Pov Gizelly
Nada poderia dar errado. Eu estava calculando e recalculando os meus passos, queria agradar à minha convidada que, em poucas horas, estaria em minha casa.
Fiquei sentada na minha poltrona, revivendo a cena do escritório ainda sentindo o perfume de Rafaella. - Então é assim que uma pessoa apaixonada fica? Abobalhada, pensando quase cem por cento do seu dia em outra pessoa?! - Por mais que tentasse organizar os pensamentos, nada explicava o que eu estava sentindo. Eu não sabia definir em que ponto permiti que esse turbilhão de sentimentos invadisse a minha vida.
Também estava eufórica por imaginar que teria a Rafaella em minha cama. Ela sempre me chamou atenção. Rafa tem tudo o que imaginei de bonito em uma mulher. Os olhos verdes combinavam, perfeitamente, com a sua pele, o seu cabelo ondulado, no qual os fios castanhos e loiros se misturavam com perfeição. - Rafaella é uma verdadeira deusa. - Suspirei só de imaginar o gosto de seu corpo em minha boca.
Eu tinha ficado surpresa porque a iniciativa de tirar a roupa partiu da Rafa. Ela estava desabotoando a minha blusa no primeiro beijo. Não sabia se tinha sido a minha melhor escolha quando, em um fio de racionalidade que me restava, eu parei as suas mãos, sugerindo que fôssemos um pouco mais devagar. - Eu pedindo para ir devagar?! - Não estava me entendendo.
Saí do meu quarto quando já passava das dezoito horas. Caminhei pelos corredores da minha casa pensando em como as horas não pareciam passar. Eu queria buscar logo a Rafaella na faculdade, queria tê-la perto sem mais demora.
Só de pensar em nosso primeiro beijo, o meu coração voltava a acelerar. A sensação de êxtase que seus lábios me proporcionaram me entusiasmava a imaginar como seria quando os nossos corpos estivessem nus, colados...
Mas também senti medo. - Será que ela vai gostar? Ela só se relacionou com homens, pode estranhar ter uma mulher de uma forma tão íntima...
- Maria, por favor, prepare um jantar bem especial, daqueles que só você sabe fazer, mas que inclua massas, a minha convidada gosta, sabe?! - Falei com a cozinheira e ela percebeu o meu jeito ansioso ao fazer aquele pedido.
- Dona Gizelly, farei o meu melhor, pode deixar. Deve ser uma convidada especial. Nesses últimos anos só me recordo de uma senhorita de olhos verdes que veio aqui. - Disse-me com um sorriso nos lábios.
- A senhorita que virá é a mesma. É a Rafaella. Mas ela só chegará depois das dez. Então pode fazer o jantar de umas nove horas? Não quero que ela jante uma comida fria, se bem que não faria mal esquentar próximo do horário, não é? Enfim, acho que a comida só precisa estar pronta de onze da noite. - Eu parecia uma idiota, desajeitada e preocupada.
Maria me olhou com um sorriso nos lábios. Sou capaz de apostar que ela estava rindo da minha ansiedade e das minhas incertezas.
- Pode deixar, como vai ser bem tarde o jantar, vou fazer uma massa leve, mas bem gostosa. Quer que eu sirva no primeiro andar?
- Não, não, Maria... Por favor, a comida deve ser servida na varanda do meu quarto. Fala com a Anna da limpeza para que, antes dela ir embora, ela coloque os melhores lençóis de cama e separe dois roupões e toalhas para colocar na suíte.
- Ah, gostaria de que, depois de servir o jantar, ninguém mais ficasse no andar. Pode ser? - Respirei fundo e já estava de saída quando Maria falou: "Vai dar tudo certo, dona Gizelly". Sorri e segui para o meu quarto, realmente teria que arrumar uma forma de relaxar mais.
Fui fazer toda a minha higiene pessoal, preparando-me para receber Rafaella.
Algumas horas depois...
Avistei a morena passando pela porta de saída da faculdade. Ela estava usando uma calça preta colada em seu corpo e uma blusa bege, com um tecido leve, permitindo que o vento levantasse um pouco e mostrasse parte de seu abdome definido. Rafaella era linda demais, não parecia nem ser real.
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Mesmo Sem Entender
FanfictionQuando os traumas fazem perder a noção do que é real ou não, o amor prevalece?! Avisos: *O começo da história é um tanto tenso, mas recomendo a continuar lendo. Pode melhorar ;-) * Tem sexo e violência, mas não só isso. * É ficção.