24° Capítulo

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Capital Mineira, Minas Gerais. 21 de Abril de 2023. Tiradentes.

— Ô DE CASA! — Caroline grita aos berros.

— Ela não deve estar. — digo pela milésima vez, já fazia uns longos minutos que estávamos em frente ao portão da mansão.

— Ela está sim. — insistiu mais uma vez.

— Falei que ela não estava! — apontei para um veículo azul estacionando centímetros a nossa frente.

— TIAAA! — Caroline corre até o veículo, abraçando a idosa.

— Como você está, querida? — perguntou dando um beijo na bochecha da mais nova.

— Ótima, e você? — saí do abraço, sorrindo.  

— Estou ótima também. Vejo que trouxe sua melhor amiga. — diz me olhando.

— Sim, essa palmeirense! — diz a última palavra em um tom desagradável.

— Seja de times diferentes ou iguais, isso não importa, mocinha. — diz me dando um abraço apertado.

— Senti saudades, tia Glória. Como estão as coisas? — saí do abraço da idosa.

— Melhor do que nunca, Ágatha! Fico feliz em vê-las em Beagá mais uma vez.
— diz animada.

— Sempre que tivemos uma pausa lá em São Paulo, com certeza vamos estar em Minas para visitá-la. — afirmo com um sorriso em meus lábios.

— Claro. — assentiu.

— SAÍ FORA, ATLETICANO! — Caroline grita, irritada.

— SAÍ VOCÊ, SÃO-PAULINA! — o primo dela grita, irritado também.

— Eu te odeio. — mostra língua.

— Isso, faz isso mesmo, sem Copa do Brasil. — diz em um tom de provocação.

— Tá querendo provocar quem? Esse seu timinho também não tem. — diz convencida, sorrindo.

— Há, não! Imagina, Caroline! Duas, 2014 e 2021. — afirma.

— Merda, hein. — cruza os braços.

— Chora pra mamãe, Caroline!

— Bem, parece que as brigas entre esses dois ainda permanecem de pé, como sempre. — digo os olhando.

— Vitor! — Glória chama atenção do mais velho, que retira as sacolas do porta-malas.

— Vem me ajudar, são-paulina. Vai ficar parada aí não. Toma. — estende uma das sacolas na direção da minha amiga.

— Meu amor, eu acabei de chegar! Você acha mesmo que eu vou carregar peso? Eu estou morta de cansaço. VOCÊ TEM NOÇÃO DISSO? — perguntou o olhando.

— Caroline! — a idosa chama atenção da mais nova.

— Toma, toma logo! — diz dando três sacolas nas mãos de Caroline.

— Folgado! Fraco! Atleticano! — diz nervosa.

— Com muito orgulho, principalmente essa última palavra. — diz orgulhoso.

— Eu te odeioooooo!

— Eu ajudo você, Caroline. — digo pegando uma das sacolas de suas mãos.

— Obrigada, Ágatha. — agradece com um sorriso em seus lábios.

— Palmeirense e são-paulina são tudo a mesma coisa, a diferença que um é tricolor e o outro é esverdeado. — Vitor faz um comentário, enquanto caminhávamos pelos corredores da mansão.

Em Teus Braços - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora