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Era sábado novamente, e Heyez queria me apresentar um lugar novo. O canto da minha boca se curvou num sorriso quando o endereço que ela me deu nos levou a uma boate.

À noite, com aquelas luzes neon de tom vermelho e rosa escandaloso, o local parecia uma casa noturna de prostituição.

— Eu sei o que você tá pensando — ela falou ao descer da moto, me entregando o capacete. Percebi que segurava a vontade de rir. — Não é um puteiro, eu juro.

Encarei ela, dando uma risada incrédula enquanto negava com a cabeça e desci da moto.

Entramos, deixando os capacetes num guarda volumes e fomos indo em direção ao bar. O local estava lotado, com música agitada, vozes, gritos, gente dançando, cantando, bebendo, fumando, ficando, fazendo de tudo.

— Como você conhece esse lugar? — eu gritei por causa do som alto.

Kessy estava andando na minha frente, segurando a minha mão e abrindo passagem para nós entre a multidão de pessoas.

— Estive aqui com a Bry semana passada — gritou, olhando para trás.

— Ah, é? — brinquei, encarando ela com a sobrancelha arqueada.

— Eu sou uma garota que é fiel — Heyez disse, se sentando numa banqueta livre do bar e se virando de frente para mim. Não tinha uma outra banqueta para eu me sentar, mas eu não me incomodava com isso. — Não quebrei nenhuma das regras do nosso relacionamento que não é um namoro — ironizou ela, o olhar erguido na minha direção. A nossa diferença de altura se tornava mais evidente quando ela estava sentada e eu de pé. — Eu me... me comportei, JK. Do jeito que você falou pra eu fazer.

Aproximei o mais perto possível dela, ficando entre suas coxas abertas, e levei minha boca até sua orelha para falar em seu ouvido.

— Eu sempre soube que você era uma boa garota.

Senti ela tremer, o que me fez sorrir. Ao me afastar novamente, encontrei seus olhos cheios de malícia, o seu lábio sendo preso entre os dentes e um sorrisinho pervertido curvando o canto de sua boca.

— O que vão beber? — a barman, ou bargirl, perguntou, chamando nossa atenção.

— Eu vou de tequila — Heyez respondeu a ela, sem desviar o olhar do meu.

— Pra mim um copo de whisky, por favor.

— Qual? — a moça questionou.

— Um de sua escolha.

Olhei para a bartender e pisquei para ela. Eu estava ciente de Kessy me olhando. Queria provocar ela, apenas por pura brincadeira. Talvez eu fosse um babaca por isso, mas eu sentia uma certa curiosidade de saber como a garota iria reagir.

A mulher se virou para pegar nossas bebidas e eu senti um cutucão na minha cintura. Quando olhei para baixo, encontrei Heyez de olhos semicerrados. Meu lábio se curvou.

— O que foi? — fingi inocência.

— Nada — disse ela, emburrada.

— Ciúmes, anjo? — provoquei.

— De você? Acho que não — riu com deboche. — Nem é meu namorado, né?

A bartender deixou nossas bebidas em cima do balcão e Kessy as pegou, me entregou a minha e se preparou para tomar a dela.

— Então qual o problema aqui? — eu a desafiei a admitir.

Ela tomou a dose de tequila num só gole e olhou para mim, ácida.

— Apenas se comporte — rebateu, usando minhas próprias palavras de forma sarcástica e piscando para mim.

Sorri.

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