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Los Angelis

Petrov

      O estúdio completamente isolado não serviu de aviso para que Lexa não interrompesse meu ensaio da música que Olívia havia me entregado de bandeja, e de uma nova que eu estava trabalhando, também as de Dabi, que dou graças a Deus por nunca enrolarmos para lançar, porque elas são de doer o coração, tais as que eu mais adoro.

— Tenho uma proposta pra você — disse ela, olhando diretamente para mim.

Retirei os fones, revirando os olhos e cruzando os braços.

— Se não percebeu, estou ocupada — afirmei, porém sem me mover.

— Te chamaram para uma participação em uma música, bem interessante para ser sincera.

— Quem? — Não me importava muito como era a música, sempre me importo mais com os donos dela.

— Thamires enviou o e-mail ontem, tem poucas partes gravadas e...

— Não.

Os membros estavam quietos, porém não seguraram segurar um breve riso pela minha resposta seca cortando a fala de Lexa.

— Posso terminar de falar, Petrov? — eu sabia que ela não estava pedindo.

— Não quero, não me interessa em nada participar de algo com eles. Para ser sincera, não quero nem ler nem ouvir a letra. Agora, preciso trabalhar.

Voltei os fones para os ouvidos, dando o sinal para iniciarmos do zero novamente.

Entretanto, por mais que estivesse focada em fazer algo bem feito para lançar o mais rápido possível e trazer mídia positiva, não consigo tirar a negativa da cabeça.

Meu nome está em alta no Twitter, as especulações, achismos e mentiras sobre eu e Katsuki estão me consumindo por dentro.

Depois do baile, nossos nomes já estavam em alta, depois que sumimos das redes sociais e ele foi pego fazendo aquela maldita viajem de carro de NY até LA, estourou tudo.

Sumi do Instagram, Twitter, tudo. Sinceramente, estou tão desanimada com a vida que sequer sei dizer se mereço fingir estar bem com a situação que me encontro.

O passado está alojado novamente em todos meus pensamentos, acordo lembrando e durmo pensando nele. Não sei como Katsuki está, também não quero saber.

Sempre soube que ele era um babaca, mas como está hoje em dia supera tudo o que falavam dele no passado.

E, em um surto alcoólico em uma madrugada, escrevi justamente sobre isso. Ainda estou apenas nas gravações e não sei se terei a coragem de postar, apenas preciso tirar isso de mim um pouco.

Touya diz que não é bobeira, que entende, mas ele não entende. Olívia nunca foi uma escrota com ele, muito pelo contrário. Então ele não sabe o que é querer um babaca, talvez eu devesse conversar com ela, não com ele.

Katsuki se tornou frio, insensível, é muito mesquinho. Por mais que eu saiba que toda essa capa é para esconder o que realmente sente, não deixa de doer. Ele virou uma carcaça, sequer sei mais se existe alma naquele corpo.

Nossa adolescência foi incrível, o típico casal que todos querem ser... Mesmo que nunca fomos assumidos. Sem fotos postadas para registrar, sem provas nos dias de hoje para os fans e suas fanfics sobre nós. Apenas especulações, horríveis por sinal.

Até hoje, vi apenas uma que chegava perto da verdade. Obviamente fingi não ver, não chegou a ser visualizada por muitas pessoas então não dei importância.

Porém, com a amargura que sinto no momento, queria muito que soubessem da verdade. Talvez esse pensamento intrusivo me consuma caso eu realmente exploda.

Tirando um pouco a mente dos meus problemas, voltei a pensar nos de Touya. Nesse último mês ele compôs 6 músicas. Tudo isso por conta de Olívia. Até hoje, ele havia feito apenas uma. Esse surto dele poderia ser incrível, porém, obviamente levaria os fans a pensarem quem raios partiu tão drasticamente o coração do Badboy mais desejado da internet.

Quase todas já gravadas, prontas para serem lançadas. O que foi estranho, era o fato de ele pedir para que o novo álbum fosse segurado, que ele cantaria todas em um único show, e pediu para que eu fizesse o mesmo. Sinceramente, achei a maior burrice do mundo, afinal de contas ninguém saberia a letra. Concordei por apenas um motivo: Touya raramente erra nas ideias burras.

Ai encerrarmos, respirei fundo, finalmente tirando a guitarra pendurada de meu corpo.

— Ei — chamou Touya — Precisamos conversar.

Me virei para ele, com o cenho franzido e ainda soltando a guitarra das mãos. Não guardei, apenas deixei no lugar.

Shigaraki e Toga estagnaram, parecendo saber do assunto. De primeira, não me importei.

— Diga — me sentei no banco mais próximo, ainda dentro do estúdio.

— Eu sei que você não vai querer, mas... — Um gesto com a mão chamou os outros, que se alojaram em pé ao lado do mais alto.

Sua voz mansa já me dizia tudo, eu realmente não iria querer.

— Eu passei a limpo aquela letra.

A entonação, o olhar apreensivo, os pés tremendo de todos eles... Não precisa sequer perguntar qual era a maldita letra.

Sorri sem achar graça nenhuma, revirando os olhos mas voltando a atenção para todos.

— Não — me apressei — Já estou em guerra com Katsuki, não vou gravar. Não vou cantar. Não vou dar mais motivos para ser uma escrota.

— Sério? — de repente, toda aquela insegurança dele sumiu — Vai negar por conta dele? Achei que seria pelos seus sentimentos, porra. Pelo passado, a dor, ou o que caralhos fosse, tudo menos por uma rixa. É patético, sendo sincero.

Set fire to the rain não será lançada, porra! — meu tom se alterou sem que eu percebesse — Tanto quanto por ele, quanto por mim. Ponto final, não quero e não irei fazer.

— Caralho — pronunciou Shigaraki — Nunca te vi mais infantil do que agora, Petrov.

Ele nunca abria a boca, mas sempre que o fazia era para falar merda.

— Está para nascer pessoa mais fria que você — apontei — Você não entende e nem sabe da história, Touya não deveria ter aberto o bico sobre isso. Então, não venha querer meter os seus dedos de morto, que são iguais ao seu coração, na minha vida.

— Petrov — iniciou o loira — Odeio concordar, mas você está sendo infantil.

— Olha só quem fala! — de repente eu estava em pé, pronta para sair.

— Viollet... A letra está pronta. É só cantar.

— Não. Escrevi triste, em um dia de merda, e não quero relembrar aquilo tudo. Era isso que queria ouvir?

— E você acha que todas que eu escrevi foram em dias que estavam caindo pétalas do céu? — Seus braços cruzados e a expressão se tornando mais furiosa me deixaram mais estressada que ele — Não foram, porra. E estão ótimas, porque quanto mais sentimentos estamos sentindo quando escrevermos, fica melhor!

— Você foi um babaca de ter falado sobre isso para eles, e mais ainda de me pedir essa merda. Vou embora, não me espere acordado.




Perdoem-me qualquer erro ortográfico!

Curto, mas espero que gostem!

Bjs, até o próximo cap<3

𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora