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No dia seguinte, sábado, já de tarde, Kessy me mandou uma mensagem querendo saber se iríamos nos ver. Estava frio, chovendo. Eu disse que o clima era bom para ela vir em casa assistir a um filme comigo. Heyez pareceu adorar a ideia, pois aceitou a proposta imediatamente. Quando ela chegou no meu apartamento, eu abri a porta e a garota ficou parada me olhando como se não soubesse a forma com que me cumprimentar.

— Oi, JK — disse, mordendo o lábio.

— Oi, anjo — respondi com um sorriso preguiçoso.

Fiquei de lado, encostando as costas no batente da porta, dando espaço para ela entrar. Kessy passou por mim, mas de repente, parou e deu meia volta. Rapidamente, tocou a minha boca com seus lábios. Ela teve que se apoiar no meu peito e ficar na ponta dos pés para fazer isso, o que tornou desfavorável que aquele selinho se tornasse um beijo, já que eu não ajudei para aquilo acontecer.

Ao se afastar, ela parecia tímida e confusa pelo que fez, provavelmente porque fora um ato realizado por impulso.

— Não sei porquê fiz isso. Acho que foi o calor do momento.

Inclinei a cabeça para o lado com um sorriso pretensioso.

— Eu devo ser irresistível — brinquei.

— Pior que você é — ela concordou, se fazendo de irônica. Era o jeito dela de não se envergonhar ao falar algo. — Irresistivelmente gostoso. E charmoso até mesmo com o cabelo bagunçado, calça moletom, camiseta e meias, todo natural assim. Na realidade, acho que você fica ainda mais atraente assim. Foi por isso que não aguentei a tentação, está explicado. Viu?

— Sua justificativa faz todo sentido. — sorri, me sentindo bem com os elogios.

Depois de fazermos pipoca, brigadeiro e achocolatado com leite quente e creme de avelã, Heyez e eu fomos para a sala. Escolhemos um filme, fechamos as cortinas e apagamos as luzes, deixando apenas a fita de led vermelho ligada. Nos sentamos no sofá, ela de um lado, eu do outro.

Assistimos quase uma hora e vinte minutos de filme, até eu olhar para o lado e ver, no rosto emburrado de Kessy, que ela estava frustrada com alguma coisa. Meu lábio se curvou num sorriso. Eu sabia. Havia prevido, quando disse a ela sobre assistirmos a um filme em casa, que a garota iria interpretar como algum tipo de desculpa para transarmos.

Mal sabia ela.

Tive que segurar um outro sorriso quando Heyez se levantou para colocar a caneca sobre a mesinha e, ao voltar, se sentou mais perto de mim de propósito. Fingi não perceber, mas sorri discretamente, sabendo o que ela pretendia.

Quando a garota passou a movimentar o pescoço como se estivesse desconfortável com um incômodo muscular, eu resolvi provocar ela de um jeito sútil, esticando o braço por trás dela e começando a roçar e apertar os dedos em sua nuca, fazendo um carinho no cabelo daquela região e massageando o seu pescoço. Kessy se derretia com o toque, a julgar pelas mordidas que dava em sua boca e em como fechava os olhos, alertando as coxas uma na outra.

Em determinado momento, Heyez montou no meu colo e me beijou com pressa. Eu não tentei parar ela, e nem queria, pelo contrário. Aliás, era isso o que eu esperava desde o momento em que tinhamos ido para a sala. Eu estava apenas esperando ela não aguentar mais. Eu gostava de empurrar a garota a um estado onde ela não conseguia se conter de tanta vontade acumulada.

Nos primeiros momentos, os lábios dela eram ágeis nos meus e sua língua rolava frenética na minha. Depois, apesar da pressa de Kessy, o beijo passou a ser calmo. Eu estava obrigando que fosse mais devagar. Minha boca tomou o controle e dominou a dela sem dificuldade. No começo, ela até prestou resistência, porém logo cedeu. Eu sorri durante o beijo porque gostava da sensação de fazer ela ceder, de fazer ela perder a cabeça em relação a mim. Sua respiração estava afoita, suas mãos, ansiosas. A garota tocava, alisava, apertava e arranhava meus ombros, braços, pescoço, peito e abdômen. Ela puxava meu cabelo. Mordia meu lábio. Chupava a minha língua. Suspirava na minha boca. Ela estava com tesão pra caralho e eu nem tinha feito nada.

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