One more light

Capítulo 24 - Uma conversa necessária

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Namjoon

No dia em que dei meu primeiro beijo na Sofi eu senti como se o mundo tivesse parado e só existisse ela e eu naquele mar. Há muito eu não me aproximava de alguém com algum sentimento.

Eu me permiti ser eu mesmo e fazer ela feliz. Se tudo desse certo, eu poderia me abrir com ela e nós iríamos nos curar juntos.

Eu sei que a Sofi tem um passado. Eu não me esqueci do dia que ela citou o tal embuste. Eu também tenho meu passado, que vai além da Soo Min.

Mas deu tudo errado. Algo que eu fiz ativou um gatilho nela e eu não tive reação. Eu me senti mal, frustrado e culpado. Eu não queria fazer mal a ela e ver ela correndo de mim daquele jeito acabou comigo.

De todos os meus sentimentos, eu escolhi a raiva. Quando voltamos e eu decidi procurá-la, eu a vi com outro cara. Não seria um problema, mas ela permitia que ele segurasse sua mão e ela não estava relutante com aquilo.

Ela fugiu de mim, mas não fugiu dele, também não fugiu dos abraços do Hobi ou da dança com o Yoon. Ela só fugiu de mim. O que quer dizer que eu faço mal a ela, algo em mim lhe causa repulsa e ela sente a necessidade de se afastar.

Tudo aconteceu muito rápido. Eu estava machucado e triste.

Quando a vi na primeira fila do meu show, curtindo cada momento, como se nada tivesse acontecido entre nós, sem ao menos me mandar uma única mensagem, nem que fosse pra falar para esquecermos ou que iríamos conversar depois, mas não, ela só apareceu lá, linda e alegre. Entregue à energia do RM no palco.

Eu me descontrolei, senti raiva e dor. Falei coisas pesadas sobre ela. Quando descemos até a garagem e eu vi o carro dela, meu coração disparou. Quando percebi que ela não estava lá, minha vontade foi de ir atrás dela, mas eu não iria fazer isso. Eu escolhi a raiva.

Naquele dia, tentei ficar com uma garota aleatória. Não consegui. Ela estava entregue a mim e disposta a fazer tudo o que eu queria, mas apenas o olhar da Sofi, cheio de lágrimas, vinha à minha mente.

Até o dia em que ela me mandou aquele e-mail, da forma mais profissional possível, eu não conseguia respirar. Vê-la entrando naquela sala, com tanto poder e ódio, acabou comigo.

Eu sou orgulhoso demais, sei que minhas palavras podem ferir e dificilmente eu consigo resolver as coisas. Mas eu tentei ir atrás dela de novo.

E ela me olhou com ódio e desejo. Ela jogou na minha cara tudo e eu me senti envergonhado de ter agido assim com ela. Quando ela me beijou, eu senti uma tristeza profunda. Eu percebi, naquele momento, que eu não era o único machucado. Eu a machuquei, a quebrei. A menina de sorriso lindo e olhar triste deu lugar a uma mulher indiferente com sorriso sarcástico.

Perder a Sofi está doendo tanto quanto doeu perder a Anne, se não mais.

A Anne tentou lutar contra os seus problemas e eu cheguei tarde demais, a perdi para sempre. Nunca mais iria vê-la, nem sentir seu cheiro ou ouvir sua risada. Mas perder a Sofi é ainda pior, porque ela ainda está aqui. Eu a vejo, a ouço, a sinto, mas a distância entre nós é maior que a morte.

Eu me permiti gostar dela.

E a perdi.

Sou um babaca por me render assim a alguém de novo. Mais babaca ainda por perder ela pra algo que eu não sei o que é de fato. Não sei se foi algo que falei ou algo que fiz. Ela simplesmente foi embora.