05° Capítulo

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Capital Paulista, São Paulo. 11 de Abril de 2023

— Que coisa mais linda, Caroline.
— digo encantada com dois pingentes que estavam nas mãos da mesma.

— Esses pingentes representam nossa amizade que irá se estender por vários anos... Se Deus quiser. — disse me entregando um dos pingentes.

— É lindo. Obrigada. É isso que você tinha pedido para a Isa trazer da França para você? — perguntei.

— Sim. Eu tinha visto um desses na internet, e resolvi pedir pra ela comprar para mim. — confirma com um sorriso em seus lábios.

— Agradeça sua irmã por mim depois.
— minha amiga assentiu.

— E... Como foi ontem? — perguntou erguendo uma das sobrancelhas.

— Ontem? Normal. — respondi um pouco confusa.

— Eu sei que ele te levou até em casa.
Rolou alguma coisa entre vocês? Por que só dele ter abraçado você, nem que tenha sido por míseros segundos na festa, já demonstrou algo. — afirma.

— Não imagina, Caroline Costa.
— cruzo os meus braços.

— Tem certeza? — perguntou desconfiada. Nem um... — a interrompi.

— Não, Caroline. — digo negando.

— Então tá. Mais se acontecer eu quero ser a primeira da fila a saber, viu?

— Pode deixar, amiga. — ouço o sinal ecoar pela universidade. Nosso intervalo acabou, vamos? — digo levantando.

— Não deu nem 20 minutos. — levanta. E ainda tem aquele trabalho chato. Odeio. — rodeia os olhos.

— Mais quando o assunto é ponto, nem adianta, Caroline. Temos que fazer.
— afirmo.

— Certinha você, hein?

— Só quero ganhar meus pontos.

— Você tem razão.

[...]

Estava no meu apartamento, sentada no sofá da sala, enrolada no meu cobertor com o escudo do Palmeiras favorito, assistindo mais um filme aleatório na minha televisão, enquanto escutava uma chuva intensa chover ao lado de fora. Clima muito agradável.

Meu clima foi quebrado quando ouço o meu celular tocar em algum lugar do cômodo. Olho para os lados, procurando pelo aparelho com os meus próprios olhos, até o avistar em cima de uma pequena mesa com simples decorações. Ah, não... Que raiva.

Levantei um pouco irritada, logo peguei o aparelho e voltei para o meu conforto. Pausei o filme e quando fui atender a ligação, escuto a voz da minha amiga do outro lado da linha, em um verdadeiro grito.

Meu Deus! QUE DEMORA, ÁGATHA!
— diz gritando.

Estava longe do celular. — justifico.

— Quer ir no shopping? — propôs.

— Com uma chuva dessas, Caroline?
— olho para as janelas que dava para ver a intensidade da chuva lá fora.

— Vamos de carro, meu amor.
— respondeu convencida.

— Eu não quero, marcamos outro dia.
— digo pegando o controle e dando play no filme no qual assistia.

— Por favor, Ágatha! Eu estou em um verdadeiro tédio, não tenho nada para fazer dentro de casa, amiga. — fingi um choro do outro lado da linha.

Por que não liga a televisão e vai assistir um filme igual estou fazendo?

Por que minha cabeça está mandando eu ir aí na sua casa te buscar para irmos até o shopping. E nós duas vestir umas roupas de frio e ir. Não vamos morrer por causa disso, Ágatha Fernandes.

Nem pensar. Se quiser, você pode vim para , e podemos fazer uma festa do pijama, como fizemos semana passada.

— Estou aí em 10 minutos. Beijos.

— Te espero. Beijos.

[...]

Escuto a compainha tocar e mais uma vez saío do meu conforto caminhando até a porta e abrindo em seguida, me deparando com Caroline com uma mochila em suas costas e com seu cabelo preso em um coque, como sempre faz em ocasiões mais simples.

Ela adentra o cômodo, deixando sua mochila em algum canto da sala, e logo olha com um olhar de desaprovação para o meu cobertor do Palmeiras, que estava jogado em cima do sofá. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, ela tira de sua mochila um coberto do... São Paulo?!

— Que liberdade é essa, Caroline?
— cruzo os meus braços.

— Acha mesmo que eu vou me proteger do frio com esse pedaço de pano velho? Nem em sonhos. — diz se enrolando no seu coberto tricolor.

— Pelo amor de Deus. — me sentei ao lado dela. Respeito, viu? — exigo.

— Não tenho culpa que você escolhe um time errado, igual minha irmã.
— respondeu prestando atenção no filme.

— Errado?! — a olho incrédula.

— Isso mesmo. — confirma.

— O seu nem Copa do Brasil possuí.
— digo convencida.

— Vai ter, se Deus quiser! E será esse ano que eu vou poder gritar: É CAMPEÃO. — afirma sorrindo.

— Sabe de nada... — balanço minha cabeça negativamente.

— Eu vou esfregar na sua cara, Ágatha Fernandes Silva. Pode anotar.

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Em Teus Braços - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora