Peter Parker • Body

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Atenção, esse capítulo pode causar gatilhos em pessoas com T.A.
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Era hora do almoço no colégio e eu e meus amigos estávamos no refeitório, em uma das mesmas perto da porta. Eu encarava a comida em minha bandeja com vontade de chorar e a culpa me invadia simplesmente por sentir o aroma do alimento. Cravo as unhas nas coxas e respiro fundo, sentindo lágrimas se formarem no canto dos meus olhos.

— Ei, você tá bem? — Peter sussurrou em meu ouvido com um tom de voz preocupado. Aceno positivamente com a cabeça, com vergonha de olhar pro meu namorado. Então ele prossegue: — Você não comeu nada desde hoje de manhã.

Respiro fundo e olho para baixo, deixando as lágrimas caírem e secando rápido qualquer traço que tenham deixado. Olho para Peter e ofereço um sorriso forçado.

— Isso não é verdade, Peter. Eu estava mascando chiclete agora há pouco. Eu também comi laranja de manhã.

Ele me olha com cara de poucos amigos e eu reviro os olhos.

— É sério, Peter. Eu to bem. Além disso, eu jantei ontem. Jantei bem.

Ele continua me encarando e eu me esforço para não vacilar o olhar. Por fim ele suspira e beija minha testa.

— Tudo bem, tudo bem. Mas come algo, por favor. Só duas mordidas.

— Hum, não sei. Eu não to com tanta fome assim.

— S/n...

— Ta bem, ta bem. Eu vou comer.

Digo isso e respiro fundo, olhando para a bandeja. As opções eram: pizza, uma maçã vermelha e uma caixinha de leite, possivelmente azedo. Então obviamente optei pela maçã. Seguro a fruta adocicada e de repente tudo fica em silêncio. Tudo escuro. Só existem eu, e aquela maçã. Olho para frente, e de repente existe um espelho ali. Eu me vejo nele, vejo o quão horrível e gorda eu estou. Meu reflexo me encara de volta com um olhar de nojo sobre meu corpo, exatamente o que sinto sobre ele. Meu estômago embrulha e sinto um nó se fechando na minha garganta. Preciso sair. Preciso agora.

Saio correndo do refeitório em direção ao banheiro, escuto alguem gritar meu nome mas não tenho vontade de me virar para ver quem é.

Ao mesmo tempo que sinto o gosto amargo de vômito subir pela minha garganta chego em uma cabine e boto tudo pra fora. Não preciso me esforçar para que o líquido quente saia do meu corpo, mas não demora nada até eu sentir uma mão segurando meu cabelo e fazendo um movimento gentil nas minhas costas. Consigo ouvir a voz de MJ tentando soar tranquila enquanto repetia várias vezes que tudo ia ficar bem.

Quando termino me arrasto para o lado e sinto minha garganta queimar. Meus olhos se enchem de lágrimas que não consigo controlar e começo a chorar. As gotas que saem dos meus olhos são grossa e sem interrupção. Choro compulsivamente e odeio essa sensação de culpa que me preenche.

Não demora muito e escuto o barulho da descarga e MJ se abaixando no chão, me abraçando apertado. Era isso que eu precisava. Apoio minha cabeça no pescoço dela e me deixo ser balançada levemente, como um bebê.
Após algum tempo ela afroxa os braços e me solta devagar, seus olhos encontram o meu e consigo ver a preocupação neles. Mas também me passaram tranquilidade.

— E então, como estamos? — Ela me pergunta, me olhando de cima a baixo.

— Viva. E com nojo.

— Você quer conversar?

Nego com a cabeça e me levanto com ela me acompanhado. Paro em frente a pia e enxaguo a boca e jogo uma água no rosto, sentindo o olhar da cacheada me acompanhando. Paro em frente ao espelho e me olho. Sinto nojo. Como Peter consegue ficar com alguém como eu? Não há nada que salve em mim. Meu corpo é horrível, meu rosto também.
Respiro fundo e engulo o nó que se formou na minha garganta.

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