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Nova York (5 anos atrás)

Katsuki

       O treino que era para durar 2:30 minutos, foi apenas um físico infernal de uma hora e meia. Odeio esses treinos porque eu já faço físico o suficiente todos os dias.

Ao invés de ir para casa, segui o corredor para a quadra de vôlei. Não sei exatamente o motivo pelo qual ando fazendo isso, mas acabei curtindo ver os treinos de Viollet. Ainda mais porque ela é boa.

Vôlei nunca foi a minha praia, só sei o básico do básico, mas sempre consegui perceber o que é um bom atleta em qualquer esporte. Dedicação, persistência, foco. Ela tem tudo isso.

E se duvidar, ela pula mais alto que eu. Mesmo não tendo uma estatura tão boa para o esporte, ela tem uma impulsão do caralho.

Sempre fico só na porta, então imagino que a mesma nunca tenha percebido minha presença. Hoje, entrei e me sentei na arquibancada.

Sequer tomei banho no vestiário, porque se não perderia o treino de bloqueio do dia. É, acabei decorando a ordem dos treinos.

Não entendo muito, mas pelo que pesquisei, a posição dela não tem que fazer passe. O que me deixou intrigado, porque é literalmente o melhor fundamento dela. Por segundo, vem o bloqueio, que também é muito bom.

Olhando, claramente a capitã é a que chama mais atenção. Boa em tudo, mas algo em Viollet faz quererem olhar para ela.

Até porque, ela estava bloqueando justamente a capitã.

Parece que hoje foi meio que um pouco de tudo, as ponteiras estavam atacando, e as centrais treinando bloqueio. Normalmente não é assim.

Sempre ela faz um penteado. Hoje, foi um dos mais básicos, só um rabo de cavalo com uma trança no cumprimento.

Todas as vezes que eu chego, é quase o final do treino, então algumas coisas eu raramente vejo ela fazer, como sacar. Nunca vi um saque dela, até porque ainda não tiveram jogos oficiais, só treino e mais treino, nem amistosos foram feitos ainda.

Também quase nunca vejo ataques, todas as vezes que chego ela saiu da rede — quando elas estão jogando — e eu tenho que ir embora quando ela entra de novo.

Percebi que ela faz amizade fácil, não faz nem um mês que se mudou para cá e já conversa com todas as meninas do time como se fossem suas amigas há anos.

Escutei o grito da treinadora para elas, saindo um pouco de meus pensamentos.

— Semana que vem vamos ter um amistoso, e vocês acham que esses ataques podres vão passar pelo bloqueio delas, hein? — ela cruzou os braços, fazendo todas as meninas estagnarem.

Segurei um pouco o riso, porque o meu treinador sempre faz isso também. Humilha até não aguentar mais, e quando ganhamos ele diz que não fizemos mais que a nossa obrigação já que treinamos tanto.

— Jogos assim são para fazer testes — continuou ela — E é isso que eu vou fazer. Estamos sem libero...

Ela foi cortada, e eu arregalei os olhos para isso. Nunca se interrompe o treinador.

— Mas e eu, treinadora? — uma menina de cabelos curtos se pronunciou.

Se a treinadora disse que estavam sem, é porque ela não é boa o suficiente. Simples.

— Julie — o tom manso pairou, novamente fiquei abismado — Você começou treinar agora. Ainda não vai jogar, okay?

Graças a Deus sentei na parte de baixo, a mais perto da quadra, o que me permite escutar tudo isso de camarote.

𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora