𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜ

06

Nova York, 5 anos antes.

Katsuki Bakugou

A sala de instrumentos da High School como sempre estava completamente vazia, ao não ser por mim. Aulas de matemática não eram as que me prendiam, então matar elas era de meu feitio sempre que podia, tornando praticamente um hobby vir para a sala de música. Tentava permanecer apenas nas provas, que de alguma forma, eu ia razoavelmente bem. Notas azuis para seguir no time de basquete, era mais que o suficiente.

Mesmo que eu sempre venha aqui, nunca me canso de olhar para todos os instrumentos pendurados nas paredes. As duas únicas coisas boas dessa maldita escola, são que eles focam na música e no esporte. Então, tudo que se refere à isso, tem uma estrutura excelente.

A sala tem até isolamento acústico para que os alunos pratiquem sem incomodar os outros, o que torna minhas vindas secretas muito melhores. Mesmo que eu não seja um aluno de música, sempre venho para cá tocar em paz.

Me sentei atrás da bateria, pegando as baquetas. Paralisei logo que a porta se abriu. Apenas uma vez fui pego aqui pelo professor, não posso dizer que foi muito interessante. Quase ser expulso e perder a bolsa para jogar pela escola me fez ser mais cuidadoso, nunca poderia acontecer novamente.

Uma garota adentrou, a saia como de todas as outras: cortada para ficar mais curta. Porém, ela não seguia nenhuma das normas de vestimenta. A camisa levemente desabotoada, sem gravata, sem blaser. Eu também odiava essa merda toda.

Porra, era Viollet.

Quando ela veio para cá?

Será que se lembrava de mim?

Óbvio que não, caralho. Estávamos no jardim de infância na época.

— Oi — disse ela, receosa — Onde raios é a sala de ciências?

Ri mais para mim, deixaria ela sem saber que eu a conhecia.

— Segundo andar, pode subir as escadas e virar à direita. Mas eu não recomendo muito que vá para lá, o professor é um merda.

— Bom, segundo meu pai, ele é um amor de pessoa — vi seus olhos revirarem ao dizer — Não posso dizer que acredito muito.

Entortei um pouco a cabeça ao ver mochila e cadernos em sua mão.

— Por que não deixou tudo isso em seu armário? — questionei, mas me arrependi de ter perguntado, não temos a mínima intimidade para eu ser invasivo. Que se foda, já foi.

Ela não respondeu, logo presumi.

— Você não sabe qual é, né?

— Não — vi um leve sorriso surgir — Não curto muito perguntar também, então tô carregando.

— Qual o número da chave que te entregaram?

— 87 — Não contive minha surpresa ao perceber que era ao lado do meu. — Mas tem tanto armário nessa escola, que puta merda, nem me dei ao trabalho de procurar. Não sei porque não tem só um corredor, seria mais fácil, mas em todo canto tem armário!

— De 1 a 50 é em uma ala, de 51 à 100 outra, e assim vai. Você acostuma. O seu é ali na parede de trás, na segunda coluna de cima, perto da porta para a sala dos professores.

Antes que ela pudesse agradecer, meu celular começou a tocar. Era o treinador. Merda.

— Eu tenho que ir para o treino — comentei, me levantando —, posso passar pelo corredor dos armários e te mostrar. Já aponto para a sua sala, se quiser.