Capítulo【04】

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༒116 d.c༒

Essos
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Envolta em um manto escuro e com olhos astutos, Rhaella se encontrava sentada em uma mesa de taverna desgastada. Ao seu lado, dois homens robustos compartilhavam risadas e erguiam canecas em um brinde, enquanto uma mulher, de expressão confiante, observava tudo com curiosidade.

A luz tênue do local destaca a atmosfera acolhedora, com mesas entulhadas de canecas e o murmúrio de conversas. A mulher no centro, com uma postura que mistura graça e firmeza, parece ser a maestrina desse encontro peculiar.

Uma cena se desenrola na frente da garota, essa que esconde o rosto ao beber de sua cerveja, deixando apenas os olhos a vista.

Felizmente ela não precisou intervir, pois a garçonete que tinha seu corpo apalpado por um cliente, acertou o rosto do homem com a bandeja vazia que carregava consigo. A ação causou susto em quem não estava atento, e diversão para quem viu se desenrolar, os homens empurraram o outro da mesa, não o querendo ali.

Já a moça de cabelos negros e corpo forte e esbelto, seguiu seu trabalho como se já estivesse acostumada com aquilo, e de fato estava.

Rhaella estreitou os olhos ao ver o cujo homem sair pela porta da taverna, e logo um sorrisinho se formou em seu rosto.

- Muitos ainda não aceitam um não, ele provavelmente terá o mesmo fim que o irmão.

O homem moreno que estava ao seu lado direito falou, a prateada levantou o olhar para o mesmo e fez uma expressão confusa, mas não teve a fala esclarecida como desejava, já que o mesmo levou a caneca novamente aos lábios e voltou a conversar com o outro ao seu lado esquerdo.

A mulher a sua frente, três anos mais velha, lançou lhe um olhar vazio, mas cheio de respostas. Culpa da cerveja por não entender, pensou a prateada. A mais velha ouvia atentamente a conversa de sua mesa, como também se atentava a de outras. Seus cabelos negros faziam um belo contraste com sua pele em tons leves, fazendo jus a beleza feminina de Lys.

A mulher, com um sorriso sarcástico, levanta a taça e diz - Ah, invernos antigos, quando as neves eram mais puras e as histórias de lareiras eram mais excitantes do que agora.

Os dois homens compartilham risadas, um deles comentando - Lembro-me de uma tempestade que durou uma noite inteira. Fui obrigado a contar histórias ridículas só para manter o calor.

- Contar histórias tolas parece ser uma habilidade valiosa nestes tempos, não é?

Rhaella, com um tom risonho, acrescenta.

A mulher de olhos perspicazes, erguendo uma sobrancelha de maneira teatral, responde. -Histórias ridículas e habilidades frívolas, talvez possamos criar um novo ofício para essas artes e ganhar uma fortuna nas tavernas do reino.

Os dois homens riem, e um deles sugere, de forma brincalhona - Talvez devêssemos formar uma guilda de contadores de histórias, uma verdadeira elite na arte da narrativa inútil.

- Sim, e poderíamos até adicionar 'experiência em conversas inúteis' aos nossos currículos. - Respondeu Rhaella, sendo acompanhada nos risos.

- Eu escreverei!

- Ah não, você tem uma péssima caligrafia, Daario. - o citado pôs a mão no peito e fingiu fungar.

 ༒𝐈𝐌𝐏É𝐑𝐈𝐎༒ - ℜ𝔥𝔞𝔢𝔩𝔩𝔞 𝔗𝔞𝔯𝔤𝔞𝔯𝔶𝔢𝔫Onde histórias criam vida. Descubra agora