06° Capítulo

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Ficamos um tempo assistindo o filme que passava na minha televisão, ou melhor, ficamos mais brigando e arrumando argumentos sobre nossos clubes de futebol, além de criticar o time uma da outra do que ficar queitas, apenas assistindo e curtindo o filme. Foi engraçado até, isso é um fato.

Nem tínhamos visto o tempo passar, só saímos da frente da televisão quando o filme chegou ao fim, e a desliguei, indo na direção do quarto, enquanto Caroline queria procurar alguma coisa para comer na minha geladeira, logo ela surge na porta do cômodo, com uma cara que parecia que tinha acabado de ter mais uma de suas ideias.

— Podemos fazer brigadeiros?
— perguntou me olhando.

— Vamos fazer e deixar para a sobremesa, mais eu não me lembro de ter chocolate aqui em casa. — digo pensativa.

— Como você vive sem CHOCOLATE?!
— minha amiga diz incrédula.

— Calma, só acabou... — coloco minhas mãos em seus ombros.

— Pensei que você fosse doída.
— cruza os braços.

— Por que? — perguntei indo até o meu guarda-roupa.

— Por que quem não gosta de chocolate só pode ser doído. — afirma.

— Vamos ter que ir até o mercado para comprar. — digo pegando um moletom verde com o escudo do Palmeiras.

— Você vai e eu fico aqui fazendo o jantar, assim as coisas ficam bem adiantadas. — propôs.

— Nem pensar, Caroline. Você vai comigo. Por que além de ter sido você que começou com essa sua ideia, você está na minha casa, e dá última vez que deixei você fazer o jantar, quase colocou fogo na cozinha, menina.
— relembro, mais deixo uma risada escapar ao lembrar do jeito em que Caroline ficou. Louca.

— Não precisa lembrar disso.

— Faço questão. — digo vestindo o moletom por cima do cropped cinza.

— Vamos de uma vez, por que já estou morrendo de fome, ainda mais depois dos nossos argumentos. — diz saindo do cômodo.

— Já vou. — a acompanho, pegando as chaves do apartamento.

[...]

Enfrentamos um verdadeiro trânsito, só para chegar em um mercado, ainda mais por conta do horário, por que ainda são 18:45h, e já ía fazer quase 30 minutos que estávamos naquele trânsito, que parecia mais anos. Após pegarmos as ruas esquerda e direita, finalmente Caroline estaciona em frente ao estabelecimento. Saímos do veículo, adentrando o comércio.

Pegamos o que precisávamos, que no caso era o chocolate para fazer o brigadeiro, e Caroline resolveu pegar mais umas guloseimas. Deixei, afinal, cada uma paga sua compra mesmo, como sempre.

Quando estávamos na fila para pagar as compras, escuto o celular tocar, quando ía pegar o meu, percebi que  tinha esquecido o aparelho em casa. Só pode ser o celular da Caroline. Dito e feito. E quem mais seria, além do jogador que é do time rival da mesma? O zagueiro, Gustavo Gómez.

Oi Gómez. — minha amiga cumprimenta o mais velho, animada.

— Oi meninas! — cumprimenta de volta, com seu sotaque espanhol.

— Por que você ligou? — perguntou curiosamente.

Você não quer jantar comigo, amanhã, depois que eu chegar do treino?
— pergunta esperançoso.

Vocês vão se casar? — perguntei em um tom de brincadeira.

Não. — Gómez diz negando.

— Eu aceito, Gómez. — diz pegando as sacolas de compras.

Amanhã, ás 19:00h.

Anotado. — diz piscando um dos olhos na direção do camisa 15.

— Que fofos. — digo abrindo o porta-malas para Caroline.

— Para com isso, Ágatha. — minha amiga chama minha atenção, séria.

— "É o amor, que mexe com minha cabeça e me deixa assim". — brinco mais uma vez com um sorriso em meus lábios.

— PARA! — gritou fechando o porta-malas com força.

— Nossa, calma, agressão ao próprio carro, Caroline Costa. — digo entrando no veículo.

— Pensando bem... E você que toda no camisa 27? — pergunta entrando no veículo e colocando o celular em uma posição melhor.

— A Ágatha tá gostando do Richard Ríos?! — Gómez pergunta desacreditado.

— Não. Nem pensar! — digo negando.

— Pensando bem, Ágatha... Vocês dois formam um casal bonito. Se quiser, te ajudo nessa, beleza? — se dispõe.

Eu não gosto de ninguém. — neguei mais uma vez.

Amanhã conversamos mais, Gómez. O meu celular está em 1% de bateria.
— diz pegando o aparelho.

— Então, até amanhã.

— Tchau, tchau. — encerra a ligação, guardando o celular no bolso.

— Que história é essa de dizer para ele que eu estou gostando do Richard, Caroline? — perguntei cruzando os braços.

— Você que começou... — se defende.

— Você deveria ter ficado em casa, isso sim, pelo menos eu não ía precisar ter esse medo agora do Gómez contar para todos os jogadores, inclusive o Richard, que mal nós conhecemos direito e eu já estou gostando dele. — digo irritada.

— E ele conta mesmo, viu?

— Quê? — perguntei olhando para minha amiga.

— Brincadeirinha. — diz sorrindo.

— Por que você foi fazer isso, hein?

— Relaxa, ele não conta nada. O Gómez sabe guardar segredos meus e das minhas amigas, que no caso é você. Pode colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila, amiga. — afirma.

— Espero mesmo.

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Em Teus Braços - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora