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Nova York (5 anos atrás)


Katsuki

Por mais que a janta estivesse sendo entediante para caralho, eu simplesmente não podia sair daqui, pela chuva repetida que tornou a cair fora da previsão.

Até que por algum motivo olhei para a porta da lateral, e lá estava Viollet, dando adeus para os parentes insuportáveis e saindo na chuva. Sorri, e a segui. Sem dar a mínima satisfação para todas as pessoas em minha mesa cara.

— O que pensa que está fazendo? — gritei pelas gotas fortes, vendo-a com o sorriso mais lindo que já presenciei.

— Vivendo.

Vivendo?

— Você está viva, porra — falei, mas rindo, porque não pude evitar achar graça.

Eu já estava encharcado, e aquele maravilhoso vestido dela estava ensopado. Os cabelos, a pele.

— Você não acha que existe diferença entre viver e existir, Katsuki? — Me aproximei, para que não tivéssemos que gritar.

— Não — respondi de prontidão. — Existe rotina. Ter uma rotina não significa apenas existir.

— Acordar cedo e ir para aula, sonhar com o horário do treino, sair com o pessoal do treino e voltar para casa... Final de semana sair com as mesmas pessoas e beber. Para mim, isso é existir. Não é pela rotina, é pelo cansaço de viver o mesmo dia todas as semanas do mês.

Fiquei em silêncio. Refletindo.

Talvez o vazio que exista em mim seja pela rotina?

— Ficar doente por tomar um banho de chuva é viver? — questionei.

— Não. Mas largar aqueles merdas que não sabem nada da minha vida para estar aqui fora fazendo algo que eu quero e gosto, é.

Sorri, mesmo sem saber o motivo. Uma parte infantil minha estava sendo despertada e eu acho que sequer entendo o que é isso.

Olhei para o lado, vendo o tão falado labirinto de arbustos que tantos caras foderam em seus bailes com suas companheiras. Pedi que ela me seguisse, mas não por esse motivo.








Petrov

   Há tempos eu não me diverti dessa forma, e também encharquei o carro de alguém como essa noite. Katsuki me levou para casa, depois de nos perdemos no labirinto e ele acabar pulando nos arbustos para achar a saída.

Uma parte minha dizia que ele apenas queria ficar mais tempo comigo, mas já estava chovendo de mais e eu comecei a tossir.

Logo que pisei nos degraus para adentrar, senti algo estranho. O carro ainda estava parado atrás de mim, esperando que eu entrasse. Dei um leve tchau, girando a maçaneta aberta. Estranhei.

— Pai? — falei, tirando os saltos.

Nada.

Puxei o zíper do vestido, começando a tirá-lo ali mesmo já que ele não estava em casa.

De repente, passos descendo as escadas me fizeram levar os olhos até a mesma. Me assustei até perceber que eram saltos.

— Querida?

Meu rosto travou. O corpo gelado se esqueceu em questão de segundos, uma vontade avalassadora de correr para os braços dela e ao mesmo tempo de jogar qualquer coisa na mulher de engoliram ao mesmo tempo, juntamente da de derramar litros de lágrimas de raiva, mágoa, desespero.

— Monica — o nome seco saiu de minha boca encharcada.

Os cabelos loiros e a pele de uma adolescente, o corpo maravilhoso que nunca apresentava ter mais de 30.

— Que porra você está fazendo aqui? — soltei, segurando com todas as minhas forças as lágrimas que queriam se misturar com a água em meu rosto.

— Senti saudade — disse, como se não fosse nada de mais.

Os saltos seguiam descendo as escadas lentamente, porém, escutei mais um passo lá em cima.

— Querido — disse ela — Desça, quero que Viollet o conheça.

Meu corpo não respondia por mim. Eu não conseguia me mover, estava paralisada observando a mulher que me abandonou para ir para a França com um cara que poderia ser meu irmão mais velho.

— Esse é Nick — continuou — Meu noivo. Seu padrasto.

— Ah, vai se foder — falei, sentindo aquele choro se transformando em ódio. — Você some, e vai casar? Quer extorquir um cara que parace ser um tio novo meu?

— Não seja rude — continuou a mesma, agora com o rapaz ao seu lado. — Eu voltei.

— Voltou para a casa do caralho — continuei, conseguindo apenas dizer qualquer palavrão que vinha em mente — Você é uma vaca manipuladora. Voltou? Ótimo, já pode ir embora de novo. Não que seja um papel difícil para você.

— Por que você não toma um banho, e sentamos para conversar, hein? Juro que tenho bons motivos para ter ido.

— Para de ser sinica e falar com esse tom de voz manso! — bradei. — Quer saber? Faça o que quiser, eu ganho mais o que fazer do que ficar brigando com uma megera.

Segurei o vestido molhado ainda no corpo, passando por ambos nas escadas e as subindo.

— Viollet, não é? — Disse ele, travei nos degraus.

— Para você, não — falei — Saiam da minha casa, ou chamarei a polícia.

Segui o caminho, batendo a porta do quarto e colocando a música mais alta possível. Mandei mensagem para Simon, perguntando que horas ele viria. Nada.

— Oi — falei, em ligação com o segurança da casa — Josh, tem duas pessoas aqui dentro. Tire.

Não é a sua mãe? — questionou.

— Tire, ou chamarei a polícia.

Desliguei, tirando o vestido e abrindo a porta do banheiro para o banho mais quente que já tomei.





Curtinho, eu sei. Mas estava meio sem como saber escrever esse cap, da introdução da mão dela.

Gente, criei um insta para falar sobre as fics e dar alguns spoilers a mais do que os que dou do ttk. Sigam! Juro que vai valer a pena!
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Quero muito postar um cap específico logo, mas não posso ainda mds kkkk AGUARDEM!!!

Bjs, até o próximo cap<3

𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora