17.

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Por Gun

Pelas próximas semanas eu evitei Off Jumpol, pelas três próximas semana eu não quis ver seu rosto, sequer ouvir sua voz.

Por mais que ele tenha me perseguido, claro da sua forma silenciosa, eu o evitei fortemente.

—Off disse que você precisa acompanhá-lo nas reuniões, mas que antes disso ele precisa acordar algo com você... —A voz de Nam me alcançou em quanto eu almoçava sozinho escondido na cozinha. Levantei o rosto para a mulher usando com elegância um longo vestido vinho, um pequeno chapéu verde escuro cheio de bordados com pedras pretas e um curto véu cobrindo parte do seu rosto, seu cabelo estava perfeitamente alinhado em ondas suaves até o meio de suas costas.

Linda, ela esbanjava elegância, beleza e poder.

—Nam... —Chamei baixinho timidamente. Afinal eu a estava evitando nas últimas semanas.

O barulho do salto no chão se aproximou de mim, quando Namtan parou diante do balcão onde eu comia, retirando as longas luvas pretas.

—Khun Atthaphan, eu não sei o que aconteceu entre vocês. Mas eu vejo que você está fugindo dele como o diabo da cruz.

Minha bochecha corou e eu pensei em responder, mas eu sequer consegui.

—Fique tranquilo, Off é um bom homem... Aliás o melhor entre os homens. Ele não vai julga-lo, vai esperar seu tempo.

Assenti brevemente.

—Eu tenho uma reunião com as fidalgas da nobreza agora a tarde. Então a casa ficará toda para você, como sei que o Khun gosta.

—Certo.

—Boa tarde, quando quiser conversar com ele, ele pediu para que vá ao escritório.

A mulher elegante saiu da cozinha me deixando compenetrado por um momento. Aquelas três semanas em que eu consegui despista-lo não me livraria da responsabilidade que tenho com meu país.

Bati na porta com cuidado, entrando ao ouvir um entre.

O homem fumando um charuto com a testa franzida lia um papel.

—O que... —Ele levantou a cabeça para me questionar algo, mas sua voz sumiu quando me viu. —Gun...

Sua voz saiu suave e rápida e ele se levantou deitando o charuto no cinzeiro de cristal na mesa.

—Gun. —Jumpol repetiu meu nome como se eu fosse uma miragem.

—Queria falar comigo. —Falei balançando as mãos, desviando o meu olhar de seus olhos ardentes. —Estou aqui.

Naquela manhã, eu já estava me convencendo a ir até Off. Principalmente por que, no dia anterior eu vi a resposta das minhas maiores questões diante de meus olhos.

—Isso é o que me pediu. —James disse, entregando a pasta em minhas mãos, ele se escondia em baixo do chapéu. —Já que você quer tanto essa informação, mesmo eu pensando que está se auto sabotando.

—Que seja. —Resmunguei. —Você pode ir então.

James me olhou brevemente com o olho lampejando com uma preocupação.

—Gun...

—James, fomos colegas de quarto e parceiros por muitos anos. Você me conhece melhor do que ninguém e você sabe tudo o que eu realmente penso e acredito.

Declarei abertamente. Fazendo o homem assentir respirando fundo.

—Que seja, tome cuidado.

Ao me deixar dentro daquele bar escuro, meus dedos apertaram os papéis com força.

Liberté • OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora