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Los Angelis, 2019

Petrov

Eu sempre ficava desacreditada que era sempre depois, ou antes dele que nós tocávamos. Mas já estava me acostumando com esse fato, e... começando a ter medo de gostar dele.

Porque, agora, eu sabia que ele cantava para mim. Algumas músicas pelo menos, percebi naquele maldito show, que eram sobre mim.

Os olhares lançados enquanto guardávamos os equipamentos não passavam despercebidos — por céus, como passariam? — e eu me sentia em uma hipnose. Algum tipo de transe, nos poucos segundos que nossos olhos ficaram conectados.

E então, a batida estourou e Katsuki segurava o microfone como se fosse alguém ali — me puni mentalmente por me imaginar naquele palco, com ele — e então, seus olhos buscaram os meus. "So fuck me like a rockstar".

Céus.

Que porra eu estava pensando? Caralho, foi só parte da letra, coincidência ele ter olhado para cá.

Mas justamente nessa parte...?

Sim, merda.

Coincidência ou não, eu queria ficar. Tanto que minha mente ordenava que minhas mãos terminassem o trabalho, mas meus olhos estavam ocupados de mais, vidrados no guitarrista de cabelos loiros.

E então a letra se repetiu, e seus olhos novamente me buscaram, e não desviaram mais.

— Vamos? — sai do transe, balançando a cabeça e me situando.

Sorri para Touya, e fingi que aquilo não tinha acontecido — Vamos. — peguei tudo, e andei ao lado de Touya. — Na real, eu vou ficar no bar. Pode ir se quiser, eu peço um Uber.

— Só não fico porque a Olívia vai fazer um show em 10 minutos e eu quero ver a live.

— Cara, você é obcecado mesmo por essa mulher. — comentou Toga.

— Sou — afirmou ele.

— Quer companhia, Petrov? — perguntou a loura.

— Se quiser ficar, você quem sabe — dei de ombros.

Ela olhou para mim, para Shigaraki, e deve ter se lembrado de alguma coisa. Apenas disse que outra hora a gente marcava.

Me despedi deles sem muita enrolação após guardar tudo na van da banda, dissemos para o novo motorista deixar no estúdio e entrei novamente.

O local estava lotado pra caralho, mas eu fui direto para o bar e me sentei. A maior parte das pessoas estava na pista, mas daqui, também tinha uma visão perfeita.

Não era um show muito grande, na verdade sei que eles também deviam um favor para o dono do lugar. Não recebemos quase nada por hoje, mas isso não importa mais.

— Um shot de tequila — pedi para o barman.

Eles iniciaram outra música, My Nightmete. Virei o shot e pedi outro.

O banco ao meu lado antes vazio, do nada, puxou assunto comigo.

— Lembra de mim, Petrov?

Ah, não.

— Moço — levantei a mão, chamando o barman. — Me vê um copo de Whisky com energético bem caprichado, fazendo favor?

Respirei fundo, olhando para o lado.

— O que você quer, Jaden?

Me lembro como se fosse ontem todos os momentos que tive com aquele canalha.
Mas amo lembrar de como Dabi quebrou a cara dele.

𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora