𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜ

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Nova York (5 anos atrás)

Petrov

Desde o retorno de minha... De Mônica, me recusei a tirar os pés de meu quarto. Meu pai, por outro lado, pouco se importou com a mulher. O homem sempre fora muito mais desapegado a qualquer coisa do que eu jamais poderia ser. Talvez, devesse levar isto como um aprendizado, mas, via como uma lição impossível de ser aprendida.

Minhas emoções gritavam por cima da minha razão, nunca conseguindo me ter totalmente sob meu próprio controle. Sentia como se as pilhas do controle que me movem sempre estivessem com pouca bateria, e isso deixasse minhas emoções por conta própria, sem um cérebro para ditar o certo e o errado, nunca sabendo quando parar, ter um limite em que a razão voltasse ao meu corpo.

Nunca entendi se ele apenas era indiferente, ou escondia seus sentimentos e os faziam se tornar combustível para o trabalho. De qualquer forma, ele não se trancou ao quarto por uma semana igual a mim. Porém, também não me julgou.

Afinal de contas, ele é um homem formando. E eu? Apenas uma adolescente.

Infelizmente, em muitos momentos ajo de acordo com minha idade. Esta semana em específico me permiti ficar em casa, com o mesmo moletom que apenas o tirava para tomar banho. Vendo séries, filmes, qualquer coisa que pudesse me entreter.

Me recusei a sair com as garotas do time, por mais que estivéssemos nos encaminhando para uma amizade.

Ignorei Toya por 4 dias, respondendo apenas o básico. De qualquer forma, ele não poderia vir me ver. Proibido por meu pai.

Katsuki não se importou em me procurar. Não esperava tal ação, não acabou sendo uma atitude que me chocou.

Mas, parte de meu orgulho queria que ele tivesse mandando uma mensagem, mesmo que eu não fosse responder.

Quem acabou mandando não foi ele, mas sim Touya.

Touya, 4 anos mais velho que eu, no auge de seus 20 anos, tinha muitos contatos fodas. Melhores músicas, melhores localizações, bebidas da melhor qualidade, sem falar na seleção de pessoas que eram chamadas, sempre os caras mais requisitados, bonitos, da mesma forma as mulheres.

Consegui comparecer em apenas uma dessas festas, e hoje, ele estava me chamando para ir em uma delas.

O maior empecilho sempre é meu pai, que não é de acordo com minha amizade com o homem. Porém, hoje, ele não se encontra. Por mais que eu não faça o tipo de boa garota, detesto mentir para Simon. O faço com maestria quando necessito, no geral, evito.

Hoje não estaria mentindo, apenas não contaria.

Minha primeira intenção era dizer que não, não iria. Porém, eu sabia que precisava de algo a mais para esquecer que uma assombração voltou para a minha vida.

"Te pego às 23, na esquina."

"Carro?" Questionei, não querendo ter que me preocupar com meu cabelo no capacete.

"Não faria você estragar um penteado, Viollet. Te conheço."

Confirmei, vendo o horário, pensando se daria tempo o suficiente de me arrumar. Estava cedo, quase nove da noite. Creio, que tempo o suficiente.

✩

Finalizei o delineado, tão afiado como uma espada. Soltei os cabelos da touca de cetim, colocando o cinto preto rodeado de spikes na calça jeans escura, cintura baixa.

O body modelava o corpo, com seus detalhes em aberto em vários pontos de meu tronco, e as costas nuas. A calça larga quase tocava o chão, e os anéis pratas em combinação com a corrente fina e as pulseiras destacavam sob todo o prego que eu vestia.