26° Capítulo

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Capital Mineira, Minas Gerais. 22 de Abril de 2023.

— Bom dia, tia Glória! — desejo sentando em uma mesa de vidro grande que se encontrava no meio do cômodo, já com o café da manhã servido.

— Bom dia, querida! — deseja de volta, com um sorriso em seus lábios.

— Onde estão o Vitor e a Caroline?
— perguntei a olhando.

— CHEGAMOS! — Caroline grita ao adentrar o cômodo com sacolas nas mãos.

— Fomos fazer compras! — Vitor diz colocando as sacolas em cima da bancada.

— Guloseimas? — perguntei.

— Esse atleticano não deixou comprar nem se quer um docinho. — aponta para o mais velho.

— Estou errado, mãe? — Vitor perguntou olhando para a idosa.

— Dessa vez preciso dar razão ao seu primo, Caroline.

— Mais tiaaaaaa? Como que alguém consegue viver sem doces? — perguntou incrédula.

— Eu mesma sou um exemplo! — respondeu com um sorriso.

— Fazíamos sempre compras, e em cada sacola tinha, pelo menos, um bombom de chocolate. — explico.

— Sempre é bom prevenir, querida.
— Glória coloca sua mão em meu ombro.

— Vou subir para o meu quarto. Já, já eu desço, só preciso ajeitar umas coisinhas que deixei bagunçadas. — Caroline diz sem graça, saindo dali.

— Como sempre! Isso já não é novidade. — Vitor comenta.

— CALA BOCA, ATLETICANO! — gritou subindo as escadarias.

— Falo mesmo, são-paulina. — afirma.

— Nossa, vocês só vivem nesse pé de guerra. A Terceira Guerra Mundial.
— Glória diz olhando para o filho.

— Ela fica com provocações! — se defende.

— É o jeito dela, principalmente em times de futebol... — conclui.

— Falando nesse assunto. Oh, Ágatha?
— chama pelo meu nome, o olho.

— Diga, Vitor? — perguntei.

— É aquele jogador que é o seu "ficante"? — perguntou fazendo aspas com os dedos.

— Ele não é meu ficante! — neguei.

— Parece que é. Vocês se conhecem já faz muito tempo? — perguntou curioso.

— Conheci ele na festa de comemoração do título do Verdão, faz poucos dias. — respondi lembrando do momento, mal sabia que ali um amor ía surgir.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Pode. Desde que não seja bobagens!
— restrito.

— Você está apaixonada nele? — perguntou com um sorriso.

— Por que você quer saber? — perguntei com uma das minhas sobrancelhas erguidas.

— Tenho direito. Somos melhores amigos há anos. — justifica.

— Belo argumento! — digo irônica.

— Responde, mulher! — insistiu.

— Eu já disse, Vitor! — cruzo os meus braços.

— Ah, você não sabe direito o que está rolando, não é? — diz se sentando na mesa, ao meu lado.

— É. Eu não sei. Tenho mil dúvidas, e nem se quer uma resposta. — suspiro.

— Quer um conselho? — Glória perguntou me olhando, com um olhar acolhedor.

— Qual conselho? — perguntei a olhando.

— Se for para ser, vai ser. — suas palavras formam uma frase que me faz ter esperança ainda mais.

— Verdade. — o mais velho concorda.

— Obrigada. — sorrio.

Talvez isso seja apenas uma fase necessária. — concluiu.

— Fase? Como assim? — perguntei confusa.

— Uma fase que precisa de apenas uma coisa: O tempo. O tempo é tudo. Minha avó dizia que tem tempo para tudo, principalmente para o amor. — respondeu explicando.

— Eu não gosto de tempo! — Vitor cruza os braços.

— Apressado! — afirmo, o olhando.

— Sou mesmo. — diz orgulhoso.

— Esse é de nascença desse jeito!

— Imagino. — compreendi.

— Qual é o nome do rapaz? — perguntou curiosa.

— Ah, é um jogador do Palmeiras... Richard. — respondi, deixando um sorriso bobo escapar dos meus lábios.

— Garoto dá trabalho pra caralho quando joga. Meu Deus! — Vitor alega.

— E vai dar trabalho para o seu time.
— afirmo, convencida.

— Há, mais quem ganhará será nós.
— rebate.

— Em sonhos.

— Sonhos acontecem. — afirma. Não se esqueça, Ágatha.

— Nunca que me esqueço disso, Vitor.

— De qualquer forma, Ágatha... Como eu mesma disse, se você quiser, e se Deus permitir, vocês ficarão juntos, mas, caso ao contrário, se isso só for um "passatempo", não se preocupe, é normal isso, sempre acontecerá em todas as ocasiões. — diz pegando em minhas mãos.

— Conselheira, que isso! — Vitor bate palmas, emocionado.

— Ela sempre é. — concordei. Obrigada pelos conselhos. Você é muito importante para mim, tia Glória. — digo com um sorriso.

— Oh, minha querida, obrigada. Agora vamos tomar café. — diz bebendo um gole de suco.

— Já tô imaginando, eu, na festa de casamento de vocês dois. Lindo, estiloso, como sempre. — diz orgulhoso.

— Imagina demais! — balanço minha cabeça negativamente.

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Em Teus Braços - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora