29. Ex-Secretária

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Pov. Gizelly

Eu queria mais... Ter Rafaella só por uma vez, naquela noite, era pouco! Mas eu também estava gostando de fazer carinho em sua cabeça, descendo os dedos para tocar em seu pescoço esguio... Eu suspirava ao ver detalhes do corpo que o roupão não conseguia cobrir.

De repente, Rafa se levantou com um ar preocupado e correu para buscar o seu telefone em sua bolsa. Sentou-se na cama e parecia digitar euforicamente algo importante.

- O que houve, Rafa?

- Eu esqueci de avisar à Sofia e a minha mãe que vou chegar mais tarde em casa. Acabei de olhar o celular e tem mais de dez mensagens delas. - Falou ainda com expressão preocupada.

- Ei... Aproveita e diz para a Sô que você está comigo e que vai dormir aqui. - Falei sorrindo, já imaginando a cara de assustada que Rafaella faria.

- Gi, não vou falar, assim, sobre nós. - Falou gaguejando. - Eu ainda nem conversei com a Sofia sobre nós duas.

- Tá... mas deixa eu te dizer. - Disse me aproximando dela. - A sua filha sabe que eu sou apaixonada por você. - Engatinhei sobre a cama e beijei o seu pescoço. - Lembra daqueles dias em que você me perguntava como estava indo com a Sô, o que nós conversávamos na empresa? - Rafa se virou e ficou olhando em meus olhos. - Deusa, nas últimas vezes que me encontrei com a Sofia, a gente conversou sobre você e eu. - Sorri. - Eu disse que estava interessada em você e ela não se opôs. - Falei com um sorriso presunçoso. - Tenho certeza de que ela gosta de mim e não iria achar ruim saber que você está aqui, comigo - Beijei o canto de sua boca.

Rafaella ficou ainda mais surpresa. Largou o celular de lado e pôs o rosto próximo ao meu.

- A minha chefe estava de conluio com a minha filha? Isso tudo era vontade de me pegar? - Falou sorrindo de forma desafiadora.

- Não só de te pegar, como também roubar você para mim por essa noite e por muitas que virão. - Beijei os lábios de Rafaella de forma maliciosa.

Rafa, depois de me beijar profundamente, afastou-se para mandar mensagem para a Sofia. - E você, Gizelly Bicalho, não me esconda nada. Tenho a noite toda para você contar o que tramava com a minha filha. - Voltou a digitar, informando à Sofi que estava comigo e que iria dormir em minha casa. Não deu grandes explicações para a adolescente, mas, para mim, aquele gesto foi o suficiente para despertar uma sensação satisfatória em meu peito. - Terei a minha Deusa ao meu lado por essa noite. - Era o meu pensamento mais feliz.

Apesar de desejar aquela mulher com todas as minhas forças, eu respeitei o fato dela apenas colar os nossos corpos, separados apenas pelos roupões, pegando a minha mão para que eu continuasse os carinhos em seus cabelos. Em pouco tempo, Rafa pegou no sono e vê-la dormir com o rosto sereno foi a minha deixa para que eu também me entregasse ao sono...

No outro dia, logo depois de tomarmos café e conversarmos sobre assuntos aleatórios, como praias, filmes e comidas, vi Rafaella sair pela porta do meu carro e seguir para a sua casa. Eu senti uma pontada no meu peito. - Como posso sentir saudade de alguém que acabou de sair de perto de mim? - Achava que estava enlouquecendo.

Alguns dias depois...

Rafa e eu mantivemos a nossa rotina de trabalho, mas em alguns momentos, na minha sala, nos beijávamos como duas adolescentes, escondidas, fazendo o que era proibido. Porém, Rafaella deixou claro que não queria fazer sexo no local, pois não gostava de ser tratada como as demais ficantes minhas, que eram levadas para o meu sofá e se entregavam de forma carnal. Eu fiquei triste, não sabia como fazer para Rafaella entender que ela era diferente para mim.

Comecei a juntar informações do que poderia fazer para que a minha Deusa tivesse outras lembranças na minha sala, que não aquela que remete a algum "abatedouro", como ela tanto falava.

Mesmo Sem EntenderOnde histórias criam vida. Descubra agora