Lentamente nossos lábios se moveram, senti o calor e a maciez de sua boca dominar meu corpo por completo, sua mão apertou minha cintura com força, fazendo meu corpo bater no dele.
Os lábios quentes se moveram com lentidão nos meus, a língua úmida lambeu meu lábio inferior fazendo com que minha boca se abrisse em resposta, como se aquilo fosse sua ordem pessoal pra mim e meu corpo apenas respondeu instantaneamente, sem que eu pensasse nisso.
Permiti que sua língua viajasse dentro de minha boca, se unindo a minha, o hálito quente se unindo ao meu. A mão que apertava meu queixo ergueu mais meu rosto, para que ele tivesse mais acesso a minha boca, enquanto sua outra mão apertava minha cintura se infiltrando por baixo do terno.
—Caralho. —Ele gemeu me encarando chocado quando meu punho atingiu sua bochecha.
Minha respiração arrastada, minha bochecha ardia corada, meu coração era um caso perdido. O encarei com os olhos arregalados de puro terror.
—Você me deu um soco? —Ele tentou se aproximar de mim mas recuei dois passos. Off Jumpol que tinha a mão agora em seu rosto chocado com minha reação, semicerrou os olhos me avaliando, me senti como a presa de um tigre, prestes a ser capturada por suas patas e presas.
—Dei! —Respondi, tentando conter os sentimentos conflitantes que guerreavam dentro de meu peito. —E se você se aproximar de mim de novo eu darei outro! —Minhas respostas saíram gritadas sem a minha intenção. Eu precisava parecer calmo, precisava agir como se aquilo não tivesse me atordoado assim.
Mas a raiva estava ganhando a batalha dentro de mim.
—Você é interessante Gun Atthaphan.
—Chega desse seu joguinho comigo! —Gritei de novo, recuando mais um passo. —O que você pensa que está fazendo Khun Jumpol?
—Eu não sei. —Ele sorriu, limpando o filete de sangue de seus lábios. —Mas... Você gostou.
—Como ousa?
—Ei porque está aos berros Khun Atthaphan? —Nam apareceu no corredor de repente, caminhando entre nós dois. Meus olhos saíram do meu inimigo para a mulher, que olhava para nós dois confusa. Então ela se deu conta do corte no lábio dele. —Vocês brigaram?
—Sim.
—Não. —Ele sorriu pra Nam, antes de se virar e piscar para mim. —Khun Atthaphan se confundiu querida.
Eu mordi o lábio irritado, minha vontade de lhe dar outro soco crescendo dentro de mim com o seu olhar presunçoso. Meu auto controle ressurgiu das cinzas o suficiente para que eu me virasse para o casal e seguisse pro meu quarto.
—O que aconteceu ontem? —Arm me tirou do devaneio, saltei da cadeira levemente piscando algumas vezes para voltar pra realidade. —Você não pode ser pego desprevenido desse jeito sabia? —Ele perguntou rindo.
Estávamos em um bar, meus dedos giravam o copo de whisky e minha mente estava presa nos acontecimentos do dia anterior.
Naquela tarde quando Arm foi me buscar na casa de Jumpol, eu ainda não tinha dado as caras passei o dia em meu quarto dedilhando as páginas do livro que me foi dado, ignorando as suaves batidas na porta me convidando para as refeições. Agradeci diversas vezes ao meu anjo da guarda por ser Nam quem me chamava.
Desde o incidente de ontem eu não tinha tido contado com Off Jumpol.
—Nam me disse que brigaram. —Arm continuou, pigarreei encarando meu copo. —O que aconteceu?
—Nada de importante, só aquele maldito quase sendo morto.
—Ah sim... Off não gosta de amantes malucas. —O comentário superficial me fez olhar para Arm com uma súbita curiosidade. O homem me encarava curioso também, ele arqueou a sobrancelha em desafio antes de continuar. —É importante pra a família dele que ele se case.
—Ela é noiva dele?
—O que? Não! —Arm riu alto se recostando na cadeira. —Ela é uma de suas amantes, mas fique tranquilo já resolvemos isso.
Minha mente deveria se fixar em uma informação importante, que era a resolução do problema. Mas em contra partida, eu precisava saber mais sobre outra coisa.
—Amantes? Ele é o que um libertino?
—Oh! Sim ele coleciona amantes de todos os tipos. —Semicerrei os olhos de repente, a reação foi automática a essa frase que bateu em algo dentro de mim. —Porque a surpresa? Ele é de família aristocrática, rico, bonito e cheio de mistérios, qualquer um se interessaria por ele.
—Quantas mulheres?
—Ele terminou a maioria dos relacionamentos recentemente, por isso aquele problema de ontem. Mas entre mulheres e homens eram muitos.
Meu coração errou uma batida, senti minha bochecha corar sem minha permissão, Arm estava alheio a minha reação e eu agradeci internamente por isso. Ele bebericava o whisky olhando ao redor, eu tomei mais um gole de meu copo, murmurando para mim mesmo que não era da minha conta.
—Homens?
—Oh sim, ele tem um tipo bem específico para homens, isso aconteceu depois que ele voltou da Inglaterra.
Arm que era um homem de confiança de Jumpol, cresceu próximo a ele, então ele saberia cada mínimo passo que Off desse. Não era surpreendente ele saber disso, não era da minha conta.
Mas eu queria mais.
—Qual tipo?
Arm se calou por um momento, seus olhos voltaram-se para mim. Desviei o olhar para meu copo.
—É que isso é uma novidade para mim, achei que o conhecia totalmente, não sabia se seus gostos.
—Talvez por você não precisar saber disso, não faria diferença para a sua missão.
—Se eu precisar usar outros métodos, faz muita diferença.
—Como o que? Se tornar amante dele?
Eu deveria ter instantaneamente negado isso, mas eu apenas meneei a cabeça.
—Você quer dizer que tem algo em mim que chamaria a atenção dele?
—Oh você está brincando! Tudo bem você não sabia disso, então eu devo te dizer Gun. Você é exatamente o tipo de homem que Off Jumpol gosta.
Eu engasguei com a bebida, estacando paralisado com essa informação.
—Eu?
Arm me analisava profundamente com seu olhar. Antes de sorrir divertidamente.
—Pequeno, rosto meigo, pele clara, gosto por arte...
—Isso é ridículo!
—Bom, tem algo que ele gosta que não te faz jus.
—E o que seria?
—Ele gosta dos seus amantes submissos, rendidos a ele. —Voltei a bebericar minha bebida, tentando conter o desconforto silencioso que senti ao ouvir essa característica em especial. —Bom isso vem desde que ele voltou da Inglaterra. —Arm sinalizou novamente, o que me fez lembrar de uma coisa específica.
—Escute, ele sabe que eu estive na Inglaterra. Você não reportou aos nossos superiores que ele tinha informações desse tipo sobre mim.
Meu parceiro, girou o copo em sua mão antes de levantar da cadeira.
—Existem coisas sobre Off Jumpol que nem eu posso saber. Mas, algo aconteceu na Inglaterra Gun. Algo grande. Agora vamos, vou te deixar em sua casa. No final você não respondeu o que eu queria saber sobre a briga de vocês.
Segui ele me levantando em silêncio.
De qualquer forma, aquele beijo e sua memória me seguiriam para o túmulo.
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Liberté • OffGun
FanfictionGun Atthaphan, era filho de um tailandês e uma norte americana, membro do serviço de inteligência dos EUA, ele estava prestes a receber a missão de seus sonhos, voltar a Tailândia e destruir antes de se tornar um problema o PCT (partido comunista ta...