twenty-one

225 24 10
                                    

[AKYRA POV'S]

Lá estavam Haruchiyo e outros dois caras que eu não sabia quem era.

Meu pai com uma arma apontada na minha cabeça enquanto escutava como poderia ser,negociada?

Because this house is not a home
without my baby...

Eu olhava Haruchiyo em sinal que não valia a pena seguir com aquilo tudo,já que Yuzumy não estava perto para ver eu estava aliviada de morrer em paz.

Os olhos dele consumiam meus medos e me despertava um calor estanho,o olhar era como o refrão de Salvatore,uma cidade grande movimentada,um piano soando eco em uma igreja.

Eu continuei parada mas aquilo estava me incomodando,era como se morrer ali era intrigador.

Meus pensamentos foram longe, foram até Mihy e tudo que aconteceu de bom com minhas amigas.

Eu fechei os olhos levemente e comecei a pensar comigo mesma:

Se eu sair daqui viva, eu prometo mudar totalmente, viver e fazer coisas que Mihy sempre me disse para fazer.

Quando abri os olhos Sanzu e meu pai ainda estavam se encarando.

- 1 milhão e meio,devolva a Akyra e estamos certos. - Sanzu estava com o rosto sério.

Eu então senti a ponta da arma na minha nuca e o barulho dela sendo destravada.

Os olhos de Haruchiyo se aumentaram um pouco e meus olhos começam a cair lágrimas,em silêncio.

- Aquela é minha oferta e não aceito outra,ou é isso ou eu a mato. - Ele pressionou um pouco mais a arma em minha nuca.

- Você nunca vai preencher esse vazio que tem, nem matando todas as pessoas que sente raiva,o seu peso de vida é nunca se preencher e sempre procurar as merdas que a vida te dá. - Minha voz não saiu fanhosa por conta do choro.

- Nem com sua própria vida em risco, você não sabe guardar as coisas para si mesma? Ou está dizendo suas últimas palavras? - Dava para sentir seu hálito quente.

- Você vai morrer com essa culpa,assim como eu irei morrer com a minha.

Haruchiyo estava me olhando e eu olhava também.

- Você vai levar a culpa de ser um péssimo ser humano, você é tão ruim,creio que sua alma ficará vagando por aí... papai.

A cada palavra eu escutava sua respiração mais forte mostrando irritação e a arma na minha nunca com mais precisão.

Eu me virei e olhei nos olhos dele,eu sabia que uns dos dois iam se olhar pela última vez e mesmo que seja eu eu queria que ele soubesse que estava condenado a vida toda.

Respirei fundo e quando fui dizer,Haruchiyo atirou nele duas vezes no peitoral.

O sangue estava em minha blusa e respingou um pouco no meu rosto,meus olhos se arregalaram,meu suor estava frio e minha boca seca.

- Você nunca terá meu perdão. - Eu disse ainda o encarando.

Logo senti Haruchiyo me puxar para longe do meu pai que ainda estava de olhos abertos.

- Você está machucada? - Ele me olhava enquanto ainda segurava no meu pulso.

- Nada grave. - Eu afirmei olhando no olhos dele.

- Vamos embora, esse homem deve ser morto às minguas. - O cara de cabelos brancos disse.

Abrimos a porta e sim,tinha vários homens nos encarando mas eles não mexeram um músculo se quer.

Olhei para trás e meu pai ainda de olhos abertos me encarava,aos poucos seus olhos foram se fechando.

Segui olhando para frente enquanto saímos daquele lugar,lá fora havia mais três caras.

Eu sai dali viva,e meu pai ficou lá,morto sem ninguém ajudá-lo.
Eu não sabia o que fazer muito menos raciocinar, eu estava viva e eu nunca tinha me sentido feliz em saber que miha vida poderia recomeçar novamente.

Tudo Começa Quando As Tardes Nunca Acabam Onde histórias criam vida. Descubra agora