dor do amor

370 35 79
                                    

𝖓𝖆𝖗𝖗𝖆𝖉𝖔𝖗 𝖔𝖓

{...}

Nos primeiros dias sem Nick, Tom e Jess não sabiam em como pensar, ou como agir. O luto tomou conta da casa por completo... eles não dormiam esperando notícias, e telefone fixo ficava ao lado deles o tempo todo. Meses depois Lizzy saiu do hospital, com muita dificuldade eles cuidaram da pequena, mas ainda sentiam um vazio, um buraco que nunca poderia ser preenchido caso Nick não voltasse para casa, e foi isso o que aconteceu. A polícia ficou dois anos em busca do bebê desaparecido e da Cassandra, mas nunca encontraram nada... o único rastro era o jatinho em que eles haviam saído do Brasil completamente estraçalhado em uma das montanhas em Portugal, o casal estava convencido de que o bebê e a mulher estavam mortos, mas os corpos nunca foram encontrados. Depois disso, com Elizabeth apenas com 3 anos, eles voltaram para a Alemanha.

16 anos depois do desaparecimento

{...}

- mãe, mãe! - Elizabeth corria pela casa toda procurando a mais velha, de cômodo em cômodo, até que abriu a porta do quarto. Viu o que qualquer garota de 15 anos jamais gostaria de ver, pegou os pais no pulo.

- Elizabeth! - Jess se cobria

- puta que pariu, que nojo! Não vi nada. - a menina fechava a porta do quarto fazendo um estrondo, se ela pudesse... lavaria os olhos com detergente.

...

Primeiro dia de aula no ensino médio, isso assusta qualquer garota. Em filmes adolescentes, as esquisitas lancham no banheiro e as bonitinhas ficam na mesa das populares... beijos de língua e sexo, aquilo talvez fosse novo para a garota, ela era "atrasada" porque virgens de 15 anos na linguagem das meninas, são atrasadas.

- Como que isso deve ser bom? Tipo, entra, sai entra... sai. - Lizzy se sentava na frente da escrivaninha olhando o próprio rosto no reflexo no espelho, estava nervosa e aquele não era o momento de pensar em sexo - Caralho, Elizabeth! eu só queria o perfume da minha mãe e vi a rola do meu pai, nem fodendo

A menina pensou em um rabo de cavalo, mas um rabo de cavalo era coisa de nerd? Talvez maquiagem? Aí seria muito atirada... na verdade, ela estava pensando de mais.

- o que você queria comigo? - Jess entrava no quarto de roupão, arrumando o cabelo

- agora eu não quero mais falar.

- ei, um dia você vai fazer isso... relaxa! - a mais velha se sentava na beira da cama olhando a menina - eu sei que está nervosa na escola nova... quer ajuda?

- quero... você lavou a sua mão?

- vai se fuder, porra! Vem aqui, vou te maquiar.

Lizzy tinha o nariz longo e arrebitado, os cabelos castanhos, os olhos verdes, magra como a mãe e a pele clara como a de um floco de neve... doce, mas doce misturado com coice de cavalo, essa era a personalidade dela, direta, sem medo de perguntar ou de agir.

- dói? - a morena perguntava para a mãe ainda de olhos fechados

- o que? - Jess respondia concentrada

- dar dói?

- Elizabeth Kaulitz que tipo de pergunta é essa minha filha? É claro que na primeira vez dói!

Lizzy ria

- não ri se não vou borrar sua maquiagem.

- onde foi sua primeira vez mãe?

a mais velha ria

- não posso te contar...

a menina abria os olhos

- você vai borrar o rímel! - Jess se estressava

- mãe, por que?

- não vou te dar má influência, agora fecha o olho se não quiser se atrasar.

Lizzy ficou rodeando aquilo na cabeça, na igreja? No quarto da mãe? No carro? Qual um lugar totalmente horrível para perder a virgindade?!

- pronto! - Jess fechava o lápis de olho e a mais nova se olhava no espelho

- você arrasa mamãe, obrigada!

- me chama sempre que precisar... te amo.

{...}

Tom deu carona para a filha até a escola, já que era caminho do estúdio.

- olha, o ensino médio é uma porra... se alguém mexer com você, desce o cacete, me promete? - o mais velho estacionava o carro

- prometo, pai...

- então vai lá, depois me conta se tem algum bonitinho aí. - a menina ria, deixava um beijo na bochecha de Tom e saía do carro.

A primeira visão era:

Aquele tanto de adolescente, alguns fumam, alguns beijam... o pátio era mesmo uma merda, os ricos estavam pior que os pobres. A menina entrou na escola, procurou o armário por todos os cantos e não achou.

- puta que pariu! - o sino soou, a aula começaria e ela estaria sem os livros... levaria bronca no primeiro dia.

- precisa de ajuda pra achar o armário? Tô te vendo rodear o corredor faz meia hora... - um menino alto e loiro sorria, um sotaque diferente, e uma blusa verde escura com o símbolo da escola, provavelmente veterano.

- vai se atrasar pra aula se me ajudar, o sino já tocou.

- tudo bem, eles pedem pra ajudar os novatos... me dá o papel com o número do seu armário? - a menina esticou a mão entregando o papel, ele toca mais em seus dedos do que no objeto, ela o olha, ele sorri

- é no corredor de trás, por isso não achou... vem comigo. - ele começa a andar, mas a menina não o segue

...

- se você está me levando lá pra trás com segundas intenções você vai perder seu saco. - Elizabeth deixava claro, o menino novamente sorria

- aqui tem câmeras... - ele aponta, ela olha e o corredor era realmente cercado - e eu não sou desse tipo de gente.

- qual seu nome mesmo? - ela cruzava os braços

- Nick, e o seu? - ele imitava

- Elizabeth... você tem nome de cachorro, Nick. - ela caçoava o menino, ele fazia cara de ofendido já andando no corredor, a menina o seguia

- credo, primeiro dia de aula e você já me esculachando assim... acho que vamos ser bons amigos.

World behind my wall Onde histórias criam vida. Descubra agora