3

1.3K 114 68
                                    

Depois que cheguei em casa do primeiro encontro com Kessy, quando peguei o meu celular, havia uma mensagem dela.

"vc podia ao menos ter me beijado essa noite"

Eu conseguia imaginar Heyez indo se deitar frustrada porque me afastei quando ela tentou ir para cima de mim, assim que saímos do bar. Eu queria que ela fosse dormir naquela e nas outras noites que se seguiriam pensando nisso, pensando em mim, imaginando o que poderia ter acontecido, fantasiando coisas que poderiam acontecer.

No encontro seguinte, fiz o mesmo.

Eu poderia afirmar perfeitamente que a garota se revirava em sua cama antes de pegar no sono durante as duas últimas semanas que se passaram.

Naquela noite, eu a convidei para ir ao cinema.

Se Kessy tinha expectativas de me beijar nesse encontro, não demonstrou, e nem tentou. Ela estava começando a entender, e a ser mais paciente. Eu a recompensaria por isso.

— Gostou do filme? — perguntei quando saímos da sala ao fim da sessão.

— Gostei. E você? — andamos devagar pelo enorme cinema, desviando de pessoas vindo em todas as direções.

O lugar estava lotado. Era dia da estréia de um novo filme de uma franquia muito famosa.

— Não gostei muito.

— Sério? — olhou para mim como se não acreditasse.

Dei de ombros.

— Não é o meu gênero preferido.

— E qual é?

— Ficção científica.

— Por que aceitou quando escolhi um filme de ação?

— Porque eu sabia que você ia gostar — pisquei para ela, que sorriu com sarcasmo.

— Hum. Já me conhece bem assim?

— Você me disse em uma das nossas conversas que o seu tipo preferido de filme era ação — peguei na mão dela, a puxando para fora do cinema e levando para o estacionamento.

— E você presta atenção em tudo o que falo? — arqueou a sobrancelha em deboche, suspeita de algo.

Encarei ela, intrigado.

— Com que tipo de homem você costumava conversar?

Ela deu de ombros enquanto andava.

— Aqueles que só se lembrariam de algo que eu falei se fosse uma frase, sei lá, dizendo o que eu tô usando por baixo da roupa, ou o dia que vamos transar. Qualquer coisa que dê para relacionar a sexo.

Paramos em frente à minha moto.

— Todos eles só querem te levar pra cama — afirmei.

— É, só o único cara que eu quero que queira me levar pra cama, que não. Sorte a minha. — ironizou.

Ela mal sabia.

Eu a olhei intensamente por um breve segundo antes de esticar o capacete para ela pegar.

— Quer comer algo? — mudei de assunto.

Kessy balançou a cabeça.

— Acho que sim.

— Então vamos. Já está ficando tarde.

Nos levei ao McDonald's. Por conta do horário, não tinha muita gente. Fiz o nosso pedido, peguei quando estava tudo pronto e voltei para a mesa com a bandeja em mãos. Em vez de me sentar de frente com a Heyez, eu ocupei o espaço ao seu lado. Foi tudo muito rápido e imprevisível. Meu braço se apoiou ao lado da cabeça dela, o cotovelo sobre a superfície do encosto do assento. A garota não teve nem tempo de estranhar ou se assustar com a minha proximidade e o meu corpo se inclinando sobre ela. Eu já estava com os lábios na boca dela, antes mesmo de ela se surpreender. Certamente, Kessy não esperava por aquilo, mas em momento algum demonstrou não querer, muito pelo contrário. Senti ela estremecer com o primeiro contato da minha língua. E ela rapidamente ficou apressada, seus lábios se esfregando com mais vontade. Mas eu estava no comando daquele beijo, e eu obrigava as nossas línguas a irem devagar. A garota tremeu quando minha mão apertou sua cintura e depois se enroscou nos fios de cabelo atrás do pescoço dela. Ela ofegou na minha boca quando essa mão se pôs entre as suas pernas e apertou uma coxa com força. Quando terminei, Heyez estava trêmula de tesão.

— Vamos comer antes que esfrie — falei baixo, minha voz rouca após o beijo.

Peguei uma batata frita e coloquei na boca enquanto observava Kessy olhando ao redor, envergonhada porque todos que estavam lá notaram o que tinha acabado de acontecer. Eu não estava nem aí.
Ela tentava não demonstrar, mas ficou nervosa depois daquilo. Ela tinha gostado e suas pernas se apertando uma na outra debaixo da mesa deixavam evidente o efeito que causei nela. Desajeitada, ela comia o seu lanche. Descontraída, respondia as coisas que eu falava com ela. Mas eu sabia que não prestava muita atenção em nada do que eu falava, em nada além da excitação que escorria entre suas pernas, molhando sua calcinha.

Eu podia jurar que Heyez não se aguentava de expectativas.

Quando fomos embora, eu apenas deixei ela na porta de sua casa e fui embora, sabendo exatamente que, mais uma vez, mais uma noite, ela iria se sentir frustrada, inquieta e carente ao ponto de ter que fantasiar comigo para se satisfazer antes de finalmente conseguir dormir.     

____________________________

      Gostou e quer continuar lendo?

sim? legal! mas antes, deixa um comentário, favorita com uma estrelinha e me segue!

   isso me motiva a continuar escrevendo ✨

   ____________________________

Babygirl Onde histórias criam vida. Descubra agora