𖤍𖡼↷ 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄

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Eu não sabia o que fazer

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Eu não sabia o que fazer. Acredito que ninguém nasce preparado para ver o amor da sua vida morrer em seus braços. Eu definitivamente não estava pronto para aquilo, mesmo sabendo que os dias de Fuyuki estavam contados. Quando ele caiu ali, prestes a selar nosso casamento, foi como se eu estivesse vendo meu mundo inteiro ruir. Um grito ficou entalado na minha garganta até que não foi mais possível o segurar, minhas mãos agarrando Fuyuki com força e meu coração acelerado dentro do peito. Mas o dele... Eu sentia seus batimentos irem diminuindo embaixo da palma da minha mão, me fazendo ficar ainda mais desesperado do que eu já estava.

-Eu te amo. - Fuyuki não parava de repetir isso, cada vez mais fraco, cada vez mais baixo, como se caso não o dissesse, fosse se arrepender amargamente.

-Você não vai morrer, Fuyuki! - eu disse, mas meu desespero era evidente. Qualquer um poderia sentir. -Fuyuki! - quando seus olhos se fecharam, eu sabia que não tinha mais o que fazer. Fuyuki não tinha mais tempo nenhum; era como se tudo o que tivéssemos construído até aquele momento tivesse ruído completamente. Porque eu estava perdendo o amor da minha vida, e não tinha absolutamente nada que eu pudesse fazer para evitar isso enquanto me agarrava com força ao corpo dele, minhas lágrimas de desespero caindo.

Eu conseguia escutar pessoas falando comigo, mas eu não entendia o que estava acontecendo. Vendo agora, tenho certeza que fiquei em choque naquele momento, sem saber exatamente o que fazer, o que pensar, como reagir. Só sabia que eu não teria mais Fuyu comigo no dia seguinte, e aquilo era uma dor que parecia rasgar meu peito de fora a fora. Era algo que eu não queria passar outra vez, e muito pior: ver Fuyuki morrer em meus braços sem poder fazer nada era como se tivessem arrancando algo de dentro de mim sem que eu pudesse impedir.

-Me solta! - eu gritei com raiva quando me puxaram para longe de Fuyuki. Eu sabia que era meu pai e o tio Izuko, e todo o que eu menos precisava naquele momento, era de alguém me enchendo o saco, dizendo que eu não podia fazer mais nada. -Me solta, agora! - minha raiva e dor era algo que eu não podia controlar, e pegando os dois de surpresa, e até mesmo a mim, minha individualidade deu as caras, os jogando para longe. Não tão longe, claro, mas o suficiente para me livrar de seus apertos.

-Shin! Pare, agora! - a voz séria e dura da minha mãe me fez travar antes mesmo que eu pudesse dar um passo. Me virei o sufuciente para ver seus olhos vermelhos cheios de lágrimas, mas sua fúria era ainda maior. E eu sabia que ela sabia de algo. -Pare com isso! - e eu estremeci ouvindo a voz potente da minha mãe, que tinha o poder de causar mais medo do que qualquer outra coisa. Menos que a dor de perder meu amor; porque nada seria pior que aquilo.

Foi só nesse momento que percebi minha madrinha, Atsuko Todoroki, agachada ao lado de Fuyuki, sua mão sobre o peito dele. Eu não entendi o que ela estava fazendo a princípio, e talvez se tivesse entendido, teria tentado a impedir. Mas ninguém parecia compreender, apenas uma pessoa: minha mãe. Porque vendo as lágrimas escorrendo pela sua bochecha, eu sabia que não era só por causa de Fuyuki que ela chorava. Não, era mais que isso. Era pela minha madrinha. Porque minha madrinha estava perdendo a cor enquanto Fuyuki a ganhava. E foi ali que eu entendi o que estava acontecenddo.

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