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Minha mão continuava sendo segurada por sua mão quente, ele girou minha mão para colocar um objeto frio e pesado ali.

Apertei com as pontas do dedo o cano frio.

—Senhor Atthaphan Phunsawat. —Sua voz era gelada. —Isso é seu.

A arma pesava em minha mão. Off virou de costas para mim.

Guardei a pistola em minha cintura silenciosamente.

—Você gosta de pinturas certo?

—Não sou muito apegado a arte assim. —Respondi. —Pintava quando mais jovem, mas parei.

—E o que achou desse quadro? —Ele se virou para a parede da escrivaninha, suspirei me virando e estacando instantaneamente.

Que porra é essa?

Meus olhos se arregalaram, ao encarar o quadro perfeitamente pintado.

—Como... —Fiquei em silêncio. Completamente chocado com o que estava diante de mim.

—Imaginei que poderia ser de seu agrado.

Me virei para encarar Jumpol, ele estava me olhando sorrindo docemente, como se fosse o presente mais bem planejado do mundo. Era cinismo profundo.

—Isso é uma ameaça? —Me vi perguntando, minha mão ainda apertando a pistola na minha cintura. Jumpol voltou a olhar a pintura.

—Eu não ameaço Khun Atthaphan.

—Então do que se trata isso?

—É um presente.

—Como você conseguiu isso?

—Contratei o pintor.

—Não me refiro a isso, como você... Como você teve acesso a uma foto da minha família?

Jumpol riu sem humor, mas não me respondeu, meus dedos doeram me lembrando que eu ainda não havia soltado a pistola que ele me dera minutos antes.

—Você acha que vou deixar alguém entrar na minha causa sem saber até a cor da cueca que está usando?

Isso não faz o menor sentido, na minha papelada nem deveria estar escrito que eu tenho uma irmã mais nova.

—Bom, eu pesquisei bastante sobre você, não iria te trazer de outro país para cá se você não valesse muito Khun Atthaphan.

Eu devia me concentrar na minha missão, conseguir driblar suas investidas calmamente, mas eu me sentia estranhamente fora de controle na presença desse homem.

O retrato da minha família era a última foto que tiramos antes da morte de mamãe, eu ainda era jovem e Pim também. Essa foto foi tirada nos Estados Unidos.

E eu tenho certeza que meus superiores não colocaram no papel sobre minha irmã.

—Quantos anos tem sua irmã agora? —Jumpol perguntou, como se pudesse ler meus pensamentos. Respirei fundo, de qualquer forma ela estava segura em Washington eu não precisava ter medo.

—Ela tem dezessete.

—Está na idade de casar já não?

Fiquei em silêncio, porque possivelmente minha próxima reação seria um soco nele.

—Já pesquisou alguém de boa família para ela ?

—Ela vai se casar com quem quiser.

Jumpol me avaliou, curioso novamente. Era estranho porque toda a vez que ele tinha esses olhos curiosos sobre mim, era como se sua curiosidade já tivesse uma resposta em sua mente.

Liberté • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora