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Los Angelis

Katsuki

Todos haviam saído, de certa forma me senti aliviado, de qualquer forma iria ficar sozinho. Se eles não tivessem ido, eu teria apenas me encaminhado para o meu apartamento — por mais que tenhamos optado por morarmos juntos por conta da sintonia que acabaríamos desenvolvendo, sempre sinto a necessidade de ficar só, resolvi isso comprando um imóvel apenas para mim.

O que eu não esperava, era que às 2 da manhã, momento em que eu estava ocupado de mais tendo uma crise existencial e tentando colocá-la em uma música, a campainha do apartamento soasse.

Imaginei que eles tivessem apenas esquecido a chave ou estariam bebados de mais para se lembrar de que estava no bolso, erro meu.

— Que porra você está fazendo aqui?

Cansado, com a voz rouca mas os olhos se iluminado pela raiva repentina que havia criado espaço em mim.

Ela não respondeu, completamente apoiada na parade, com aqueles olhos caídos e implorando por ajuda. Era nítida a embriaguês, a maquiagem borrada, a roupa nada no lugar. E mesmo assim, com um salto enorme.

Eu não sei.

A fala lenta, quase sem som.

Uma parte minha queria pô-la para dentro e ajudar, cuidar. Mas 80% de meu ser gritava para enxota-la daqui.

— O que quer, Petrov? — Eu sabia que ela não estava em condições de responder, mesmo assim, perguntei.

— Não sei — Isso olhos se fechavam lentamente, abriam e mal conseguiam ficar de tal forma. — Não sei por que vim.

Um silêncio tenebroso assumiu a vez, eu não sabia o que falar, ou que fazer. Estava preso em um impasse, e não conseguia achar um meio termo para o que fazer.

— Prometi para mim que não tentaria mais me reconciliar com você, mas... — eu mal entedia o que ela dizia — Estaria mentindo para mim mesma se acreditasse que não queria tentar novamente.

Isso era humilhação.

— Você está bêbada — afirmei o óbvio — E vai se arrepender disso quando acordar. Ligue para alguém e vá embora, não quero ser o motivo do seu surto quando acordar.

Fugi completamente do que ela dizia.

— Katsuki... — iniciou, deixando a cabeça completamente escorada na parede e me olhando de soslaio — Eu te machuquei tanto assim?

— Eu não quero te xingar, não com você nesse estado — passando a mão pelo cabelo, fui sincero — Você foi uma escrota, e ainda é. Faça o que quiser da sua vida, apenas fique fora da minha.

Quanto mais eu falava, mais meu peito doía, mais eu sabia que tentava enfiar coisas na minha cabeça e que eu estou mentindo para mim. Eu queria que ela tentasse, porque assim eu posso ficar falando que "na próxima escutarei o que ela tem a dizer", mesmo que meu orgulho nunca deixará que isso aconteça, quanto mais ela tenta, mais eu me engano.

— Então por que fui convidada para uma participação na sua nova música? Eu estava na minha, porra...

Quanto mais ela falava, mais seu corpo ia amolecendo, mais a voz ficava mansa e baixa.

— Isso não foi ideia minha — afirmei — Sua voz é bonita, Petrov. Isso nunca negarei. Não fui atrás de você. Ligue para alguém, não se torture nem a mim.

Estou tentando bancar o maduro, porém estou apenas escondendo os mil sentimentos que estão gritando em meu peito. Raiva, tristeza, ansiedade, dor, e inúmeros que não sei descrever por conta de sua mistura entre os outros.

𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora