Capítulo 7

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"Oi, Jesus, sou eu de novo. Nunca me senti tão aflita por alguém como hoje. Não consigo sequer criar suposições que sejam capazes de explicar o que aconteceu com o Arun. Por que ele estava daquele jeito?

Ah, Senhor... resgata o teu filho de volta. Faça-o perceber o seu infinito amor por ele... Não deixe que ele continue se afundando cada vez mais no pecado, mas mude-o. Se for preciso, me dê estratégias para poder pregar a sua palavra para ele, me ajude a levá-lo até Ti."

Rio de Janeiro, maio de 2016

Na primeira semana após o culto, Noemi não tivera aula, então não conseguira ver Arun na faculdade. Ligara para ele todos os dias, mas todas as suas ligações eram rejeitadas. Na segunda semana ela foi até a casa dele com Aísha e Jonas, mas não o encontrara lá. Na terceira semana tomou coragem para perguntar a amiga se ela sabia o que poderia ter acontecido com o rapaz, mas ela não lhe ajudou muito. Disse apenas que ele saiu do Brasil convertido e voltou sem querer pisar os pés em uma igreja. Noemi já estava entrando em desespero total, não tinha uma noite, um dia, uma hora, um segundo, que não pensasse nele, que não orasse pela vida dele. Ela pedia para Deus lhe falar algo, mas Ele estava em completo silêncio. Era agonizante não saber do rapaz, não ter notícias alguma. Não sabia nem se ele estava bem. Os pais dele falaram que ele ia para casa só para dormir e dar sinal de vida, mas que evitava passar os dias lá e ter que falar sobre o ocorrido. Ela sentia uma angústia tão grande por não saber nada sobre ele...

Toda vez que olhava para a bíblia, que comprara meses atrás, pensava nele. A mesma bíblia que todas as noites ela orava e intercedia pela pessoa que a ganharia. Tivera a certeza naquele momento de que ele que era a pessoa que a receberia, mas ela só não sabia quando e como dar para ele. Não via ele a quase um mês e também tinha medo de dar a bíblia naquele momento e ele acabar jogando-a fora, ou sabe-se lá o que ele faria.

Ela nunca tinha vivido uma experiência do tipo com ninguém, nem mesmo com o Jonas, que ela jurava ser a pessoa mais longe de Cristo que ela conhecia – até o dia que ele aceito a Cristo em sua vida. Sua total falta de experiência com o caso fez com que sua ansiedade viesse à tona. Não saber o que fazer, como agir, o que pensar, ou onde ele poderia estar, o que ele estava fazendo, com quem estava, eram coisas que estavam tirando o sono dela. Estavam fazendo ela perder total concentração nas coisas. Estava indo mal no serviço, por causa disso, não estava conseguindo prestar atenção em suas aulas...

Foi por causa disso tudo que ela decidiu dar um fim aquilo tudo. Pegou a bíblia que um dia daria para ele e guardou em uma caixa, no fundo de seu guarda-roupas. Decidiu que a partir daquele dia não pensaria mais nele, que tentaria levar a vida que sempre teve antes de ele aparecer nela e a virar de cabeça para baixo. Entretanto, a vida não parecia colaborar com ela.

Foi em uma tarde, logo depois de buscar sua filha na escola, que ela estava no quarto de Valentina, ajudando-a com a tarefa de casa, quando sua campainha tocou. Tivera que deixar a filha por alguns instantes para ir atender.

De todas as pessoas que ela imaginava ver naquele momento, a que estava lá definitivamente não era uma delas. O homem de pele morena-avermelhada, cabelos lisos e longos, grande o suficiente para tampar sua visão do cenário que estava atrás dele, estava segurando um buquê de flores, bem a frente de sua casa.

– O que é isso? – Foi a única coisa que conseguiu pronunciar.

Sentiu o coração bater mais rápido e o súbito desejo de abraçá-lo, por finalmente vê-lo.

– Um pedido de desculpas?

Ele estava um tanto nervoso, não sabia se ela gostava de rosas, mas também não queria simplesmente ir à casa dela sem levar nada. Esperou pacientemente por uma reação dela.

Meu romance à moda antiga 1: além das fronteiras (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora