Amor Em Frente as Câmeras | Chaesoo G!P

🖤22💖

JISOO POV'S

Cada passo em direção ao aeroporto parecia um arranco do meu coração. Deixar Rosé para trás era como abandonar parte de mim mesma. O brilho da oportunidade na turnê era ofuscado pela dor de vê-la ficar para trás, lutando uma batalha que eu sequer sabia que existia.

Antes de sair da casa dela, eu olhei para trás uma última vez, vendo o sorriso forçado de Rosé, tentando ser forte por mim. Mas aqueles olhos, tão cheios de amor e tristeza, perfuraram minha alma. Eu queria ficar, segurá-la nos meus braços e prometer que tudo ficaria bem. Mas a estrada me chamava, e eu precisava seguir em frente.

Cada ligação, cada mensagem, eram como tentáculos do meu coração estendidos através da distância, buscando desesperadamente confortá-la. Eu queria ser o abraço que ela precisava, mas tudo o que podia oferecer eram palavras, meros fragmentos de afeto.

Nos momentos de silêncio nos camarins, antes de subir ao palco, era ela quem eu pensava. Cada música que cantava parecia uma declaração de amor, uma tentativa de alcançá-la de alguma forma, mesmo estando a quilômetros de distância.

O aplauso do público, os holofotes, tudo parecia perder o brilho comparado ao sorriso dela. Meu coração se dividia entre o sonho que perseguia e o amor que deixei para trás. Cada vez que eu cantava uma música romântica, o rosto de Rosé se materializava na minha mente, e eu só desejava que ela soubesse o quanto significava para mim.

A distância era uma ferida que ardia a cada momento longe dela. A cada cidade nova, a cada fã que me elogiava, era Rosé quem eu queria ao meu lado para compartilhar essas conquistas. Mas enquanto brilhava nos palcos, uma parte de mim ansiava pelo dia em que voltaria para casa, para os braços dela.

Agora, eu estou nos palcos de São Paulo, cantando alegremente as minhas músicas, porém, com um vazio no meu coração que faz eu não ter tanto brilho. Meu sorriso brilha, mas meus olhos não.

Gente, vamos fazer uma acapella de Shine? perguntei no microfone e todos gritaram. Sorri para a multidão e indiquei para que Beomgyu começasse a gravar. Três, dois, um...

- Can you make me shine? I need you by my side. Just as winter needs summer; Just as the bird needs the flower; I need you to make me shine - todos catarolaram juntos, fazendo-me arrepiar e ajoelhar no chão enquanto sentia a vibração da música. - Can you be part of my life?

- Will you get used to me by your side? Do you think I won't love you forever? Do you want us to be together? I want you to make me shine...

- Eu te amo, Rosé! - disse no microfone assim que acabaram de cantar o refrão da música.

Gritos e assobios foram escutados após a minha fala, trazendo um barulho bom e imenso para os meus ouvidos.

***

O telefone tocou com urgência, interrompendo o momento de preparação para o próximo show. Ao ouvir a voz trêmula da Lisa do outro lado da linha, meu coração gelou.

- O que foi, Lisa?

- Jisoo, é a Rosé... ela... ela tentou... - a voz dela se quebrou em soluços.

O mundo parecia congelar enquanto as palavras ecoavam na minha mente.

- O quê? O que aconteceu com a Rosé? - minha voz vacilou, as palavras se recusando a sair. O desespero e a angústia se misturaram, a ideia de Rosé passando por tanto sofrimento era avassaladora.

Minhas mãos tremiam, e a respiração se tornou difícil. As palavras mal conseguiram escapar dos meus lábios.

A notícia atingiu como um raio, fragmentando meu foco, meu propósito. Em um instante, tudo mudou. A turnê, os shows, os países por visitar... tudo perdeu o significado diante da terrível realidade que se desenrolava a milhares de quilômetros de distância.

A decisão foi instantânea e avassaladora.

- Jisoo, tá na hora de você entrar... O que aconteceu? - perguntou o meu empresário ao lado da minha irmã.

- Eu preciso ir para casa, agora declarei, - minha voz soando firme apesar do desespero que me consumia por dentro. As lágrimas escorriam, uma mistura de medo e determinação.

Sem pensar duas vezes, cancelei tudo. Deixei o palco onde estava, deixei os fas, os países, os compromissos. Nada importava mais do que estar ao lado de Rosé naquele momento. Abandonei a turnê pela metade, deixando para trás um turbilhão de expectativas, contratos, e fãs decepcionados.

O voo de volta foi uma eternidade. Cada minuto era uma agonia, a incerteza e o medo martelavam implacavelmente na minha mente. Passei horas encarando a escuridão da janela do avião, imaginando mil cenários, mas todos levando ao mesmo lugar sombrio.

Ao chegar, corri desesperadamente para o hospital, onde Rosé lutava pela vida. Cada passo parecia uma maratona, meu coração batendo tão forte que pensei que poderia estourar. Ver Rosé naquela cama, pálida e frágil, conectada a máquinas, foi como um soco no estômago.

Segurei sua mão, implorando silenciosamente para que ela acordasse, para que soubesse que eu estava ali, que eu a amava mais do que tudo. Meu coração se partiu em mil pedaços, vendo-a naquela situação, desejando poder trocar de lugar com ela, suportar sua dor.

O peso da culpa e da preocupação me sufocava, me lembrando de que, enquanto eu brilhava nos palcos, uma tempestade silenciosa devastava a pessoa que eu mais amava.

A turnê que tanto trabalhei para conquistar agora parecia insignificante diante da luta de Rosé pela própria vida.

Terminei a turnê mais cedo do que qualquer um poderia imaginar. Deixei vários países sem o meu show, mas nada disso importava diante da urgência de estar ao lado de Rosé, de segurá-la, de cuidar dela, de mostrar a ela que não estava sozinha, que eu estava ali para ajudá-la a encontrar a luz no meio dessa escuridão devastadora.

Os shows cancelados, os países decepcionados, tudo se tornou insignificante em comparação ao desafio de ajudar Rosé a se reerguer. Não importava o que estava perdendo lá fora; meu mundo, meu foco, estava em ajudar a pessoa que amo a encontrar a luz novamente.

Chorei 😭