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Kessy iria da faculdade direto para a minha casa na sexta feira. Nós íamos decidir juntos a programação para aquele dia quando ela chegasse.

Eu tinha acabado de sair do banho quando a garota bateu na porta do meu apartamento.

Ao abrir, recebi dela um olhar de cima a baixo.

Nossa, como você fica gostoso de cabelo molhado — ela disse, com um sorriso safado em sua boca.

— Oi, anjo — falei sorrindo. — Você tem gostado bastante de me chamar de gostoso. É seu novo vício?

— Nem te conto qual é o meu novo vício — riu consigo mesma.

Fiquei sem entender muito bem, mas não pedi melhores explicações.

— Entra aí — dei espaço para ela passar.

Heyez entrou e largou a bolsa que carregava no ombro em cima do sofá.

— Eu acho que hoje a gente podia fazer algo diferente — sugeriu.

— Diferente como? — perguntei, encostando minhas costas na soleira do portal que separava a sala da cozinha.

— Não sei. Só acho — ela se sentou no sofá, tirando o celular do bolso e dividindo sua atenção entre mim e o aparelho.

— Nenhuma ideia nessa cabecinha?

— Ah, estou sem criatividade. Realmente só tenho a vontade de inovar mesmo — disse enquanto seus dedos teclavam rápido alguma mensagem.

— Vamos por eliminação, então.

— Hum... — pensou, ainda digitando. — Não tô afim de ir em lugares lotados. Nem de assistir filme no cinema do shopping.

— Certo. Festas, não. Cinema, não. O que mais?

Ela refletiu por um momento.

— Não quero estar em nenhum outro lugar que não seja aqui — concluiu, guardando o celular e me olhando, finalmente me dando toda a sua atenção.

— Entendi  — balancei a cabeça. — Podia ter falado desde o começo que não tinha com vontade de sair, anjo.

Kessy balançou a cabeça, me imitando, e sorriu inocente.

— Bom, estou dizendo agora.

Dei de ombros, inclinando a cabeça para o lado, meu olhar pesando sobre ela. Boas intenções eu sabia que ela não tinha. E agora que ela havia despertado algo, eu também não poderia dizer que minhas próprias intenções eram inocentes.

— Vamos pensar em algo pra fazermos aqui em casa, então.

— A gente podia... — começou, com seu típico olhar travesso e um sorriso malicioso curvando os lábios.
Endireitei minha postura e encarei ela com a sobrancelha arqueada, cruzando os braços na frente do peito. — Tá, parei — revirou os olhos e sorriu com diversão.

Meu lábio se curvou num sorriso e eu andei até o sofá, me sentando no braço do móvel, de frente para ela.

— Gosta da ideia de cozinharmos juntos? — sugeri.

— Espera, não é mais fácil pedir delivery? Não sei você, mas eu não sou lá aquelas coisas na cozinha, sabe? Não manjo muito da arte de cozinhar, não. Na real, minhas habilidades nisso são até péssimas — disse com um sorriso na boca.

Dei de ombros, sorrindo também.

— Não sou nenhum chef de cozinha, mas sei me virar. Pensei que poderia ser algo legal de a gente fazer junto.

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