ITIIITIATIIHYLIHYL

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Música-Título: BLACKSHAPE - ITIIITIATIIHYLIHYL

Storybrooke, começo de 1976.

Sentada na lanchonete de Granny, Cora relia Fahrenheit 451 e tomava um café, sentia-se ansiosa por causa dos preparos para o casamento que seria dali alguns meses com Henry. Nunca pensou que tivesse tanta coisa para fazer, mas não queria pensar em nada daquilo no momento. Todavia sua atenção é roubada quando uma jovem loira de cabelos na altura dos ombros entra no recinto. Seu rosto era completamente diferente do que já havia visto em sua vida. Logo repara em algumas tatuagens espalhadas pelo braço dela e a observa procurar por qualquer pessoa no balcão, mas não havia nenhum atendente e Granny havia saído rapidamente.

— Posso te ajudar? – Cora pergunta ao se levantar.

— Claro... Se não for um incômodo, senhorita...? – Os olhos verdes logo se encontram aos escuros.

— Mills, Cora Mills. – Se apresenta. — Pode me chamar só de Cora.

— Hawk, Samantha Hawk. — Apresenta-se e a cumprimenta com um aperto de mão.

— Então... Como posso ajudá-la? – Pergunta novamente e a convida para se sentar onde ela estava antes.

— Minha moto quebrou e preciso de uma oficina, além de um lugar para dormir nesse período.

— Aqui mesmo tem a pensão da Família Lucas, tenho certeza de que ficará bem hospedada. – Abre um sorriso caloroso. — A oficina fica no final da rua.

Invés de sair apressada para levar sua moto, Sam fica ali conversando com Cora sem perceberem o retorno de Granny ou as horas passarem.

As semanas passavam voando e o casamento de Cora se aproximava cada vez mais, mas não conseguia sentir por Henry nada além de carinho. Sabia que ele era um rapaz bondoso e extremamente respeitoso, mas sentia seu coração bater mais forte por Sam. Não conseguia ficar sem pensar na amiga que acabou fazendo de forma inusitada. O que era apenas uma semana de espera para a moto ficar pronta acabou se tornando uma permanência sem prazo.

Sabia que aquele final de semana era folga de Sam e decide ir até a pensão chamá-la para um piquenique. Ainda não tinha coragem de assumir seu sentimento pela outra, mas se conheciam tão bem, como se tivessem sido feitas uma para outra.

A caminhada até a pensão é rápida e logo vê quem ela mais queria no salão, tomando um café.

— O que acha de fazermos um piquenique? – Cora pergunta assim que se senta com Sam.

— Eu estava indo fazer a mesma sugestão... – Sam diz puxando uma cesta do seu lado.

Apenas se olham e saem juntas para a moto de Sam, onde vão até um parque fora da cidade e caminham até uma clareira mais afastada, onde poderiam ficar a sós. Ajeitam as coisas no gramado e ficam ali brincando uma com a outra até tropeçarem e Sam cair sobre Cora. Seus olhares não desviavam um do outro e aos poucos seus lábios vão se aproximando, iniciando um beijo suave. Sentiam-se prestes a explodir, os beijos logo se tornam mais intensos e Sam interrompe rapidamente, se afastando.

— Sam, o que houve? – O olhar preocupado de Cora mexia demais com seu coração naquele momento.

— É que... Eu não posso... – Diz com certo medo. — Todos que me envolvi acabaram sempre me repelindo por eu ser como sou...

— Ser como? – A olha sem entender.

— Eu sou uma mulher trans, Cora...

Cora a olha tranquila e toca o rosto dela com suavidade.

— Sam, eu te amo pela mulher que você é. O resto é detalhe. ­ – Sussurra.

— Cora. – Diz com a voz alterada pela emoção. — Eu também te amo. – Sussurra de volta, sorrindo de orelha a orelha.

The Stranger GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora