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Heyez mal poderia ter adivinhado onde eu a estava levando.

— Sex Shop? — ela disse ao tirar o capacete e descer da moto. — Sex Shop? — repetiu, olhando para a fachada e rindo com deboche. — Você tá falando sério?

O canto da minha boca se curvou com um sorriso.

— Muito sério.

Andei na frente e já fui entrando. Apesar de ter ficado desacreditada e com vergonha, Kessy me seguiu.

— JK, por que... — ela falava baixinho, segurando o riso enquanto cobria metade do rosto com a mão, como se quisesse se esconder.  —  Por que estamos aqui?

Olhei para ela e apenas pisquei.

Continuamos andando até sermos abordados por uma vendedora.

— Olá! Como eu posso ajudar vocês?

— Quero comprar um vibrador pra minha namorada — falei e escutei a garota reprimir uma risada.

Eu estava falando sério e brincando ao mesmo tempo. Minha intenção era realmente comprar um vibrador para ela, mas eu falei de um jeito que sabia que ela implicaria.

— Como é que é? — disse para mim, debochada, a sobrancelha arqueada.

Olhei para ela com provocação nos olhos e um sorriso ameaçando curvar a ponta dos meus lábios. Enquanto isso, a vendedora parada na nossa frente nos olhava com expectativa.

— Não precisa ficar envergonhada, amor. Nem fingir que não tinha me pedido um desses pra usar quando não estiver comigo, porque você não sabe se dar prazer sozinha... E tá tudo bem. Não é vergonha pra ninguém. A moça não vai te julgar.

Acabei não aguentando a vontade de sorrir. Kessy estava me fuzilando com o olhar.

— É verdade, não vou te julgar nem um pouco. Eu vendo produtos com total discrição e sem nenhum pingo de preconceito. Pra mim é a coisa mais normal do mundo! O que chega a ser engraçado é as pessoas ficarem morrendo de constrangimento e tratarem o prazer como um bicho de sete cabeças, e não é — a vendedora sorriu gentilmente. — Vamos lá, menina, deixa disso! Aproveita que seu namorado vai te dar esse presentão maravilhoso. Eu sou suspeita pra falar, mas eu tenho uns vibradores aqui, que, assim, são verdadeiros mágicos do orgasmo! Posso te mostrar?

— Tá — disse Heyez, sorrindo com timidez. — Tá bom... Pode ser — a moça foi andando em direção a uma prateleira e nós a seguimos. — Namorada, namorado... — falou baixinho, apenas para eu ouvir, dando uma risadinha sarcástica.

Pisquei para ela e foquei minha atenção aos brinquedos da loja.

A vendedora nos apresentou várias amostras de vibradores. Apesar de constrangida e não levando tão a sério a situação, Kessy escolheu um deles e a moça foi no estoque buscar uma caixa fechada com o produto que levaríamos. Enquanto isso, puxei Heyez para outro corredor.

— Agora vamos ver um dildo pra você? — brincou ela.

— Vamos. Quero um bem grande.

Ela riu alto.

— Eu bem que gostaria de usar um cintaralho... — olhou para mim com o olhar travesso e um sorrisinho malicioso.

— Melhor, vou comprar uma prótese peniana pra você. O maior tamanho que eles tiverem, extra grosso — brinquei, arrancando outra risada dela.

— Cheio de veias e torto pra algum lado pra ter aquele charme?

— Com certeza.

Paramos de brincar quando a vendedora voltou. Ela nos entregou o vibrador e nos deixou à vontade para darmos uma olhada em outros produtos da loja.

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