?—Tentei manter a respiração normalmente.

—Sim Ary?—Ele já tinha se afastado. Olhei para ele,  me virei apoiando o corpo na bancada.

—Eu...—Olhei pra baixo, não conseguia olhar para os olhos dele.—Eu...quero..—Apertei a madeira da bancada.

—Ary?

"Ary?"

—MANAAAA E MANOOOOO!!!!

Isabel e Furlan chegaram me interrompendo.

—Mana preciso te contar o que Furlan me ensinou!

Isabel pegou uma maçã e quando olhei para onde Levi estava, ele já não estava lá.

*

Estava sentada na minha cama com um pequeno espelho nas mãos, e uma escova pra pentear meu cabelo.

—Idota você deveria ter dito pra ele.

Repirei fundo e meus ombros caíram quando expirei.

Alguém bateu à porta.

—Entra.—Disse um pouco desanimada, mas quando vi quem era, arrumei logo a postura.—Levi...

Ele se aproximou e pegou uma mecha do meu cabelo.

—Gosto do seu cabelo Ary.

—Ah—Senti o rosto corar.—Gosta?

—Vim aqui pra conversar.

Ackermans | A Titã Fêmea De Guerra.Onde histórias criam vida. Descubra agora