Cap. V

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Meus pai andava distraído nos últimos dias. Desde a morte de minha mãe ele ficava trancado no quarto. Liguei para um restaurante e pedi comida.
-Pai, vem comer!
-Não, obrigado! Estou bem...
-Pai, não faz isso. Come pelo menos, você ficou neste quarto o dia inteiro. Já são 17:00 e a única coisa que o senhor comeu foi um biscoito com café pela manhã.
-Sophia, você tem certeza que deseja lutar contra Blair?! -ele perguntou olhando para meu rosto, seu olhar estava triste e solitário.
-Temos que tentar fazer alguma coisa. Mas, me escuta: eu não vou te deixar.
-Sua mãe também não ia me deixar.
-Tem alguma ideia de quem fez aquilo com ela?
-Não, mas podemos eliminar todos os amigos vampiros dela. Vampiros só entram quando são convidados e ninguém nessa casa é tão louco assim não é mesmo?!
-Claro que não! -dei uma risadinha.
-E o Vincent? -perguntou ele.
-Ele vai me ajudar a controlar minha magia.
-Você vai tirar o anel ? -perguntou intrigado.
Meu celular apitou:
"Me encontra na frente do cemitério para o seu primeiro teste. -V"
-Parece que vamos descobrir hoje! Tenho que ir.... Beijos.
-Beijos. Tchau.
-É para comer, viu? -eu disse pegando meu casaco e as chaves de casa. Não queria comentar com meu pai, mas minha situação com Vincent ficou meio estranha depois daquele beijo, eu fiquei em choque. Não queria de jeito nenhum me apaixonar, eu deveria me concentrar na guerra que estaria por vir, mas minha atenção sempre ficava virada para ele e não para o que ele estava me ensinando.
-Oi. -disse ao ver ele em frente ao cemitério macabro daquela cidade.
-Oi. -ele olhava para o cemitério.
-Mas, então... Por que um cemitério ? -perguntei olhando para o cemitério. Ele riu.
-Venha comigo. -acompanhei ele ater o portão, paramos.
-Não vamos entrar? -perguntei.
-Ai que está. Uma bruxa não pode entrar em um cemitério.
-Achei que isso fosse mito.
-Nem tudo é um mito.
-Não vamos esperar o cemitério fechar?
-Não será preciso ...
-Ok, então qual é o plano?
-Você vai entrar no cemitério.
-Ah, grande plano! Quer que eu morra?!
-Não, olhe, se esse anel sela todos os poderes ai dentro dele, já seria uma vantagem.
-Não vejo como. -disse, ele saiu de minha frente e sugeriu que eu entrasse. Olhei para a entrada e me deu arrepios. Dei lentos passos, ao tocar no portão minha mão pinicou. Ao pisar no chão daquele lugar meu nariz começou a sangrar e meus olhos lacrimejaram.
-Volte! -ordenou Vincent. Ele me puxou.
-O que é isso?
-Parece que o anel não bloqueia tudo. -explicou ele, suspirei.
-O que a senhorita faz essa hora em frente ao cemitério ? -me virei e encontrei o perita Sr.Carter, mas ele estava sem seu uniforme careta.
-Eu... -tentei arranjar uma desculpa
-Ela veio visitar a mãe. -disse Vincent. Cárter olhou para Vincent.
-E você é?
-Meu nome é Vincent, eu sou um....amigo da Sophia. -"amigo" pensei.
-Claro, já fez sua visita ? -ele perguntou.
-Já sim, na verdade já estávamos de saída não é Vincent?
-Sim, claro! -ele confirmou.
-Prazer em conhecê-lo. -Carter estendeu a mão, Vincent olhou para sua mão por uns 5 segundos depois resolveu apertá-la.
-O prazer é todo meu. -eles se encaravam de uma maneira suspeita, como se um desconfiasse do outro. Eles não soltaram suas mãos e eu fiquei sem entender.
-Vincent, vamos! -peguei em seu braço. Entramos numa lanchonete. Fui pegar em sua mão.
-Não! -ele puxou a mão.
-O que deu em você ?
-Eu já volto. -ele saiu. Não entendi nada.
-Oi, achei que estivesse em casa! -Disse Thomas, surgindo de algum lugar.
-Eu estava, mas o Vincent me trouxe aqui. -expliquei
-E ainda te deixa sozinha ? -ele dá um sorrisinho.
-Ele foi lavar a mão. O que que tem eu ficar sozinha?
-Vamos se dizer que nessa cidade as pessoas não perdem tempo.
-Ah, claro.
-Os vampiros por exemplo, ficam só observando.
-Você acredita mesmo nisso?!
-Vampiros ? -perguntou ele, fiz que sim com a cabeça.
-Por que não acreditar ? -indagou ele.
-Por que acreditar? Nunca foi comprovado que existe.
-Nunca foi comprovado que não existe. -ele me encarou. -Tenho que ir.
-Tchau. -ele saiu e o perdi de vista. Estava olhando o cardápio até Vincent voltar.
-Você estava lavando a mão ou tomando banho ?
-Desculpa.
-O que houve naquele cemitério?
-Você já conhecia aquele cara ?
-Eu o vi duas vezes.
-Você deveria tomar mais cuidado.
-Por que? -perguntei, ele chamou o garçom ignorando minha pergunta e pediu um limão, água e essência de baunilha.
-Por que você pediu um limão e ... Baunilha ?
-Calma !! -disse ele, ficamos esperando até o garçom voltar com o pedido.
-O que você está fazendo ?
-Você já tomou limonada ?
-Não, o cheiro do limão me da enjoo. -expliquei. Vincent colocou algumas gotas de limão na água.
-Bebe!
-Sério?!
-Vamos Sophia! -ele dizia, bebi e no mesmo instante cuspi tudo e minha boca ficou seca, tão seca que começou a ficar vermelha.
-Me dê seu dedo. -disse ele abrindo o vidro de essência de baunilha, estendi a mão. Ele pingou uma gota e meu dedo começou a queimar. Eu queria gritar.
-Vincent, vc quer me ver morta ?!
-As bruxas tem um certo tipo de alergia ou bloqueio com limão, baunilha e sal. Interessante não é?!
-Não achei.
-Não encoste no sal, porque...
-Não se preocupe, eu vou embora. -interrompi ele.
-Ei, espere!
-O que foi?
-Não está com raiva por causa disso, não é? -fiquei em silêncio...não, não estava com raiva daquilo, mas havia algo me irritando.
-Claro que não. -fechei a cara e sai do restaurante, ele me parou em um beco.
-O que aconteceu Sosô?
-Não me chama assim!
-Ta desculpa. Mas, me conta. -ele segurou meus braços e me olhava com um olhar que me matava por dentro.
-O que exatamente existe entre a gente? -perguntei enfim. Ele me soltou e olhou para o lado, depois para baixo e enfim, para meu rosto.
-Está perguntando isso por causa do beijo?
-Tem outro motivo para eu perguntar?
-Ah Sophia, para que isso agora ?
-Você não vai me explicar? Quer dizer... Você me beijou e disse que precisava de mim, mas depois disse que eu era apenas sua amiga. Por favor Vincent, me explica. Me explica ou então não precisa mais me ajudar.
-Sophia!.... -ficamos em um longo silêncio.
-Me deixa, Vincent! Eu vou embora e não quero que venha atrás de mim. -sai andando pelo beco sombrio, pensando no porque de tudo ser tão difícil. Naquele momento eu sentia apenas 3 coisas: tristeza, ódio e amor.

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