Cap. II

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Eu estava com dor de cabeça, portanto, tomei um remédio e fui deitar. Na cama, pensava sobre meus amigos dos outros lugares onde já morei, no meu novo colégio, em uma bota linda que eu vira em uma vitrine, mas coisas que eu ia fazer antes de morrer, enfim, tudo se passava em minha cabeça, mas a vontade de dormir não. Eu admirava o teto branco de meu quarto com um lustre no meio, cheio de cristais, olhei para o relógio que marcava 2:45 da madrugada, olhei para a escrivaninha, meu celular ligado ao carregador, meus fones de ouvido e meu jarro de água que estava vazio. Com tantos pensamentos resolvi fazer algo que me tirasse a atenção disso tudo, então, peguei o jarro e desci até a cozinha para enche-lo, enquanto ele enchia eu pensava nas doces palavras que Vincent havia me dito no hospital "Dos meus sonhos, você está presente em todos eles." Vincent me parecia o tipo de cara que gosta de se preservar, é discreto e super inteligente, mesmo assim é um garoto popular, conhece a todos, mas tem seu próprio grupo de amigos, lembrava de seus olhos verdes que me olhavam com tanta firmeza, um olhar calmo que trazia paz e tranquilidade, tanto para a pessoa na qual ele olhava, quanto para o lugar onde ele estava. Eu estava totalmente distraída, até sentir algo em minhas mãos, quando "voltei para a Terra." puder ver o jarro cheio e a água percorrendo pelas minhas mãos, nessa hora, desliguei o filtro e subi de volta para meu quarto. No quarto, tomei um copo de água e me deitei, apesar de não estar com sono antes, naquela hora meus olhos foram se fechando como se algo me sugasse para dentro do mundo dos sonhos.

•••

Em meu sonho, eu estava em um campo deserto, só avistava matagal, plantas e flores, o que é bem estranho, tenho alergia a plantas, se tenho alguma em especial?! Sim, baunilha. Baunilha chegou a me deixar doente uma vez, mas ao meu redor eu via rosas, margaridas, orquídeas, entre outras, nada de baunilha, em nenhum lugar, junto com as flores vira abelhas, beija-flores, borboletas, entre outros insetos. Então comecei a andar pelo campo, lindo pelo visto. Não demorou muito até me deparar com uma pequena cabana ou uma espécie de xalé, não sei especificar muito bem, só sei que de onde eu estava, avistei uma mulher com um vestido branco encardido, seus cabelos loiros presos a um coque, parecia exausta. Cheguei mais perto para conhecer a moça.

-Olá! -disse tentando parecer educada.

-Oi, tudo bem?! -ela perguntou.

-Na medida do possível ... -respondi.

-Problemas?!

-Sempre! -respondi.

-Gostaria de me ajudar?!

-Sim, o que você está fazendo? -perguntei empolgada.

-Eu estou cuidando das plantas. As plantas precisam de carinho e atenção. -respondeu ela me olhando de u jeito estranho. -Pegue as luvas. -parecia mais uma ordem como se eu não tivesse opção. Coloquei as luvas e comecei a ajuda-la, fui pegar um balde mas ela me podou.

-O que foi? -perguntei.

-Pegue aquele ali, precisa de mais cuidados. -sugeriu, ela parecia uma maluca que adorava plantas, tinha plantas de todo jeito, mas baunilha não tinha nenhum sinal.

-Desculpe perguntar...mas, onde está a plantação de baunilha?!

-Esse é o seu sonho, não o meu.

-Mas.... -ela me olhou com um olhar ameaçador, então parei de fazer perguntas.

-Sophia, você ainda tem muita coisa para aprender. Tem que saber lidar com os obstáculos que aparcem em seu caminho, mas enquanto isso não acontece...-ela parou e ficou olhando para o jarro no qual eu estava mexendo.

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