Touya Todoroki
Como se era esperado, nossa acessória implorou para que não aceitássemos nenhum show até que o do final de semana chegasse. Era algo importante, extremamente importante para ser exato, e o medo de que acabássemos nos machucando ou com a voz rouca era enorme para eles. Estavam certos.
Ao contrário de TFG, nos aquietamos em casa, sequer saímos para qualquer balada. O que não impedia Viollet de encher a cara todos os dias, independe de ser segunda ou sexta, como sempre.
Quando optamos por dividir um apartamento os falatórios foram enormes, mas nunca ligamos para os tais, afinal de contas, a única vez que toquei nela nua foi em uma vez que a própria encheu tanto o corpo de álcool que se enfiou em uma poça do próprio vômito e eu fui obrigado a tirar sua roupa, porque tudo fedia mais que qualquer esgoto.
Não nego, olhei, mas com puro desgosto de ver toda sua pele manchada. Sinceramente, nunca senti nada por ela além de carinho. Ser o irmão mais velho acaba me fazendo ter um senso de proteção enorme quando se trata de pessoas mais novas. E era isso que ela sempre foi para mim, uma irmã.
Se acaso algum dia rolasse algo entre nós, eu teria que estar extremamente chapado para sentir algo por ela, e ela tão louca de bêbeda que pensaria que eu sou outra pessoa. Do contrário, não consigo me imaginar na mesma cama que ela sem ser para vermos um filme.
Tentei resgatar a aura de criança dela e chamei para vermos algum desenho ou o que fosse, apenas para tirá-la daquela taça de vinho que não saiu de sua mão o dia todo.
Tínhamos um show importante pra caralho essa noite, e eu precisava da minha vocalista mais sóbria.
— Viollet — chamei pela milésima vez — Larga isso, pelo amor de Deus, e vai tomar um banho! — Gritei da sala para que escutasse da cozinha.
— Eu estou bem, Touya! — bradou de volta. Eu sabia que ela era forte para bebida, o organismo acabou se acostumando de tanto que a ingeria.
De qualquer forma, não poderia correr o risco de que ela passasse mal.
Me levantei em inúmeros suspiros, saindo da varanda da sala, apagando o baseado e indo até ela.
— Você fede à maconha, Touya — seus olhos se fecharam com força enquanto coçou o nariz — Quer falar do meu álcool mas tá fumando?
— Cada um lida com as frustrações da forma que pode, só que você bêbada é bem mais incontrolável do que eu chapado.
Peguei a taça de sua mão sem muito esforço, despejando pelo ralo da pia. A olhei por cima do ombro, suspirando para não xingar, nunca adiantava.
Eu querendo ou não, essa demoníaca que acabou me ensinando um pouco sobre limites. Mesmo que ela não tenha.
— Banho, Viollet. Gelado. Se eu ver uma fumaça saindo daquele seu banheiro eu arrombo a porta e te faço um balde de água fria.
— Você também está precisando, e vai passar um pano nesse apartamento e um bom-ar, essa porra impregna.
Revirei os olhos enquanto Viollet se virava em direção ao seu quarto. Não fui checar o chuveiro, já havia feito o que ameacei uma vez, desde então nunca mais foi necessário.
Como ela disse, passei um pano e deixei um cheiro descente no ambiente. Parti para meu banho, e quando eu já estava praticamente pronto ela ainda secava o cabelo.
Fechei a porta do quarto, odiava o barulho daquela máquina de vento, sentia que todos os meus sentidos eram apagados quando ela ligava aquele troço.
Enquanto eu abotoava o último botão da camisa preta levemente transparente — último botão que eu iria abotoar, já que faltavam mais dois para chegar ao fim —, meu celular vibrou em cima da cama.
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𝐌𝐮𝐬𝐢𝐜 𝐟𝐨𝐫 𝐦𝐲 𝐞𝐚𝐫𝐬 | ᴋᴀᴛꜱᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜ
Fanfiction⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ Music for my ears ∥ [+𝟏𝟔]. ➥ Onde Katsuki Bakugou é vocalista de uma banda, porém seus maiores rivais fazem tanto sucesso quanto ele. Katsuki é metódico e orgulhoso de mais para pedir ajuda, entretanto [Nome] é ambiciosa de mais para...