Shameless

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Elizabeth Kaulitz

Naquele dia eu descobri sobre um irmão adotado que eu não fazia ideia da existência, não fazia ideia da sua morte e agora estávamos todos lidando com a possibilidade dele estar vivo, que era quase impossível. Minha mãe me contou tudo desde o início, aquilo martelou na minha cabeça durante horas, parecia a porra de um filme sobre espíritos de reencarnação e um velho com o espírito do relâmpago McQueen no corpo. Aquela história de suicídio era tão impossível quanto a possibilidade desse Nick ser o mesmo Nick que eu conheci.

- que inferno. - eu estou revirando na cama já tem horas, o relógio no criado marca duas da manhã, eu não consigo dormir.

Calcei os chinelos e caminhei lentamente até o quarto dos meus pais, abri a porta lentamente e a única coisa que iluminava o quarto era a luz da lua entrando pela janela de vidro, a mais velha também estava acordada.

- Lizzy? O que faz aqui? - ela se levantava devagar me vendo na porta, cuidadosamente andou até mim e a fechou, meu pai dormia (dava pra perceber pelo ronco) profundamente.

- eu preciso de um plano.

- Elizabeth... são duas da manhã, tá pensando nisso agora? - minha mãe coçava a cabeça

- se você não consegue dormir então está pensando no que? Está contando ovelhas? Porque eu duvido

- você tá muito bocuda.

- eu tô só falando a verdade que você não quer admitir, mãe... preciso de um plano.

Minha mãe suspirava passando a mão na testa

- você é teimosa igual seu pai, vem. - ela puxou minha mão até a sala

...

Nós nos sentamos no sofá, ela pegou um vinho e o abriu

- vai beber agora? Em plena terça-feira?

- me ajuda a pensar... anda, qual plano você tava pensando? - Jess dizia tomando um gole do vinho seco

- mãe, como você e o pai se aproximaram? Como vocês se... sabe? Começou tudo?

ela parecia buscar na lembrança

- Quer que eu seja sincera?

Concordei com a cabeça

- foi uma situação constrangedora, pegamos intimidade assim que "eu" acordei pelada na cama dele... mas não acho que essa seja a melhor opção de você fazer com seu irmão, se for o caso.

- eca, não. - revirei os olhos

- se bem... que a situação não precisa ser com você, pode ser uma situação constrangedora pra ele. - novamente minha mãe tomava um gole do vinho

- como assim? - fiquei confusa com as palavras dela

- quando alguém fica constrangido diante a você, ela tenta retribuir de algum jeito pra disfarçar o que acabou de acontecer... talvez ele te chame pra fazer algo se você... não sei, talvez achar uma foto dele pelado.

- mãe, calma aí... você tá supondo que se eu achar uma foto dele pelado, ele me chama pra sair?

- não exatamente! Eu digo, quando passamos vergonha acabamos agindo sem pensar, se ele já está interessado em você, vai acabar falando a primeira coisa que vier na cabeça.

- até que faz sentido... - eu juntava as peças

- acredite, já usei isso ao meu favor antes do seu pai... mas não conta pra ele.

eu ri

- Elizabeth, por favor, não fica com esse menino antes de saber a identidade dele, se for seu irmão, eu mato você.

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