Marry me

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𝓒𝓪𝓼𝓼𝓪𝓷𝓭𝓻𝓪 𝓼𝓶𝓲𝓽𝓱

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2 meses depois do pedido

Tom e eu fomos fazer o ultrassom para saber o sexo do bebê... ele estava com as perninhas cruzadas todas as vezes que fomos, apelidamos de "Scham" (vergonha, em alemão). Hoje, estamos aqui de novo, a médica passava um gel na minha barriga para começarmos, eu segurava a mão do Tom, elas estavam trêmulas, eu ria.

- você está nervoso?

- Eu tô! Vim até com colar da sorte. - ele mostrava um trevo verde, um pingente que estava usando no pescoço.

- muito bem... vamos começar. - a médica passava a aparelho na minha barriga - é uma... um menino!

- AÍ SOCORRO! - Tom gritava já lacrimenjando os olhos - OLHA AS BOLINHAS, CASS! - ele apontava na tela do aparelho

- para de falar bobagem! - nós riamos da reação dele

- o bebê está saudável e forte.

- obrigada, doutora.

{...}

Tom foi me contando o caminho todo para casa como ensinaria o filho a ir na boate, jogar bola... falar com mulheres e usar roupas legais.

- aí! - eu reclamava sentindo uma dor estranha na barriga

- o que foi? tá tudo bem? - ele parava o carro no acostamento

- Tom... está se mexendo, está chutando!

Nós conseguimos ver pequenas elevações na barriga

- acho que é com a sua voz... continua.

- Ei... você gosta da minha voz meninão? É o papai. - Tom falava e o bebê novamente dava pequenos chutes, ele me olhava e fazia cara de choro

- eu nunca imaginei que você seria tão sensível... está pior que o Bill - eu falava

- Nick, é o nome dele

- Tom, não.

- SIM!

- N Ã O! - eu já sabia o motivo, fomos brigando o caminho todo da volta para escolher o nome

{...}

- finalmente vocês chegaram! Descobriram? - Bill falava assim que nos via entrando em casa

- sim... é um menino! - Tom dizia e os dois pularam juntos a casa toda

Depois de muito conversar, falar sobre bobeira e sobre o que iriam fazer quando Nick nascesse... Bill tocou no assunto do casamento

- certo... vamos ao papo difícil, qual vão ser a cor das flores? - Bill dizia já com um caderno na mão, ele estava anotando tudo, e estava programando também... eu e Tom queríamos que o casamento acontecesse quando Nick tivesse com oito meses, para termos fotos com o barrigão.

- já está quase lá... só faltam três meses? - eu olhava para Tom

- sim... eu pensei nas flores brancas, graças a nossa mudança.

Mudança... ele acredita que eu mudei

- eu concordo. - eu era seca

- o que foi? Se não gosta pode falar - o mesmo dizia vendo minha reação

- tudo bem! Eu adorei a ideia.

- flores brancas então! E o vestido?

- quero ele vermelho.

- vou falar para a costureira.

{...}

Tom sempre falou dormindo, desde que eu o conheço ele é assim... antigamente era engraçado e eu ficava acordada apenas para ver ele resmungar coisas sem sentido, mas agora virou um pesadelo para mim, ele falava na Jessica a noite toda, toda noite. Eu tentei me convencer de que odiava essa menina, tentei para um caralho! E no começo odiava, odiava o fato de que ela fingia ser eu, mas peguei empatia por aquela menina quando ela se preocupou em usar as roupas que eu gostava mesmo odiando meu estilo, ela poderia comer e engordar quilos e quilos... foda-se, afinal o corpo não era dela, mas ela não fez isso porque sabia que pra mim a magreza era importante por conta do meu trabalho, poderia fumar para caralho e acabar com os meus pulmões que eu preservei a vida toda... por mais que ela fumou, fez isso uma ou duas vezes, não fez como ela costumava a fazer no antigo corpo, maços e maços por dia.

- ele se chama Nick, Jess... - Tom novamente resmungando

No começo eu vi coisas horríveis sobre ela, nas próprias memórias da mesma... mas na verdade, aquilo que ela se tornou não era ela, era a doença, era o transtorno. Jess quando veio para o meu corpo se livrou da doença e por isso foi feliz... eu queria agradecê-la, não por ter me dominado, mas por ter cuidado de mim e pensado no que eu gostaria de fazer em cada momento e decisão...mesmo sabendo da pessoa horrível que eu sou.

Na verdade, é estranho pensar como uma desconhecida me conheceu mais do que qualquer outra pessoa, mesmo que fosse sem querer.

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