Cap.VII

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-Como você descobriu isso?
-Não posso falar!!
-Ah você pode! -eu tentava convencer Vincent.
-Não Sophia.
-Ok, você já falou o que queria então pode ir!
-Mas e a gente? A nossa amizade?
-Sai daqui!! E sai voando porque tenho visita lá embaixo. -ele pareceu entender o recado ao sair voando entre os pingos de chuva. Desci as escadas, o filme estava pausado e Thomas parecia concentrado olhando o nada.
-Por que a demora? -perguntou.
-Não estava achando meu celular!
-O filme começou faz um tempo, mas eu pausei pra você não perder. -me sentei no sofá e ele começou a me encarar.
-Algum problema ?
-Nenhum não. -Thomas estava esquisito, me deu uma ponta de medo.
-Você não vai dar play no filme? -ele apertou o botão e eu olhei para a tv, ignorando o fato de estar sendo fuzilada.
Passaram-se horas e eu acordei completamente tonta e ... Sozinha. Achei um bilhete ao lado do pote de pipoca:

"Você estava tão quietinha...sabia que você dorme sorrindo? (Risos) Quando o 2º filme acabou eu tive que ir e não quis te acordar!  Boa noite princesa, beijos ... Me perdoa!"

O que ele quis dizer com "Me perdoa"? Só porque ele não me acordou ? Nossa, minha cabeça estava latejando, ao levantar do sofá, cai no chão. Coloquei minhas mãos em minha cabeça e comecei a chorar, deitei no chão e comecei a espernear e a dar gritos agonizantes. Olhei pro relógio, não conseguia ver as horas, até piscar e ver algo embaçado como 01:13.
-Pai?! -perguntei ... Pergunta sem resposta. Era como se estivessem explodindo 300 granadas na minha cabeça, meu nariz começou a sangrar. Onde estava meu pai? Ele costumava chegar antes das 01:00. De olhos fechados procurei meu celular, fiz um esforço para digitar a senha e procurar o contato de Vincent.
-Alô?? Sophia?? -ele perguntava e eu não conseguia responder, entre choros e dores, conseguir dizer algo com a voz meio falha.
-Vincent!! Vincent, me ajuda!! Eu não sei o que tá acontecendo... Meu pai sumiu e ... e... Aí, meu nariz tá sangrando muito. Minha cabeçaaaa!!! -disse a última frase meio gritando.
-Onde você está??? -disse ele com a voz meio preocupada.
-Em casa! Vem rápido. Por favor. -desliguei o celular. E comecei a gritar, tentei levantar, mas era como se eu não tivesse pernas, eu tremia.
-Sophia!! -ouvi Vincent.
-Tá aberta! -gritei. Ele abriu a porta e me encontrou jogada no chão da sala.
-Meu Deus, o que fizeram com você?
-Nada, meu pai, eu quero meu pai!!
-Tudo bem, vou ligar pra ele, mas preciso cuidar de você primeiro.
-Minha cabeça tá latejando, minha perna tá formigando!!
-Calma, calma!!
-Calma???
-Sophia...
-Não me pede pra ter calma!! -ele me levantou e me sentou no sofá.
-Não é isso... Cadê seu anel? -olhei para minha mão que costumava estar minhas pulseiras e meu anel, mas só encontrei minhas pulseiras.
-Não sei!! Chama o Ben, liga pra ele!
-Mas por que?
-Ele é médico.
-Estagiário
-Não interessa!! -Vi Vincent procurar na lista de contatos o nome de Ben. Depois de um tempo vejo Ben entrar e começar a me analisar, eu já não falava. Pude ver Vincent pegando o bilhete que Thomas escreveu para mim, ele franziu as sobrancelhas.
-Mas não dá pra saber o que você tem.. Não sei se é uma espécie de convulsão!!
-Não é convulsão. -entre as palavras ditas por Vincent e Ben... Eu apaguei.
Acordei melhor...muito melhor. Tive dúvidas se era eu mesma.
-Você está bem? Perguntou Vincent na ponta de minha cama, segurando minha mão.
-Estou! -levantei.
-Eu contei a história toda para Ben.
-A chuva ainda não passou?
-Não, parece que o clima frio não passará até a lua de sangue.
-O que aconteceu comigo ? Onde está meu pai e Ben?
-Estamos tentando falar com seu pai desde cedo, Ben está lá embaixo.
-Eu só quero meu pai agora! -olhei para o lado e vi Vincent com a cabeça baixa, coloquei minha mão sobre seu queixo e levantei sua cabeça.
-Obrigada! Não sei o que eu faria sem você! -ele sorriu.
-Galera, desce aqui! -gritou Ben. Descemos as escadas até vermos Ben olhando para o balcão, assustado.
-O que houve? -perguntei.
Com a aparência meio pálida de Ben, decidi entrar mais a dentro e vi uma faca cheia de sangue sobre o balcão.
             "Não faça nada que irá se arrepender depois ..."
Dizia o bilhete ao lado de uma faca sangrenta.
-Que isso?! -perguntou Ben confuso.
-Blair. Ela pegou meu pai! Ela quer acabar comigo. Foi ela... -Acusei. Antes de alguém falar algo as luzes se apagaram e tudo ficou escuro.
-Dê a Blair seus poderes e ela devolverá seu pai. -disse uma sombra, com um topete...inconfundível.
-Você?? -me aproximei mais. Ao Ben e Vincent tentarem se aproximar também, surgiu uma muralha invisível entre nós e eles não conseguiam me tocar.
-Eu, eu confiei em você.
-Péssima decisão.
-Você me ajudou.
-Ajudei.
-Você me traiu!
-Pela segunda vez? Sim. Procurando por isso?! -ele me mostrou meu anel.
-Eu vou te matar, seu sínico!!
-Você não pode me matar, eu já estou morto! -ele sorriu.
-Eu sei. -franzi a sobrancelha.
-Sophia, do que ele está falando? -perguntou Vincent.
-Ele é um vampiro, não é? -palpitou Ben.
-Inteligente seu amigo!
-Não é só isso!! -disse.
-O que?? -disse Vincent confuso.
-Thomas é Beijamin.

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