7

395 20 0
                                    

(Rodrigo)

Já faz dois dias que estou no Brasil, atolado em reuniões. A última do dia seria com o grupo de Felipe Santoro. Precisei fazer uma viagem inesperada à cidade vizinha, mas Felipe mencionou que o prédio onde ocorrerá a reunião tem um heliponto, o que me tranquilizou—pelo menos não me atrasaria.

Sem tempo de passar em casa para trocar de roupa, tirei apenas a gravata vermelha e desabotoei alguns botões da camisa enquanto sobrevoávamos a cidade.

Ao pousar, não pude acreditar no que vi. Após dias procurando por ela, lá estava ela, aguardando-me. Vestia um vestido azul, seu sorriso era cativante—que sorriso.

Me aproximei, notando que ela estava acompanhada de meu primo Matheus e sua esposa. Assim que me viram, Matheus abriu os braços com seu típico entusiasmo.

— Olha só, se não é o garanhão mais famoso de toda a Turquia! — Matheus exclamou, me abraçando calorosamente.

— A Turquia sente sua falta, primo! — respondi, retribuindo o abraço, nossas testas se tocando em um gesto familiar.

— Ayla, ainda aguentando ele, cunhada? — brinquei, cumprimentando-a.

— O que posso fazer? Amo esse cabeça dura. Só Alá sabe o que passo! — Ela riu, cúmplice.

Foi então que Matheus me apresentou à mulher que eu não conseguia parar de observar. — Primo, esta é Carolina, nossa sócia e amiga. — Seus olhos... que olhar hipnotizante.

— Boa noite. — Cumprimentei-a, sentindo o leve toque do seu perfume no ar. Um aroma que mexeu comigo de imediato.

— Seja bem-vindo. O piloto vai ficar? — ela perguntou, apontando para o helicóptero.

— Ele já vai embora — respondi, sem entender por que ela se importava com a porra do piloto.

— Ótimo! — acenou para ele, e logo me aproximei ainda mais.

— Carolina, você é casada? — perguntei, intrigado.

Ela arqueou uma sobrancelha, uma expressão entre o ceticismo e o desdém.

— Não! E não devo satisfações a você.

— Tem namorado? Ou está comprometida? — Eu sabia que estava sendo direto, mas ela apenas sorriu e revirou os olhos, como se minha pergunta fosse previsível.

— Não. Vamos falar de negócios? — Ela negou com a cabeça, mas aquilo me deixou satisfeito.

— Bom saber disso. — Não resisti e acrescentei: — Aliás, você está deslumbrante!

Ela me lançou um leve sorriso, mas sua resposta foi afiada.

— Não se sinta especial por dizer isso, senhor Sartori. Você não vai conquistar nada! — E, com um gesto firme, seguiu para o elevador.

— A vista é incrível — comentei, ainda fitando-a.

— Você vai gostar ainda mais do interior. Reformamos o prédio ao nosso gosto, para combinar lazer e reuniões — explicou Matheus, colocando a mão no meu ombro.

— Vamos, estão nos aguardando — disse Carolina, já no elevador.

Antes de entrarmos, Matheus sussurrou ao pé do meu ouvido:
— Primo, é melhor parar por aqui.
Se vacilar com ela, está morto. — ele faz sinal cortando a garganta

— Sorri, mas sua advertência era clara.
— Carolina não é o tipo de mulher que se conquista com dinheiro, primo — ele riu, olhando para ela.

(...)

O jantar foi agradável. Conheci os sócios e amigos de Matheus. Carolina, porém, falava pouco, observando mais do que participando. Uma nova sócia, Karina, não parava de me fazer perguntas sobre meu país, enquanto Alonso, o outro sócio, parecia hipnotizado por Carolina.

A conversa foi tranquila, e definimos alguns detalhes importantes. Felipe, por fim, me deu uma missão simples: participar de uma reunião com Carolina em outro país. Confesso que estou ansioso. Quero descobrir como posso tê-la ao meu lado. Como uma mulher pode ser tão delicada e, ao mesmo tempo, exalar essa força perigosa e irresistível?


(Carolina)

O jantar foi marcado pelas apresentações dos novos sócios.

Rodrigo, já o conhecia. A primeira vez que o vi foi numa noite conturbada, quando ele me ajudou a lidar com um homem indesejado que tentava me forçar a entrar no carro dele. Naquele momento, percebi seu olhar penetrante, quase desafiador, direcionado a Alonso, que não conseguia desviar os olhos de mim. Mas talvez fosse apenas coisa da minha cabeça.

Karina, por outro lado, não me agradou muito. Ainda assim, vou descobrir mais sobre ela. Aparentemente, seu histórico é limpo, segundo as investigações feitas pelas meninas.

Após o jantar, restou apenas Rodrigo, que se juntou a Felipe, Matheus e Paulo na sala de jogos. Eles pareciam amigos inseparáveis.

Enquanto isso, eu e as meninas permanecemos na sala, conversando animadamente.

— Então, gostou dele? — Ghiovana perguntou, lançando um olhar para Rodrigo enquanto observava os meninos.

— Ele tem uma bunda grande! — Beatriz se aproximou, comentando com um sorriso provocador.

— Vocês combinam! Já imaginou aquele ombros enormes?

— preciso lembrar que vocês são casadas?

Não combinamos! Ele é conhecido por ser sanguinário, sua fama de crueldade com os inimigos precede qualquer charme que ele possa ter.

Além do mais aposto que deve ter várias mulheres aos seus pés.
Pode até ser bonito, mas não faz meu tipo — interrompi, tentando desviar a animação delas.

— da só uma olhadinha, olha para ele!

— ele tem essa pitada de misterioso que faz qualquer mulher se molhar...

— ele já perdeu pontos fazendo perguntas

— Conta mais! — todas gritaram, eufóricas.

— ele perguntou se eu era comprometida, Ele acha que pode me ter como qualquer uma por aí! — ri, divertida, mas também intrigada.

— Aaaaa, quero ver os próximos capítulos desse romance! — Ghiovana exclamou, cheia de expectativa.

— O futuro capô da Turquia e a princesa dos Ferraris! — brincou Ayla

— Espero que ele seja romântico! E paciente para conquistar esse coração de ferro — Beatriz acrescentou, com um sorriso.

— Ele já está doido por você! Não parava de lançar olhares para o Alonso durante o jantar — Ayla comentou, com um tom de brincadeira.

— Faltou ele pular na garganta dele! — todas riram.

— Por ser herdeiro da máfia turca, ele tem o poder de escolher qualquer mulher para casar — Ayla observou, olhando diretamente para mim.

— Pelo que sei, ele pode muito bem ser apenas um jogador nesse mundo sombrio da máfia. Não pertenço mais a esse universo — respondi, com firmeza.

— Você pode dizer isso, mas por ter nascido nesse meio, sabe que ninguém sai completamente — Beatriz disse, trazendo café para nós quatro.

Pelo que percebemos no jantar, ele não te considera como qualquer uma!  — ela acrescentou.

— já chega, vamos ocupar nossas mentes com outra coisa! - digo olhando a mensagem que tinha acabado de notificar, meu pai quer falar comigo amanhã.

Minha Riqueza Onde histórias criam vida. Descubra agora