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Nova York (5 anos atrás)

Petrov

Admito, participar de um baile de debutantes que toda mãe sonha em ver a filha, é mais doloroso do que se pode explicar quando a sua não está presente.

Passar o dia todo em um salão de beleza completamente sozinha. Decidir o vestido, a maquiagem, os sapatos, penteado... Há todo momento olhando para a porta e imaginando que ela chegaria.

Obviamente, não chegou.

Diferente das outras debutantes, apostei em um vestido sem alças, com as laterais pontudas do corset. Sem brilho, um branco extremamente sóbrio e pesado. Não muito armado.

O pessoal do salão me ajudou a por, e também calçar os saltos extremamente finos. Como a boa fã de série de guerra que sou, escolhi uma coroa que relembrasse aquelas princesas.

Nada disso me fazia me sentir mais preenchida por dentro.

Averiguei a maquiagem básica, pedindo para darem apenas uma retocada no olho.

Eu já estava pronta, e o motorista que meu pai deixou comigo está lá fora me esperando desde o horário que me deixou aqui.

Agradeci aos profissionais por fecharem o salão para mim — mesmo sabendo que eles foram muito bem pagos paga que isso acontecesse — fui até o balcão e deixei tudo na conta de meu pai.



Petrov

     Desci os degraus da varanda com as pernas tremendo um pouco. Katsuki foi pontual, mas sequer desceu do carro. Também não haviam muitos motivos para que isso acontecesse, meu pai ainda não havia aparecido em casa, provavelmente chegaria atrasado no evento.

Respirei fundo olhando para a lamborghini preta, de vidros completamente escuros.

Abri a porta e entrei, juntando a cauda do vestido a a colocando para dentro.

Olhei de soslaio para o loiro, todo de social, branco e preto. Queria poder puxar uma conversa aleatória, mas o clima estava pesado de mais para qualquer coisa.

— Está bonita — disse ele, mesmo que não tivesse sequer virado o rosto para mim.

— Obrigada, você também.

Arrumei o vestido, colocando o cinto e esperando que ele saísse logo. Não aconteceu.

— Vai querer ficar mesmo nesse clima horrível por quanto tempo? — perguntei.

— Você quem saiu falando merda de mim, Petrov.

Eu falei o que eu vi. Foi uma atitude babaca, ponto. — Desviei o olhar, focada em minha própria casa.

— Eu não te devo explicação, mas se fizer você pensar mais sobre o assunto, aquela menina me persegue todo santo dia. Já inventou que namoramos, que já fiz mil e uma coisa com ela, sendo que nunca nem sai com ela. Então, foi mal se eu sou babaca com gente que fica me difamando por aí.

Abri a boca um pouco, querendo falar algo, mas me impedia.

— De qualquer forma, você é assim com todo mundo. — Argumentei.

𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora