25° Capítulo

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Não podia negar, estava sentindo saudades dessa convivência e conexão que sempre une nos três, e apesar de tanto tempo sem ver o Vitor, nossa conexão nunca teve um fim, continuamos nos três, e quero que seja assim pelo resto da vida...

Agora, enquanto estava na sacada da varanda, observando o céu estrelado, podia escutar minha amiga gritando aos berros com o primo dela, no corredor, pelo mesmo assunto de sempre: Times de futebol. Esse escândalo tinha começado após Vitor, como sempre, ter provocado Caroline.

Ela não ía deixar barato, e com isso, resultando nessa briga... Ainda podia ouvir o mais velho envolver o Palmeiras nessa confusão, mais não estava querendo entrar em brigas no momento.

Ao contrário, minhas dúvidas estavam andando em círculos pelos meus pensamentos, por causa daquele dia... "Pode ser eu, ou não pode ser", essas palavras repetiam em minha cabeça por várias vezes. Oh, Deus! Por que fizestes com que eu me apaixonasse por um jogador do Verdão?!

Ouço meu celular anunciar alguma notificação, quando pego o aparelho e olho na barra de notificações, lá estava, uma mensagem do camisa 27 do Palmeiras. Em seguida, uma ligação por chamada de vídeo do jogador, atendi.

Eai, palmeirense? Chegou bem?
— perguntou com um sorriso em seus lábios.

— Cheguei sim, Ríos! — confirmo, retribuindo o sorriso.

— Que bom, Ágatha... Você vai voltar quando pra ? — perguntou curioso.

— Domingo a tarde!

— Palmeirense, você sabe que você vai perder o jogo do Palmeiras, né? — perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas.

— Infelizmente... — respondi em um tom de voz triste. Mas tá tudo certo.

— Claro. — assentiu. Eu posso te fazer um pedido? — senti meu coração errar as batidas.

Sim, pode.

— Vai no Allianz Parque um dia desses!
— pediu.

— Vou ver, as coisas da faculdade estão muito corridas... — justifico.

— Entendi, mas tenta, pelo menos.
— assenti.

— Vou tentar. — concordei. Eu... — sou interrompida.

— Maldito! Estúpido! Atleticano! Filho da mãe! Eu odeio o Vitor! — Caroline adentra o cômodo, revoltada.

— Filho da mãe? — Vitor perguntou na entrada do quarto.

— SAI DAQUI, PRAGA! — grita jogando três almofadas na direção do mais velho.

— Obrigado! Nem sempre é bom deixar almofadas do Galo nas mãos de palmeirense e são-paulina. — diz pegando os objetos, saindo dali.

— Vai para o inferno, Vitor! — diz quase gritando. Perdão, não sabia que o casal apaixonado estava em ligação. — fica do meu lado.

— Tranquila, Carolzinha. — diz com um sorriso.

— Camisa do São Paulo, Caroline? Nem quero... Ou melhor, dá sim, para fazer pano de chão, ficaria lindo. — adentra o cômodo.

— AGORA VOCÊ ME PAGA! — Caroline grita indo até o primo.

— Peraí... — segura os braços da minha amiga. Ágatha, quem é esse? — perguntou curioso.

— Além de ser atleticano, é intrometido também. Larga a menina, Vitor! — Caroline pede, irritada.

— Jogador do Palmeiras? — perguntou atrás de mim, arrastando Caroline.

— Sou mesmo. — confirma.

— Eu nunca tive a oportunidade de falar com um jogador... Meu Deus, isso acontecendo mesmo? — perguntou desacreditado.

— Confia não, Ríos. — pedi.

— Muito prazer, mesmo, eu acho o Palmeiras um grande clube brasileiro, pensei em até ir em algum jogo. Sério, admiro demais. — diz emocionado.

— Realmente é o maior clube brasileiro.
— o camisa 27 concorda.

— Até parece — Caroline rodeia os olhos. Larga de ser falso, oh atleticano!
— arrasta o mais velho.

— Estou sendo sincero! — afirma.

— Nem na China! — solta os braços.

— Ah, confesso... O São Paulo não terá Copa do Brasil. — diz quase gritando, saindo correndo.

— AGORA VOCÊ APANHA! — saí dali, correndo atrás do Vitor.

— Ele é seu namorado? — perguntou.

— Nossa, nem em sonhos... — balanço minha cabeça negativamente. Somos amigos de longa data, ele é primo da Caroline.

— Entendi.

— E é atleticano, o que ele disse só foi palavras falsas, nunca teve admiração por time algum ou por jogador, sem ser os dos Atlético Mineiro. — explico.

— Putz... Eu achei que ele estava falando sério comigo.

— Achou errado!

— Ágatha, desculpas se estou sendo muito intrometido, mas, você namoraria alguém de outro time, sem ser o Verdão?

Não! Isso tem 0,00% de chances. E também por que não ía aguentar provocação quando o Palmeiras perdesse... Enfim.

— Quem disse que o Verdão vai perder, palmeirense? Eu vou fazer o impossível dentro de campo para não te ver triste.
— afirma.

— Vou confiar em você, hein.

— Pode confiar, palmeirense!

— Eu preciso ir, tenho que ver como estão os primos, e se a Caroline não fez o que queria fazer com o primo dela.

— Beleza. Tchau, se cuida.

— Tchau. Igualmente! — desligo a ligação, sorrindo.

Fiquei uns minutos com o meu celular nas minhas mãos, ainda pensando nas palavras que o camisa 27 do Verdão tinha falado comigo... Eu senti uma esperança, mesmo que seja pequena, em que um dia... Podemos ficar juntos... Mais ainda é cedo... Mas, eu senti isso.

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Em Teus Braços - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora