Zoro encontrava-se imerso em reflexões sombrias em um bar, tendo acabado de perder seu emprego. Desorientado sobre o que fazer a seguir e surpreendido por dívidas imprevistas, ele se viu forçado a considerar trabalhos temporários.
Assentado no balcão com uma expressão séria, antes mesmo das oito da noite, o moreno alto explorava o ambiente enquanto degustava um saquê. Nesse cenário, um homem loiro despertou sua atenção, contrastando com sua elegância em meio à simplicidade do bar.
Observando seu celular e ansioso na expectativa da chegada de alguém, o loiro proporcionava um espetáculo intrigante. Uma entrada teatral ocorreu quando um homem de terno, carregando uma maleta de couro preta, adentrou o recinto. O encontro entre eles, marcado por olhares intensos, gerou um silêncio enigmático. A maleta foi disposta sobre a mesa e aberta pelo loiro, revelando um sorriso enigmático, sugestionando a riqueza que ela encerrava.
A curiosidade de Zoro, irresistível como um ímã, manteve seu olhar fixado naquela cena intrigante. O loiro, ao acender o cigarro, exibiu um gesto sensual, liberando a fumaça que destacava seu pescoço delicado, proporcionando uma dualidade intrigante de fragilidade e arrogância.
No momento em que seus olhos azuis profundos se voltaram para Zoro, um olhar sério precedeu um sorriso e um aceno. Desviando o olhar, Zoro recorreu à sua garrafa, buscando um refúgio momentâneo.
A tentativa de ignorar a situação durou apenas alguns minutos, pois o toque da sinaleira anunciou a partida do homem de terno, deixando apenas o loiro e a misteriosa maleta preta. O loiro, alisando os cabelos, dirigiu-se a Zoro, sentando-se ao seu lado e apagando o cigarro em um cinzeiro ou em um copo vazio de whisky.
- E aí, está se divertindo? - perguntou o loiro.
- Sim, adoro beber sozinho às oito horas de uma quarta-feira em um bar com gordura nas paredes.
- Este lugar é uma favela, não é? O que acha de saborear um vinho em um ambiente mais refinado?
- Vinho, você diz? - Zoro encarou o loiro e, em seguida, a maleta - E você vai pagar para mim, é?
- Que tal algo mais robusto? Você parece apreciar whiskys fortes, assim como você.
- Está tentando me conquistar?
- Talvez eu tenha me interessado por você. Qual é o seu preço?
- Meu preço? O que quer dizer com isso, seu almofadinha?
- Quanto vale um homem robusto como você? Uns milhões, bilhões ou centavos?
- Não é hora de uma criança estar na rua, se passando por gangster, com papinho de sugar daddy e essa carinha de bebê que parece ter alergia a sabonete com glicerina.
- Eu tenho alergia a glicerina - interveio um homem mais velho na conversa, também engravatado - Senhor, o carro já está lhe aguardando em frente ao estabelecimento.
- Obrigada, querido - o loiro acenou em um gesto de "afaste-se" e voltou seu olhar para Zoro - Caso não tenha compreendido o que está se desenrolando aqui, permita-me esclarecer: você sobre mim, durante toda a noite, dançando sobre minha pele.
- Como assim? - Senti um arrepio, acompanhado de uma pontada de vergonha.
- Não gostaria de me deixar com as pernas trôpegas? Adoro homens como você, que parecem tão robustos.
- Faz isso com todos os desconhecidos que encontra por aí?
- Peças raras como você não cruzam o meu caminho todos os dias.
- Escuta, loirinho, você até que faz meu tipo, mas não estou no clima, beleza.
- Me liga - Ele esticou meu braço e inscreveu seu telefone sobre meu pulso.
- Porra, tinha guardanapo na mesa. - Acenou, lançando um beijinho no ar.
Vi-o deixando o bar e ouvi o carro dar a partida. Levantei-me e fui até a calçada; precisava ir para casa. Olhei para os lados, imaginando como hoje consegui ser humilhado e, em menos de uma hora, tão elogiado.
Uma coisa era certa: não poderia ficar parado; precisava de emprego. Procurei vagas pela internet, mas nada surgiu de imediato, até encontrar um anúncio. Uma grande festa estava programada no salão branco, com pessoas abastadas por todo lado, necessitando de serviços de garçons. Sim, um trabalho temporário, mas que pagava duzentos reais. Poderia ser uma oportunidade única, talvez até conhecer meu futuro patrão que decidiria me contratar.
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Meu Mundo - Zorosan
FanfictionPrólogo Assentado no balcão com uma expressão séria, antes mesmo das oito da noite, o moreno alto explorava o ambiente enquanto degustava um saquê. Nesse cenário, um homem loiro despertou sua atenção, contrastando com sua elegância em meio à simplic...