22° Capítulo

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Capital Paulista, São Paulo. 19 de Abril de 2023.

Ágatha Fernandes

- Graças a Deus, Caroline! - digo ao vê-la em minha frente.

- Engraçado, quando venho aqui na sua casa sem te avisar, você reclama, e quando eu não venho, você surta.
- adentra o cômodo.

- Por que eu quero contar uma coisa para você... - fecho a porta.

- Você disse isso várias vezes na ligação, Ágatha. - afirma.

- Sim, eu sei.

- Então, fala logo! O que é? - perguntou sem ânimo.

- Melhora essa cara, Caroline! Cruzes! Parece que chupou um monte de limão azedo. - cruzo meus braços.

- Tô com sono, né? - boceja.

- Uma hora dessas? Você ainda dorme de tarde, menina? - perguntei incrédula.

- Algum problema? - ergue uma de suas sobrancelhas. E outra, CONTA LOGO O QUE É. - gritou.

- O Ríos apareceu aqui em casa ontem, eu ainda queria saber como ele ficou sabendo que eu estava triste por causa da polêmica... - fingi estar pensativa. Talvez seja por obra de Caroline Costa Figueiredo?

- Meu amor, eu sou uma artista, né?
- diz se gabando.

- Claro, Caroline. - concordei irônica. Não tinha outra pessoa que saiba até as senhas dos meus cartões além de você.

- Te ajudei, linda. - manda um beijo no ar. Aconteceu algo? Me diz, por que estou curiosa. - diz me olhando.

- Caroline... Nem sei como explicar.

- Dá um jeito, mulher. Por que eu quero saber, nem adianta. - me apressa.

- Foi bons momentos... Eu gostei de passar um tempo com ele. - digo com um sorriso em meus lábios.

- Até parece que vou me contentar só com um resumo de como foi as coisas entre vocês. - balança a cabeça negativamente.

- Aconteceu que... Estávamos fazendo uma receita que minha avó fazia quando eu ía na casa dela, e, começou aquela "brincadeira" de passar cobertura um no rosto do outro, e quando eu fiz um coração no rosto dele, por que ele tinha feito no meu antes, eu disse que ele tinha começado primeiro, mais ele me respondeu que... Ah, "Por que eu amo minha palmeirense". - fiz aspas com os meus próprios dedos.

- SÉRIO? ELE DISSE ISSO? - perguntou com um sorriso.

- Sim... E, eu até tinha falado que você disse que ele não é de demonstrar sentimentos facilmente, nisso, perguntei para ele, se ele, possivelmente, estava afim de mim e...
- sou interrompida.

- Ele disse que sim... E, vocês estão namorando, não é isso? ME DIZ, ÁGATHA FERNANDES. - gritou curiosamente.

- Continuando... A resposta que eu consegui obter foi um "e se eu estiver", e eu apenas disse, "e se", por que esses "e se" sempre são uma dúvida. O mesmo perguntou de mim, apenas respondi o mesmo, e acabou que no final, ele disse que estava apaixonado em uma menina palmeirense, só que tinha medo da rejeição... Eu acabei dizendo que era pra ele deixar esse medo de lado... E, foi isso, Caroline. - conclui.

- Ainda estou processando... - diz olhando para um ponto fixo.

- Sem problemas.

- Ágatha, por que você não disse que você gosta dele? - perguntou com uma de suas sobrancelhas erguidas.

- Eu até pensei, mas... - sou interrompida.

- Tudo tem um "mas". - faz aspas com os dedos. Mas?

- Eu tenho medo, afinal, as vezes pode ser eu, mais as vezes não pode ser.
- conclui minha fala.

- Você tem um ponto sobre isso! Mas pensa comigo, pelo jeito que ele está agindo com você. Vocês estão ficando cada vez mais próximos. É óbvio que ele está apaixonado por você, ainda mais pela maneira que isso ocorreu ontem, Ágatha. Meu Deus. - passa as mãos no rosto, desacreditada.

- Será? - perguntei pensativa.

- É, ÁGATHA! - gritou me fazendo levar um leve susto.

- Eu não sou surda. - aviso.

- Amiga, você tava com a oportunidade nas mãos, por que você não deixou as palavras saírem por conta própria, hein? - perguntou com suas mãos em meus ombros.

- Incertezas, Caroline! - afirmo.

- Não tem esse negócio de INCERTEZAS. - se afasta. Ágatha Fernandes Silva, se você deixar, na próxima vez, escapar essa oportunidade, e não dizer... - a interrompi.

- E se eu fazer um papel de trouxa?
- perguntei cruzando meus braços.

- Você nunca vai saber o que realmente estar por vim, antes de tentar algo, Ágatha. - suas palavras saíem em questão de segundos, na ponta da língua.

- Parecia que você estava querendo falar essa frase filosófica já fazia um longo tempo... - instalo os dedos.

- E achei uma oportunidade perfeita!
- comemora.

- Claro, como sempre... Sobra para mim mesmo, já é meu costume. - de ombros.

- Mais agora é sério, não faz isso denovo, não deixa passar, se você realmente gosta dele, ao menos, tenta, as vezes pode dar certo, como na maioria das vezes pode dar errado também... Como na maioria dos seus "ficantes". - faz aspas com os dedos.

- Eu sei. Obrigada, Caroline.

- Ah, esqueci de dizer, vamos viajar para Belo Horizonte curtir o feriado na sexta-feira. Podemos ir na quinta-feira à noite, e só voltar domingo de tarde.
- diz com animação.

- Realmente preciso sair de São Paulo.
- concordei.

- Já combinei tudo com minhas tias, uma delas vai deixar nós dormir lá na casa dela, que é uma mansão.

- A Glória? - perguntei sorrindo.

- Sim, essa mesmo. - confirma.

- Sinto falta dela, vai ser bom vê-la novamente, depois de quase 03 anos.

- Sim, inclusive, podemos visitar alguns lugares por lá. - diz sorrindo.

- Claro.

- Vou passar o resto de tarde por aqui mesmo, à noite volto pra minha casa.
- avisa. Já sou de casa mesmo. - diz convencida.

- Folgada, né? - balanço minha cabeça negativamente.

- Best friends, more! - faz um coração com as próprias mãos em minha direção.

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Em Teus Braços - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora